Revisão do romance "O Primo Basílio"
Por: beardrigues • 13/3/2018 • Resenha • 1.935 Palavras (8 Páginas) • 244 Visualizações
O Primo Basílio
Eça de Queíros
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Introdução:
“O Primo Basílio” é um romance de Eça de Queirós que foi publicado em 1878 e, constitui uma análise da família burguesa urbana no século XIX, iniciada com a publicação de “O crime do Padre Amaro”. O principal objetivo do autor nessa fase foi destruir a burguesia através de críticas irônicas que marcou seu estilo, daí as sátiras destrutivas à sociedade portuguesa. A protagonista da obra é Luísa que é uma moça rica, que se diz de boa família, mas que tem um caso com seu o primo e tenta se fingir de arrependida.
Biografia:
José Maria Eça de Queirós, nasceu em Póvoa do Varzim no ano de 1845. Passou a infância e juventude longe dos pais pois estes não eram casados. Estudou direito na Universidade de Coimbra. Ligou-se por essa ocasião ao grupo renovador chamado “Escola de Coimbra”. Ele é responsável pela introdução do Realismo em Portugal.
Eça de Queirós é o maior representante da prosa realista em Portugal e grande renovador do romance, onde ele abandona a linha romântica e estabelece uma visão crítica da realidade.
Em suas obras, Eça abordou diversos temas. Porém, podemos observar há algumas características comuns em seus romances, como, por exemplo, abordagem de temas cotidianos, descrição de locais e comportamento de pessoas, pessimismo, ironia e humor.
Eça de Queiroz morreu na cidade de Paris em 1900. Suas obras foram traduzidas em várias línguas. É considerado até os dias de hoje como sendo um dos principais representantes do realismo português.
Contexto Histórico:
Trata-se, do final do século XVIII, quando começa a extinguir-se a terceira e última fase do Romantismo português. O surgimento da evolução tecnológica e, em decorrência, cultural tende a esvaziar os ideais românticos que prevaleceram por quase quarenta ano. Portugal — embora tenha conhecido no período uma certa estabilidade, vê-a definhar, em face de suas dificuldades estruturais de economia — contempla uma Europa renovada nos planos político, social, econômico e cultural. E não apenas contempla, mas também se vê invadido pelas novas conquistas do velho mundo, já que uma juventude operosa e inteligente está atenta àquilo que lhe chega — em 1864 Coimbra se liga à rede europeia de caminho-de-ferro — principalmente da França. Portugal assenta-se, incomodamente, numa situação que privilegia o processo oligárquico, com tendências conservadoras, o que impede a visão de novos horizontes sociopolítico-culturais.
Enredo:
Personagens:
Luísa: De seu nome completo Luísa Mendonça de Brito Carvalho, era loura, perfil bonito, com uma pele branca e uma cabeça pequenina. Casa-se com Jorge e ele á proporciona uma existência tranquila e aparentemente feliz. Quando o marido vai para o Alentejo, em trabalho, por altura do retorno de Basílio a Lisboa, Luísa não resiste a este conquistador nato e envolve-se com ele. Luísa é uma burguesa sentimental, desocupada e fútil, vítima das suas leituras, da ociosidade e do romance com seu primo.
Basílio: Basílio Brito é primo de Luísa e é perverso e cínico. Foi cedo para o Brasil por falência da firma em que trabalhava. Depois, foi morar para Paris. Era descrito como alto, delgado, um ar fidalgo, pequeno bigode preto levantado, o olhar atrevido e um gesto de meter as mãos nos bolsos fazendo tilintar o dinheiro e as chaves. Namorou com Luísa enquanto jovem. Quando o seu romance com a prima começa a ser descoberto, regressa a Paris para fugir a complicações.
Jorge: Jorge Carvalho é o marido de Luísa, e funcionário do Ministério das Obras Públicas como engenheiro de minas. É um burguês reservado, Sempre impecavelmente vestido e aprumado, era um homem correto. O seu afastamento de Lisboa, por questões profissionais, facilita o adultério da sua esposa com o primo, Basílio.
Juliana: Juliana Couceiro Tavira, filha de uma empregada, que foi criada na casa de Luísa e Jorge. Vingativa e oportunista, a sua aspiração era ter um negócio que a libertasse da humilhação do serviço doméstico que sofria a vinte anos. A doença fá-la perder as economias que juntara, aumentando-lhe a revolta e o despeito. Ela lê as cartas de Luísa para Basílio, tentando, com isso, chantagear a patroa.
Julião: O médico Julião Zuzarte é parente afastado de Jorge. Vive na baixa de Lisboa, à espera de uma oportunidade de realização profissional que não chega. Frequenta a casa de Luísa, mas é um inadaptado e isolado; um materialista revoltado contra a sociedade porque se sente desprezado.
Ernesto: Ernesto Ledesma é o representante da escola romântica. Era primo de Jorge. Era um pobre letrado, com manias de dramaturgo, que submete a sua peça à apreciação dos amigos, dando-lhe, por influência das mulheres, um cunho romântico. Esta peça pressagia o drama de Luísa.
Sebastião: O Sebastiarrão, como lhe chamavam, é um homem bondoso e tímido. Tocava piano e possuía uma fortuna considerável. Fica inquieto com o falatório acerca das visitas de Basílio a Luísa, e procura proteger a sua reputação. Luísa recorre a ele para reaver as cartas comprometedoras que Juliana apanhara, o que consegue com a ajuda de uma polícia amigo.
Leopoldina: Filha única que teve um casamento infeliz com um empregado chamado João Noronha. Tinha vinte e sete anos, e usava vestidos colados ao corpo, tinha pele fina, olhos negros e pestanudos. É considerada falsa e imoral, mulher fácil, é amiga e confidente de Luísa e a encoraja a ter o romance com o primo.
Acácio: Conselheiro hipócrita, ridículo e convencido. É o símbolo do convencionalismo e da respeitabilidade burguesa. Representa o constitucionalismo e o formalismo oficial. Ocupava-se da economia política e era cavaleiro da Ordem de Santiago.
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