Redação, Tema a Falência da Democracia

Tema: A falência da Democracia brasileira reduzida apenas ao momento eleitoral

Por: Maria Eduarda Andrade – Maio de 2018

                                     Mito da Democracia [pic 1]

O Mundo das Sombras, idealizado pelo filósofo Platão, é marcado pela alienação, pela falta de conhecimento. Já o Mundo das Verdades é configurado pela presença do saber. Atualmente, nota-se que a civilização brasileira vive em um mundo de aparências, o qual acredita que a pseudodemocracia vigente é realmente efetivada por pleno desejo social. Contudo o valor democrático foi, infelizmente, restringindo ao incipiente momento eleitoral, fruto da fragilidade política brasileira e da escassez de estímulo estatal à participação cidadã.

                

Antes de tudo, é necessária a menção de que o sistema político atual é extremamente desprovido de respeito à dignidade humana, pois, por diversas vezes, falta com a verdade perante à população — a qual vive em uma realidade fantasiosa, semelhante a dos indivíduos ocupadores da caverna do mito platônico —, e isso faz com que a partir instruída da sociedade perceba o quão vergonhosa e escatológica é a máquina representativa do país. Vale ressaltar que essa mesma parcela civil, muitas vezes, não se sente representada pelas figuras dúbias eleitas por votos, frequentemente, comprados. Esse cenário transcendental deturpa o real valor da democracia e evidencia que o Brasil continua nos mesmos padrões do início, corrompido e golpeado, da República brasileira, quando era comum e aceitável os diversos currais eleitorais seus votos de cabresto.

Somadas a essa ideia, ainda há a escassez de incentivos à concretização da cidadania, uma vez que o real apelo à atuação social democrática só é visto em momentos de eleições, de modo a apresentar a civilização que apenas nesse momento se deve atuar democraticamente. É digno de menção que a participação social é responsável pela expressiva diminuição dos obstáculos inseridos no meio habitacional — de acordo com os estudos acerca do “Capital Social” de Robert Putnam. Assim, observa-se que a população é a principal vítima de suas próprias omissões e, logo, é imprescindível remodelar o regime político atual e, consequentemente, construir uma civilização com base em suas condutas e ações.

Diante desses impasses, é urgente que o Congresso Nacional, mediante uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias, possa propor mais investimentos no setor educacional, os quais proverão palestras - ministradas por especialistas na área (como mestres e doutores em Política Histórica-social) acerca da importância da concretização da Democracia em sociedade, com vistas ao estímulo de uma maior participação civil nesse âmbito. Isso fará com que a população, por meio do conhecimento, saia do mundo transcendente e encare, mesmo com todas as dificuldades, o mundo imanente e, dessa forma, possa aumentar o Capital Social, de modo a consolidar a teoria putiniana.