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Trabalho solicitado pela professora Cynthia Carla de Almeida Andrade

Por:   •  13/1/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.442 Palavras (10 Páginas)  •  4.890 Visualizações

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CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA

FICHAMENTO DO CAPITULO 9

 (Maria Ferreira Jardim)

MONTE SANTO

2016

ELIZETE DO NASCIMENTO FERREIRA

PATRÍCIA DA SILVA NASCIMENTO

REGIANE FRANCISCA DA SILVA

REINALDO ALMEIDA DE PASSOS

FICHAMENTO DO CAPITULO 9

(Maria Ferreira Jardim)

Trabalho solicitado pela professora Cynthia Carla de Almeida Andrade para a obtenção de nota referente a disciplina Metodologia da Literatura.

MONTE SANTO

2016

CRITÉRIOS PARA ANÁLISE E SELEÇÃO DE TEXTOS DE LITERATURA INFANTIL

Atualmente, uma grande quantidade de obras infantis e juvenis é lançada no mercado. Somando às histórias clássicas já conhecidas e as recentes publicações de anos anteriores, o professor que irá realizar um trabalho com literatura terá, para sua escolha, uma variedade considerável de obras, algumas muito boas, mas a maioria de qualidade duvidosa (p.15).

Em primeiro lugar, é necessário que o professor esteja munido de conhecimentos teóricos sobre a importância e a função da literatura infantil na formação da criança. É preciso, também, que ele tenha estabelecido objetivos claros para o trabalho que irá desenvolver (p.75).

O ponto de partida a ser considerado diz respeito aos aspectos materiais, já que a primeira interação da criança com o livro se dá através das impressões visuais e táteis: a capa, o tamanho, o formato, o peso, a espessura e a qualidade do papel, o número de páginas, o equilíbrio entre ilustração e as cores (p.75).

A análise desses elementos extrínsecos deve levar em conta, sobretudo, a faixa etária da criança para quem o livro se destina (p.75).

Para leitores em fase de alfabetização, o texto deve ser curto, o vocabulário acessível e a ilustração facilitadora da compreensão da história (p.76).

A ilustração desempenha um papel importante no livro infantil e é um dos seus traços caracterizadores (livros ditos para adultos raramente recorrem a ela). Assim sendo, é preciso que o professor, em sua análise, se detenha em tal aspecto. A ilustração estimula o raciocínio e a criatividade do leitor, por isso os desenhos devem sugerir mais do que já está expresso no enunciado verbal, evitando a mera descrição gráfica do texto (p.76).

Por outro lado, as ilustrações têm servido de veículo para o reforço de estereótipos e preconceitos. Personagens más são invariavelmente feias, enquanto fadas, príncipes, princesas e heróis apresentam sempre um ótimo aspecto (p.76).

É preciso que o professor reconheça tais preconceitos e estereótipos, rejeitando os livros cujas ilustrações os salientam ou preparando-se para discuti-las com seus alunos (p.76).

O segundo ponto na análise do livro diz respeito ao texto propriamente dito. Ele é bem escrito? Conta uma história original? Vai prender a atenção do leitor? Está de acordo com a faixa etária a que se destina? É capaz de despertar o imaginário? De suscitar problemas e encontrar soluções para eles? Que tipo de ideologia perpassa a história contada? Trata-se de uma obra meramente didática ou moralista? (p.76).

Com relação à originalidade do texto, o importante é que a abordagem dada ao tema seja instigante. Uma história antiga como A Chapeuzinho Vermelho tem recebido, no decorrer do tempo, versões das mais diversas (p.77).

A adequação do livro aos interesses da criança a que se destina é um assunto que tem merecido diversas pesquisas e artigos, dada a sua complexibilidade e importância. As pesquisas sobre esse tema têm comprovado que o interesse da criança por determinado assunto relaciona-se à sua idade. Shliebe-Lippert e A.Beinlich, citados por Bamberger (1987), apontam cinco diferentes fases de leitura (p.77).

A primeira, segundo eles, vai dos 2 aos 5 ou 6 anos de idade. Nessa fase, a criança faz pouca distinção entre o mundo exterior e o interior, vivendo um período de grande egocentrismo (p.77).

A segunda fase vai dos 5 aos 8 ou 9 anos. Beinlich caracteriza-a como a idade de leitura de realismo mágico. (p.77).

A fase seguinte se estende dos 9 aos 12 anos. Beinlich caracteriza-a como período em que a criança constrói “uma fachada prática, realista, ordenada racionalmente, diante de um fundo mágico-aventuresco pseudo-realiasticamente mascado”(p.77).

Segue-se a fase do “realismo aventuroso” ou “da leitura não-psicológica orientada para o sensacionalismo” ( de 12 a 14 ou 15 anos). Nesse período, o pré-adolescente, pouco a pouco, toma consciência da própria personalidade (p.77).

A quinta fase e última fase corresponde aos anos da maturidade ou de “desenvolvimento da esfera estética-literária da leitura” ( de 14 a 17 anos). Nesse período, o leitor já é capaz de valorizar, além da trama, a forma e o conteúdo das histórias (p.77).

Essa e outras classificações propostas servem apenas como indicadores para as leituras das crianças, já que nelas o leitor é tratado coletivamente, desconsiderando-se as características e o desenvolvimento individuais, que poderão acarretar interesses diversificados (p.77-78).

Em uma boa seleção de livros não podem faltar os contos de fadas tradicionais. Por lidarem com o mágico, o maravilhoso, esses contos são ideais para a faixa etária em que a criança é essencialmente suscetível à fantasia. Entretanto, os contos de fadas também devem ser criteriosamente analisados. Por serem histórias de domínio  público, diferentes versões são constantemente lançadas no mercado, muitas delas de qualidade sofrível. Deve-se considerar, ainda, que as histórias de fadas, ao longo de sua trajetória dentro da literatura infantil, têm sofrido severas críticas. Seus opositores alegam que elas levam a criança ao escapismo e consolidam comportamentos conservadores contra os quais se vem lutando ( Tais como a representação rígida dos papéis masculino e feminino, com a mocinha tendo como destino final o casamento com o príncipe...) dando ênfase a valores estereotipados de bem e mal, belo e feio, inteligente e estúpido. Por outro lado, seus adeptos afirmam que os contos de fada ajudam as crianças na elaboração do real, fornecendo-lhe modelos de estruturas sociais e comportamentais que facilitam o entendimento da complexidade do mundo adulto (p.78-79).

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