Os Demônios - Dostoiévski
Por: Filipe_Simoes023 • 9/11/2018 • Artigo • 448 Palavras (2 Páginas) • 157 Visualizações
Estudo
Os Demônios – Dostoiévski
Crítica subjetiva
Ao tomar contato com a personagem do livro percebemos a profundidade e a capacidade que a obra tem de atingir diversas metas, sendo estas intencionais ou não. Ao tomarmos contato com um personagem com as características de Stiepan Trofímovitch sentimos um misto de vergonha alheia, que nos provoca risos, em parte e ao mesmo tempo nos choca, pelo lado trágico por nos depararmos com um personagem ridículo. No entanto a comédia serve para nos levar a reflexão sobre nós mesmos. Quem de nós nunca se envaideceu ou se sentiu orgulhoso? Características tão comuns nos tempos pós-modernos. Ao mesmo tempo o escritor cria uma personagem completa. Na mesma medida em que descobrimos seus erros e traços psicológicos tão negativos, descobrimos posteriormente seus traços positivos. O escritor explora situações psicológicas o tempo todo. Dostoiévski trabalha com pelo menos três tipos de elementos psicológicos: A narração psicológica, os traços psicológicos e as situações psicológicas, ou as relações humanas. A protagonista também serve como uma crítica ao conceito de inteligência e intelectualidade. Quais valores são necessários para considerar-se ou considerar alguém um intelectual? A mera apreensão de conhecimentos, fazendo de si mesmo uma biblioteca humana? Muito interessante que entre ele e sua amiga, Varvara e Stiepan surge um diálogo, num dado momento onde os dois, num senso de humildade confessam que não são tão inteligentes assim, ao comparar-se com outros personagens. A leitura de Dostoiévski cumpre o papel, talvez o quarto elemento psicológico de sua obra, de Reflexão, conscientização psicológica. Através dele somos confrontados com características tão pertinentes ao nosso dia a dia. Existe nessa obra uma crítica, embora direcionada ao século XIX, ao nosso século XXI. Por quê Dostoiévski é o tipo de escritor que transcende os limites de seu tempo. Sua obra ultrapassa a crítica ao seu tempo e passa a criticar a natureza humana. Além disso sua obra se constitui como “arte”, no momento em que nos leva ao processo de conscientização, cumprindo seu papel literário e seu papel artístico que é a proposta de intervenção na humanidade. No momento em que fere nosso ego e nos propõe através de demonstrações das personagens soluções para os nossos traços psicológicos depreciativos. Sua obra se fundamenta como arte e literatura porque através de suas representações psicológicas, nos induz ao hábito de compreensibilidade ao próximo, fato também corroborado pelo fato de sua obra tratar de personagens, em suas características psicológicas, fato suficiente para favorecer o hábito, entretanto também trata das dificuldades psicológicas que cada pessoa possui, constituindo um quinto elemento psicológico de sua obra. Através de Chátov e Nikolai, e dos próprios rompantes de Trofímovitch nos deparamos com dificuldades psicológicas e até doenças que caracterizam a condição humana.
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