Roteiro Gentileza
Por: Vanessa Neri • 3/11/2015 • Artigo • 3.009 Palavras (13 Páginas) • 340 Visualizações
E. E. MARCELO TULMAN NETO
MEIRE SANTOS TAVARES Nº 31
ROTEIRO
São Paulo
2015
MEIRE SANTOS TAVARES Nº 31
“GENTILEZA”
Trabalho apresentado ao curso de Artes, EJA – Educação de Jovens e Adultos à EE Marcelo Tulman Neto - como parte das exigências para aprovação e conclusão do Ensino Médio.
Orientação: Prof. Cesar.
São Paulo
2015
SINOPSE BREVE:
Na tranquilidade do lar, situado na zona rural do estado de São Paulo, duas senhoras são surpreendidas com a visita “non grata” de um jovem criminoso. Em meio a uma série de ameaças, a senhora com mais idade surpreende o meliante, levanta e serve um generoso pedaço de bolo de milho, recém saído do forno e um café quente, ideal para o clima frio do lugar. Qual a razão de tamanha gentileza com alguém que está atentando contra seus bens e sua vida?
ROTEIRO:
CENA 01 – NOITE.
Um delicioso cheiro de comida caseira toma conta da casa. As mãos ágeis preparam a comida, enquanto que em passos lentos, uma mulher de aparência frágil, caminha para atender ao telefone.
Era engano ou a pessoa desistiu de esperar os passos lentos de Dona Luiza, uma simpática senhora que tem seus aproximados 74 anos. Ela então retorna para a cozinha, troca algumas palavras com Janete, sua sobrinha que é pelo menos 30 anos mais nova que ela.
Janete serve a sopa e Dona Luiza elogia sua amada sobrinha. Ela comenta sobre um rapaz que a ajudou a carregar as compras até o carro.
Janete escuta pacientemente a história que a tia repete há 2 anos.
Onde andará este rapaz tão bondoso? – Pergunta Janete.
Não sei minha filha, mas um dia vou poder ajudá-lo também. – Responde Dona Luiza.
Tia, quem estava no telefone? – Pergunta Janete.
Atendi a ligação, mas estava mudo. Ouvi uma respiração, mas a pessoa não respondia. – Afirma Dona Luiza.
Credo tia! Arrepiei-me toda. – Afirma Janete com ar de assustada.
Deixe de besteira e vamos dormir. – Exclama Dona Luiza, que a essa altura já está cansada.
Janete apaga as luzes, confere se as janelas estão fechadas e acompanha a tia até o quarto.
CENA 02 – DIA.
Hum que cheirinho delicioso de bolo de milho. – Dona Luiza exclama com um lindo sorriso e parece ser guiada pelo cheirinho que toma toda a casa.
Bom dia tia! Dormiu bem? – Fala a simpática Janete.
Enquanto tia e sobrinha conversam durante o café da manhã, lá fora os cachorros latem desesperadamente. Mas elas estão tão entretidas na conversa que ignoram os latidos.
De repente elas são surpreendidas com o barulho do vento entrando pela janela.
Nossa! A janela estava fechada, eu mesma chequei todas as trancas ontem. - Janete.
Melhor fechar, senão vamos acabar resfriadas. – Afirma Dona Luiza.
Janete se dirige até a sala e não acredita no que vê. Perplexa, ela grita e faz a tia derrubar a xícara de café no chão.
O que foi minha filha? – Pergunta Dona Luiza, assustada.
As duas. Caladas, senão vão comer capim pela raiz. – Afirma um jovem com aparência frágil, mas com uma arma engatilhada nas mãos.
Vão para cozinha. Senta aí sua velha e vê se para de tremer! – Continua o delinquente.
Tenha calma, não temos dinheiro aqui, apenas algumas notas naquela bolsa. – Afirma Dona Luiza.
Leve o que quiser! – Exclama Janete.
O meliante amarra as duas e sai revirando a casa. A aparência frágil agora dá lugar a uma face sombria, cheia de ódio e pronta para atacar.
CENA 03 – DIA.
Na loucura por encontrar dinheiro, ou algo de valor para pagar sua divida com os traficantes, o jovem tropeça e cai. Agora com o pé machucado e um corte na testa, ele geme de dor, se agacha no canto e começa a chorar.
Me solte para que eu faça um curativo na sua testa. – Pede Janete.
A dona por acaso é doutora ou pensa que sou idiota? Quem iria ajudar uma pessoa como eu, um verme como eu? - Indaga o meliante com tom agressivo.
Realmente não sou médica, sou enfermeira. Trabalhei por anos no Hospital da Vila Ré, conhece? – Pergunta Janete.
Sim senhora, eu conheço. – Diz o jovem com tom respeitoso.
Ele se levanta, deixa a arma de brinquedo no chão e desamarra Dona Luiza. Em seguida, o jovem soltou os nós da corda que prendia a Janete.
Janete, que não é mulher de meias palavras, vai até o armário e pega o kit de primeiros socorros. Com as mãos um pouco trêmulas, ela trata os ferimentos do rapaz.
CENA 04 – DIA.
Barulhos de sirene tomam conta do lugar. Todos assustados olham uns para os outros. Afinal, a calma temporária do rapaz poderia dar lugar à fúria. E se ele as fizesse reféns?
Neste momento, com passos curtos, Dona Luiza corta uma generosa fatia de bolo de milho.
Mas o que essa velha está pensando? Deve estar com fome a coitada. – Pensa o jovem.
Calmamente ela pega uma xícara de café e pergunta:
- Quantas colheres de açúcar?
Surpreso o jovem responde:
Tá falando comigo, tia?
- Sim, meu rapaz, quantas colheres de açúcar? – Responde a senhora sorridente.
- A senhora pode colocar quantas quiser. “Tô” acostumado com café frio, resto dos outros, comida do lixo. O bagulho é louco, tia. – Responde o jovem com o olhar perdido, como que busca uma resposta.
Ela entrega o bolo e o café para o rapaz que devora o alimento rapidamente. Então Dona Luiza vai até a bancada e pega alguns ovos e pede para Janete preparar para o rapaz.
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