Obelo -O mito - O tragico - O fantástico
Por: dianabela • 3/5/2015 • Pesquisas Acadêmicas • 5.742 Palavras (23 Páginas) • 1.214 Visualizações
FACULDADE DIADEMA - UNIESP
Entendimento – Novo Manual de teoria Literária – Rogel Samuel
Nome:
Professora: Elizabeth Franke
2° Semestre
Curso: Letras/ manhã
Disciplina: Teoria da Literatura
Diadema, 03 de dezembro de 2012
O belo – O mito – O trágico – O fantástico
O belo possui um caráter diferente, o corpo serve de entrada para as ideias, a beleza é fundamental para a perfeição, a harmonia e a divindade.
Em seu livro Simpósio, ele sugere que há uma ânsia para a beleza, busca-se algo que não possui, seja na vida espiritual ou na realidade.
Platão se admirava ao perceber que os poetas agiam intuitivamente, o que, para ele, não vinha do saber, mas sim um derivado da criação artística.
Para Platão, o mundo sensível se revela no originário, logo, a arte é uma representação da representação, ou seja, uma cópia.
A arte tem por objetivo revelar a essência do homem em sua perfeição, uma finalidade pedagógica, uma moral. Seu intuito era de que as obras de arte celebrassem a liberdade como reflexo do divino, não se dedicando as formas ilusórias.
“Platão opõe o belo (como esplendor do originário) à arte, que se encontra em plano inferior.”
O mito
Trata do estágio do desenvolvimento humano anterior à história, à lógica e a arte, do início ou do fundamento de um gênero humano em geral, assim, fenômenos naturais são apresentados na forma de alegoria.
Este coloca em cena personificações de coisas e acontecimentos, é uma narrativa de um possível passado, como se a realidade fosse explicável pelo mito assim com em Adão e Eva, ou seja, o mito exprime o atemporal e o permanente, valendo para todos os tempos.
A consciência mítica equivale a uma ontologia sagrada, cada mito mostra, por uma manifestação do sagrado, como surgiu cada realidade.
Para Platão, o mito era como um modo de expressar certas verdades que escapam à razão, logo, o mito pode expressar os deuses e suas operações sobre o mundo, explicando a natureza da alma humana.
O filósofo Vico, autor da Scienzanuova, dizia que a forma de pensamento mítico era equivalente a forma de pensar poético.
Atualmente, o mito é considerado um problema de linguagem, sua formação obedece a uma necessidade cultural, o mito encontra-se no nomear, o nomear dá nome as coisas, ou seja, cria-as, o nome além de designar cria a própria realidade.
“Feliz foi Adão, que deu nome as coisas”, é como se o homem obtivesse o poder de criar o mundo por meio da nomeação. O mito literário consiste na nomeação, na recriação, logo, o mito faz metáfora da realidade.
A literatura entra na função de mítica de explicar a realidade, já o mito é uma função da literatura. O mito pode vir de cinema, TV, fotos ou escritas, não precisa ser oral, é um sistema semiológico.
Os mitos modernos formam valores, realidade sensorial, com história e significação, porém, o mito também empobrece o sentido, tornado-se forma, não compõe um símbolo, mas sim um conceito vago, sendo assim, o mito precisa de um álibi.
O mito pode ser lido dentro de três contextos: como um símbolo; destruindo a significação de mito; focalizando o significante do mito. A primeira trata de uma leitura cínica, a segunda destrói o mito e a terceira o consome.
O mito deforma, naturaliza um conceito, transforma uma história em natureza, já o consumidor do mito vê nele um sistema indutivo, de fatos.
O discurso poético clássico é mítico, já o discurso poético moderno resiste o quanto possível ao mito. O discurso poético moderno busca atingir o sentido das próprias coisas, ele pode ser notado na cultura de massa.
“Segundo Barthes, o discurso do escritor não está encarregado de representar o real, mas de significa-lo: o realismo do escritor ou equivale a uma substância ideológica, ou a uma substância semiológica”.
A literatura é um sistema semiológico que reside no mito de aprender o real. O mito pode ser fundamentado no bom-senso, o mito burguês assume a condição de uma coletividade inteira, desta forma, o mitológico se marginaliza.
O trágico
Lesky observou que em meio às tragédias homéricas sempre surge um herói, o homem se opõe ao poder dos deuses, o trágico deve significar a queda de um mundo de ilusões e segurança feliz para o abismo da realidade, o trágico se utiliza do drama da vulnerabilidade burguesa. Os gregoscriaram a arte trágica, mas não uma teoria para a mesma.
Nietzsche achava que o aburguesamento da vida e a atrofia da imaginação vedariam o acesso a uma compreensão trágica do mundo no século XIX, já nos tempos modernos, pergunta-se o trágico pressupõe um mundo carente de sentido, uma ordem posterior ou uma decadência burguesa.
“A tragédia, diz mais Nietzsche, é a ideia fundamental da unidade de todos os existentes, a consideração da individualidade como causa primeira do mal”. Para ele, a tragédia resulta do encontro dos espíritos apolíneo e dionisíaco, as artes plásticas se referem ao deus Apolo, o deus da forma, segundo ele, todo homem dotado de espírito filosófico possui duas realidades, onde uma é aparição da outra.
Aristóteles defendia que o trágico surge quando da queda de uma posição de prestígio se vai por uma “falha”, já Hegel via que o verdadeiro conteúdo da ação trágica era fornecido por forças que regem a vontade humana. Para Aristóteles, o trágico seria o terrível, o estarrecedor.
No século passado a tragédia burguesa colocou um ponto finalna ideia de que os protagonistas das tragédias tinham que ser reis ou heróis, é considerado que a tragédia é a queda de um mundo de ilusões, de felicidade para o abismo do fluxo do real onde a desgraça é certa.
Era comum as tragédias terminarem com um final feliz, assim, pode-se dizer que há uma visão cerradamente trágica do mundo; há um mero conflito trágico e, ainda, há uma situação trágica.
Nos tempos modernos tornou-se assunto de discussão saber se o trágico pressupõe
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