Trabalho 6º Ano Almeida Garrett (1799-1854)
Por: 4605 • 27/9/2019 • Abstract • 818 Palavras (4 Páginas) • 214 Visualizações
Almeida Garrett (1799-1854), foi um liberal convicto no período da modernidade poética, instaurada pelo romantismo o qual manifesta-se progressivamente a partir dele que defende o liberalismo na literatura de que um “povo novo” tem de dar-se a uma “arte nova”. O cidadão escritor inextricavelmente ligados em Garrett sofreu uma metamorfose regeneradora do País pela ação dos grandes princípios da liberdade que implica na criação literária como fruto e agente dessa liberdade fautora do crescimento do homem; Moderna desejosa de “futuro” mas profundamente atenta ao “agora”.
Os anos que trazem a Garret decepções e expatriações amargas mas intelectualmente frutuosas. Mantem o seu empenho cívico mas turva-se a sua alegre confiança iluminista no poder da razão e da liberdade para esclarecer o homem e regenerar o mundo; os sofrimentos pessoais e os desenganos com os sucessos portugueses, quer pela forte resistência do pais velho a mudança, exacerbam lhe a subjetividade e ocasionam-lhe metamorfose na visão do mundo: incompletude e transitoriedade da existência, a intensificação do sofrimento religioso que conduzem Garrett no campo sócio-político, a doação de perspectivas moderadas e conciliadoras que o levam da criação literária a abrir o gosto e a modificar a expressão.
A filosofia das luzes avidamente bebida em Coimbra, reivindicadora da felicidade individual e coletiva, provem de Garrett uma postura moderna predominantemente traduzida pela assunção galharda e alegre da “cidadania”, a afirmação do valor do indivíduo, do seu direito a felicidade e da responsabilidade que lhe cabe na construção da rede pública. Na liberdade a via para a conquista da virtude e do bem estar pessoal e social, doce e fácil por dar resposta as solicitações inatas da razão e do coração do homem natural. Feito para a liberdade e o prazer salubre, está em toda a sua produção juvenil, pedagogicamente repassada de ideologia liberal: “Grandeza do homem natural na sua pureza e na sua dignidade”. A proclamação romântica da liberdade poética e da inspiração nacional atenta nas diferenças entre o gênero clássico e o gênero romântico, por evitar as desmesuras românticas sem cair na estreiteza da regularidade clássica. Garrett passa, então, a criar a suas ficções em torno de problemas, ambientes e personagens portugueses, não fica lucidamente na cordialidade da exigência de pitoresco geográfico ou histórico; assiste-lhe outra perspectiva mais nodal porque implica questões de visão e equacionação do mundo perspectiva claramente expressa em 1839. Com esta afirmação bem romântica do poder do autor para fazer a nacionalidade de uma obra pela forma como trabalha a matéria ficcional. O próprio Garrett reconhece o seu debito de escritor moderno a ampla imersão na vida que praticou por gosto próprio e por solicitação pública. Reconhece também a complexidade e instabilidade do humano por um modo que dessa expressão o seu mundo interior pudesse ir ao encontro do público coevo, criado pelas transformações sociais que o liberalismo trouxera, rompe cada vez mais as fronteiras da tradição para escrever em liberdade, guiando-se pela sua energia e pela índole da matéria a tratar. Lembre-se o hibridismo enológico que pratica em viagens na minha terra, que ele mesmo diz ser um livro despropositado e inclassificado por tão ondeante na sua construção. Fingindo a simultaneidade entre o ato e a escrita que o testemunha, simulando-o a vontade da conversa com digressões, construções populares, anacolutos, termos triviais, enriquecimentos conotativos através de espirituosas e inéditas alianças de campos semânticos. A escrita de Garrett torna-se pois, de modo profundamente romântico, a verbalização da sua identidade, onde pessoa e nação se fundem.
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