Severino
Resenha: Severino. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Fernanda1505 • 26/5/2014 • Resenha • 362 Palavras (2 Páginas) • 459 Visualizações
O personagem principal, chamado Severino, através de um poema, tenta dizer quem é, para tanto, utiliza-se de seu nome para identificar-se, como tal não é suficiente, recorre aoutros substantivos, os nomes dos pais, como posição social, definindo sua posição social, como nada disso é suficiente, define também sua região geográfica, descreve seu estado físico, não adiantandotambém, por que eles não somente vivem a mesma vida, mas também morrem da mesma morte, assim, Severino é um severino severino, uma homogeneização absoluta,onde nada é possível para o singularizar ouidentificar.
Para a vida de Severino, tudo parece igual: presente, passado e futuro, por que a sua identidade revela que sua existência é a encarnação de um momento histórico, sua própria luta pelasobrevivência, sendo esta sua sina.
Na impossibilidade de dizer quem é, Severino fala de uma identidade coletiva, percebendo que deve, portanto, não mais ser substantivo ou adjetivo como no início desua fala, deve ser portanto ação.
Assim, Severino torna-se ator que desempenha seu papel de migrante com o objetivo de encontrar vida e nesse objetivo depara-se com um funeral, o qual o fazdescobrir-se como morto-ainda-vivo, assim, decide ser outro, encontrar vida, e recusa-se a se identificar com essa alternativa, decide ser outro, encontrar vida, então continua a migrar.
Severino assume atéaí, três diferentes identidades, lavrador na serra magra e ossuda; Severino, retirante na viagem que fazia; Severino, moribundo na chegada ao Recife. Assim, nada, nem ninguém falava de vida, só o seudesejo de viver, até encontrar um mocambo e discutir com ele a respeito da possibilidade de morte no rio, passando então a desejar a morte e procurá-la.
Esse desejo de morte é interrompido peloanúncio do nascimento do filho do mocambo, o que fez Severino refletir sobre a alegria, animação, entusiasmo, solidariedade, amizade, confiança no futuro, beleza, força transformação e saúde presentes...
Severino e Severina. O primeiro personagem ficcional. A segunda, real. Um saído dos versos do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral do Melo Neto. A outra, do sertão da Bahia para as ruas de São Paulo. Duas histórias, duas personalidades, duas fontes de estudo para Antonio da Costa Ciampa. Com elas, discute a identidade não como estático, mas dinâmico, em constante mutação, uma metamorfose permanente.
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