Trecho Texto Antonio Candido Para Estudos Disciplinares I Unip 2014
Exames: Trecho Texto Antonio Candido Para Estudos Disciplinares I Unip 2014. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: Pip33oca • 28/11/2014 • 971 Palavras (4 Páginas) • 1.357 Visualizações
A contribuição da literatura para o desenvolvimento humano pode ser um instrumento consciente de desmascaramento, pelo fato de focalizar as situações de restrição dos direitos, ou negação deles, como a miséria, a servidão, a mutilação espiritual. Essa relação da literatura com os direitos humanos, a literatura corresponde a uma necessidade universal que deve ser satisfeita sob pena de mutilar a personalidade, porque pelo fato de dar forma aos sentimentos e à visão do mundo ela nos organiza, nos liberta do caos e, portanto nos humaniza e negar a fruição da literatura é mutilar a nossa humanidade.
Portanto, a luta pelos direitos humanos abrange a luta por um estado de coisas em que todos possam ter acesso aos diferentes níveis da cultura e uma sociedade justa pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a fruição da arte e da literatura em todas as modalidades e em todos os níveis é um direito inalienável.
Muitas são as discussões acerca da formação de leitores na educação de jovens e adultos, ensinar e aprender leitura têm sido objeto de muita polêmica, visto que alguns professores discordam de que sejam trazidos para sala textos complexos que fujam do padrão que eles trabalham. Outros já se declaram mais abertos a uma nova proposta que possa mudar a realidade de leitura existente. Foi a partir dessa situação e após percorrer a fortuna crítica desta problemática, que resolvemos pensar que os textos para o estudante, devem pertencer a uma categoria que reflita a sua realidade, que provoquem emoções e sirvam de instrumento educativo. Porém, acima desta polêmica, é incontestável que os elementos que estabelecem a arte, a invenção, a interpretação, e a liberdade, são os mesmos que permeiam a vida do ser humano, e, por esse motivo, o jovem e o adulto estão muito perto da arte.
Lembrando que a arte literária é um dos caminhos para aprender a aprender, para descobrir os mistérios e os encantos da vida, não é estranha a função pedagógica que a literatura carrega.
Tal função implica o dirigir e o orientar o uso da informação e implica também o crivo da escola e da biblioteca no oferecimento de textos para os alunos. Dessa forma, os jovens e adultos que se encontram na escola são convidados a entrar no universo ficcional e lidar com um ambiente lúdico e prazeroso. Ao afirmar que a leitura é uma questão pedagógica, Eni Orlandi (1996), mostra também que a escola encara a leitura como um instrumento útil ao aprendizado, desprezando sua função lúdica e interativa. Ao propor uma forma de leitura homogênea, a escola privilegia a classe média em detrimento dos alunos de baixa renda. E desse modo, a ideologia escolar enfatiza a leitura parafrásica e ignora a leitura polissêmica, tirando do leitor a possibilidade de participação no texto.
Aliada a essa atitude, a escola ignora o fato de que o aluno convive com outras formas de linguagem em sua comunidade e, portanto, acaba legitimando leituras que correspondam ao gosto do docente e não a necessidade do discente.
O jovem e/ou adulto que se encontra na escola hoje, não pode ser encarado como um sujeito ingênuo, indefeso ou totalmente dependente. Ele é sem dúvidas um ser que participa ativamente das modificações que o mundo tecnológico dispõe para todos nós, tais como: televisão, jogos de computador e internet. Além disso, ele tem consciência de sua sexualidade, é questionador e crítico e não se submete passivamente à autoridade e não aceita a leitura dirigida e dogmática. Diante disso, pode-se observar que a mudança dos tempos e a mudança de paradigmas têm profundos reflexos na literatura em geral e particularmente, no ensino da literatura na escola
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