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Perfis Femininos das Personagens de José de Alencar

Por:   •  18/3/2016  •  Projeto de pesquisa  •  562 Palavras (3 Páginas)  •  1.653 Visualizações

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Resenha elaborada pela acadêmica Ingrid Lima de Jesus como exigência para obtenção de nota na disciplina “Núcleo de Estudos Avançados e Integradores”, ministrada pelo docente Me. Fábio Luís Neves no 4º Termo de Letras das Faculdades de Dracena-Unifadra.

FURLAN, Silvana Avesani Cavotto. Perfis femininos das personagens de José de Alencar: uma análise psicológica e social das personagens femininas de suas obras.

2009. 77f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras)-Centro Universitário de Araras “Dr. Edmundo Ulson”, Araras, 2009.

As mulheres sob a ótica masculina nas obras de José deAlencar.

Silvana Avesani C. Furlan inicia o artigo “Perfis Femininos das Personagens de José de Alencar: Uma análise psicológica e social das personagens femininas em suas obras” demonstrando a preocupação do autor com as mulheres da época e suas peculiaridades.

Muitos dos escritores românticos entre eles José de Alencar dedicaram-se a escrever suas obras envolvendo suas personagens femininas em um ambiente de beleza, amor e ideais românticos, valorizando a vida subjetiva, a paixão, o sentimento da natureza e a força das lendas nacionais, tendo como tema recorrente o amor.

Furlan destacou em sua obra o comportamento e a construção de identidades femininas alencarianas em romances urbanos como Lucíola e Aurélia, mulheres fortes e encantadoras que fogem dos padrões de comportamento daquela sociedade preconceituosa e machista da época do segundo reinado.

Constituídas sob uma visão masculina, as mulheres vão sendo definidas por suas qualidades, defeitos e regras impostas pela sociedade burguesa.

Segundo a autora as narrativas relatam a submissão da mulher em relação ao homem que a trata com um objeto de luxo, e ao mesmo tempo ressalta o valor do verdadeiro amor como resultado de uma realização plena.

No romance Lucíola a mulher é vista como independente, dona de seu corpo e de suas vontades. Ela se situa numa dualidade paradoxal, entre a sedução e a inocência, pois ao ser expulsa de casa pelo pai, vê-se obrigada a se prostituir para conseguir sobreviver na sociedade burguesa em que a necessidade financeira é mais importante que sentimentos puros e verdadeiros, e exalta que “vale mais ter do que ser”.

E em outras ocasiões mostra-se uma mulher pura e apaixonada por Paulo com quem mantém um romance, fica grávida e morre com uma infecção causada por um aborto espontâneo.

Já em Senhora, 1875, Furlan relata um romance cujo tema é o casamento burguês, ancorado no interesse financeiro, analisa-se uma personagem dividida entre a razão e a emoção, o idealizado e o verossímil.

De acordo com a autora a personagem Aurélia Camargo é idealizada como uma heroína, pobre, romântica e sonhadora que apaixona-se por Fernando Seixas, que a rejeita por ser pobre, e a troca por um casamento de interesse. Após ser abandonada Aurélia se torna uma mulher fria e calculista, mas que não consegue esconder seu sentimento por Seixas. Porém, o destino prega-lhe uma peça, ela recebe uma herança inesperada do avô e torna-se rica.

A autora destaca que após receber a herança, Aurélia torna-se assim a única personagem de Alencar a assumir posição de destaque na sociedade e controle sobre a vida sem a presença do marido.

Por fim a autora enfatiza que ambas personagens tanto Lucíola como Aurélia lutam contra si mesmas pra se adequarem ao que almejam e aquilo que a sociedade impõe. E considera que Alencar travou uma luta contra a sociedade burguesa do século XIX, ao dar destaque e autonomia à suas personagens, criticar o casamento por interesse e a não realização do amor.

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