RESUMO: NÃO HÁ LINGUAS FÁCEIS OU DIFICEIS

O autor, Sírio Possenti, inicia o texto afirmando que não existem línguas primitivas. Ele apresenta dados de análises realizadas para constatar que elas podem ser classificadas como civilizadas devido às semelhanças estruturais entre as línguas consideradas “sofisticadas”, como o grego e o latim, por exemplo.

Possenti expõe o preconceito existente nas línguas primitivas só porque são faladas por povos pouco cultos. Não existem línguas simples ou complexas, existem línguas diferentes. É nessa linha de pensamento que o autor cita os dialetos e seus problemas que se assemelham aos da língua. As diferenças entre dialetos populares e dialetos padrões (cultos) estão ligadas, muitas vezes, ao valor que a sociedade atribui ao falante de acordo com a sua cultura ou prestígio. Segundo o autor, “os grupos que falam uma língua, em geral, julgam a fala dos outros a partir da sua e acabam considerando que a diferença é um defeito ou um erro”. Mais uma vez o preconceito é visto quando aceitamos que pessoas que falam outra língua, falem diferente, mas não é tão fácil aceitar àqueles que falam a nossa língua de outra maneira.

Ele enfatiza que mesmo falando de formas distintas, todos os que falam, sabem falar. As pessoas falarão os dialetos do local que nasceram e vivem, concluindo-se então que sabem falar, ou seja, sabem uma língua, consequentemente, sabem uma gramática. Levando em consideração o conhecimento intuitivo ou inconsciente, o autor resume que saber uma gramática significa dizer e entender frases. Ele afirma que a escola ensina a modalidade escrita da língua, pois pressupõe-se que os alunos já saibam falar. Dessa maneira, não deveria se perder tempo ensinando o que eles já sabem e sim otimizar o tempo com coisas mais interessantes e inteligentes.