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PROVA 7o ANO TRANSITIVIDADE VERBAL

Por:   •  2/10/2015  •  Exam  •  1.601 Palavras (7 Páginas)  •  934 Visualizações

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Disciplina:  LINGUA PORTUGUESA

Natureza do Trabalho: 1ª APE

Etapa:   (      )1ª       ( x  )2ª         (      )3ª

Professor (a): Janaína Lacerda

Data: _____/_____/15

Aluno:

Turma:

Ano:  (    ) 6º       (  x   ) 7º    (     ) 8º     (     )9º     (     )1º      (     )2º     (     ) 3º

Visto SOESP:

Valor:  12,00              

Média:

Valor Obtido:

INSTRUÇÕES:

  1. Prova individual e sem consulta.
  2. Preencha a caneta corretamente o cabeçalho. Escreva nome e sobrenome.
  3. Leia atentamente todas as questões antes de respondê-las.
  4. Redija as respostas com caneta esferográfica azul ou preta.
  5. Faça letra legível. Não faça rasuras. As questões objetivas rasuradas serão atribuídas a nota zero.
  6. Rasuras só serão aceitas se validadas pelo professor aplicador
  7. A questão a lápis não lhe dará direito à revisão.
  8. Não se esqueça de colocar o nome na prova.
  9. Elabore suas respostas de forma completa e organizadas.
  10. Cuidado com a ortografia e letra legível.

TEXTO I

O galo que cantava para fazer o sol nascer


Era uma vez um galo que acordava bem cedo todas as manhãs e dizia para a bicharada do galinheiro:

— Vou cantar para fazer o sol nascer…

Ato contínuo, subia até o alto do telhado, estufava o peito, olhava para o nascente e ordenava,definitivo:

— Có-có-ri-có-có…

E ficava esperando.

Dali a pouco a bola vermelha começava a aparecer, até que se mostrava toda, acima das montanhas, iluminando tudo.

O galo se voltava, orgulhoso, para os bichos e dizia:

— Eu não falei?

E todos ficavam biqui/abertos e respeitosos ante poder tão extraordinário conferido ao galo: cantar pra fazer o sol nascer.

Ninguém duvidava. Tinha sido sempre assim. Também o galo-pai cantara para fazer o sol nascer,e o galo-avô.

Tal poder extraordinário provocava as mais variadas reações.

Primeiro, os próprios galos não estavam de acordo. E isto porque não havia um galo só. Quando a cantoria começava, de madrugada, ela ia se repetindo pelos vales e montanhas. Em cada galinheiro havia um galo que pensava a mesma coisa e julgavam todos os outros uns impostores invejosos. Além do que não havia acordo sobre a partitura certa para fazer o sol nascer. Cada um dizia que a única verdadeira era a sua — todas as outras sendo falsificações e heresias. Em cada galinheiro imperava o terror. Os galos jovens tinham de aprender a cantar do jeitinho do galo velho, e se houvesse algum que desafinasse ou trocasse bemóis por sustenidos, era imediatamente punido. Por vezes, a punição era um ano de proibição de cantar. Sendo mais grave o desafino, ameaçava-se com o caldeirão de canja do fazendeiro, fervendo sobre o fogão de lenha.

[…]

Depois havia grande ansiedade entre os moradores do galinheiro. E se o galo ficasse rouco? E se esquecesse da partitura?

Quem cantaria para fazer nascer o sol? O dia não amanheceria. E por causa disso cuidavam do galo com o maior cuidado. Ele, sabendo disso, sempre ameaçava a bicharada, para ser mais bem tratado ainda.

— Olha que eu enrouqueço!, dizia.

E todos se punham a correr, para satisfazer as suas vontades.

[…]

Aconteceu, como era inevitável, que certa madrugada o galo perdeu a hora. Não cantou para fazer o sol nascer. E o sol nasceu sem o seu canto. O galo acordou com o rebuliço no galinheiro. Todos falavam ao mesmo tempo.

— O sol nasceu sem o galo… O sol nasceu sem o galo…

O pobre galo não podia acreditar naquilo que os seus olhos viam: a enorme bola vermelha, lá no alto da montanha. Como era possível? Teve um ataque de depressão ao descobrir que o seu canto não era tão poderoso como sempre pensara. E a vergonha era muita. Os bichos, por seu lado, ficaram felicíssimos. Descobriram que não precisavam do galo para que o sol nascesse. O sol nascia de qualquer forma, com galo ou sem galo.

Passou-se muito tempo sem que se ouvisse o cantar do galo, de deprimido e humilhado que ele estava. O que era uma pena: porque é tão bonito. Canto de galo e sol nascente combinam tanto. Parece que nasceram um para o outro.

Até que, numa bela manhã, o galinheiro foi despertado de novo com o canto do galo. Lá estava ele, como sempre, no alto do telhado, peito estufado.

— Está cantando para fazer o sol nascer? Perguntou o peru em meio a uma gargalhada.

— Não, ele respondeu. Antes, quando eu cantava para fazer o sol nascer, eu era doido varrido. Mas agora eu canto porque o sol vai nascer. O canto é o mesmo. E eu virei poeta.

(Rubem Alves. Estórias de bichos. 2. ed. São Paulo: Loyola, 1990. p. 22-5.)

[pic 3]

  1. (1,0) O galo, no início da história, gozava de uma condição especial.
  1. Como era tratado?
  1. Por que o tratavam assim?
  1. (1,0) Em todas as comunidades, é muito forte o significado da tradição, isto é, das crenças, dos costumes, dos valores, etc. marque a única alternativa que não corresponde com as informações extraídas do texto:
  1. No galinheiro desta história, os galos não valorizam a tradição.
  2. Todos tratavam o galo com privilégios desde seus antecedentes.
  3. Os galos transmitem sua técnica de canto de geração a geração, não aceitando nenhuma inovação.
  4. A comunidade descobriu que o sol nasce mesmo sem o canto do galo; isso modificou o modo de ver a tradição e levou ao fim dos privilégios
    do galo, vindos de longa data.
  1. (1,0) Releia este parágrafo:

“Passou-se muito tempo sem que se ouvisse o cantar do galo, de deprimido e humilhado que
ele estava. O que era uma pena: porque é tão bonito. Canto de galo e sol nascente combinam tanto. Parece que nasceram um para o outro.”

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