Redação Sobre o Desastre em Brumadinho

Redação

Desastre ambiental.....Brumadinhos em Minas Gerais

A barragem do Córrego do Feijão, construída em 1976 pela Ferteco Mineração e adquirida pela Vale em 2001, era classificada como uma estrutura de pequeno porte com baixo risco e alto dano potencial. Dias antes de o desastre acontecer o então presidente Jair Bolsonaro em seu primeiro  discurso internacional  em Davos na Suíça, afirmou  que o Brasil era um dos  países que mais preserva o meio ambiente. Ironia ou não, o fato foi que dia 25 de janeiro do ano corrente por volta do meio dia rompeu-se a barragem de rejeitos* causando uma das maiores tragédias ambientais do país.

As perdas são incontáveis e refletidas em todos os aspectos: humano, econômico, social, ambiental e moral. Vidas ceifadas pelo mar e lama que tomou conta da cidade de Brumadinho em Minas Gerais, levando-a ao caos e desespero. O Estado revive o pesadelo vivido em 2015 quando a barragem  de Fundão em Mariana rompeu causando danos irreparáveis tanto na natureza como nas vidas atingidas, no entanto o elevado número de mortes, feridos e desabrigados somam para ser um dos maiores acidentes de trabalho do país, pois o epicentro da tragédia atingiu os empregados próprios, terceirizados e toda a comunidade local.  Há um risco iminente* de que o rio Paraopeba sofra com a onda de lama deixando em risco a população de ribeirinhos e índios que dele tira a sobrevivência.

A Vale já é ré num processo ao lado da Samarco pelo rompimento da barragem em Mariana e pouco foi feito até então para reparar os danos ambientais e humanos causados pela primeira tragédia, o fato é que as fiscalizações foram falhas e sem efeito, haja visto que um mesmo acidente aconteceu anos depois com uma proporção muito maior, fato que poderia ter sido  evitado, se o poder público prestasse a população um atendimento proximal e menos burocrático.

As barragens de rejeitos de minério de ferro são construídas para armazenar resíduos* que resultam do beneficiamento do material rico, ou seja, da separação entre o que enriquece do que demanda pouco mercado, por esse motivo, a empresa torna-se única responsável por manter a segurança tanto dos seus funcionários como de toda a população local.  Ora que os lucros são bilionários.

A gravidade do acidente obriga o governo federal, juntamente com sua base de governo maior intervenção e rigor na aplicação das leis e fiscalizações,  nas questões ambientais e humanas que certamente serão irreparáveis. Em relação às vidas perdidas, uma indenização jamais reparará uma história levada pelo lamaçal, foram arrastados muitos sonhos que interrompidos repentinamente deixaram famílias dilaceradas pela ausência eterna. Animais em sua inocência ilhados em meio ao caos, sendo muitos sacrificados pela inoportuna chance de vida, a natureza com um pedido de socorro, os que ficaram a incerteza do caminho, uma cidade destruída sem saber por onde começar e um país em luto, num sentimento de impotência diante da falta de atenção e descaso diante de uma estrutura fiscal deficiente dos órgãos reguladores, que estimulam a impunidade, o processo de recuperação pode levar décadas, sendo o Brasil um dos maiores exportador de minério do mundo, quanto mais minas, maiores as possibilidades de um colapso, portanto o trabalho precisa ser preventivo.

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