UM HOMEM CÉLEBRE DE MACHADO DE ASSIS

UM HOMEM CÉLEBRE DE MACHADO DE ASSIS

1. Bibliografia - O conto “Um Homem Célebre”, foi escrito por Joaquim Maria Machado de Assis. Este nasceu em 21 de junho de 1839, na cidade do Rio de Janeiro e morreu em 1908, aos 69 anos de idade. Machado de Assis é considerado um dos maiores nomes da nossa literatura, devido ao seu grande legado, composto por mais de 200 contos, 600 crônicas e 9 romances. Um Homem Célebre foi publicado primeiramente na antiga revista carioca da época do Brasil Império “As Estações” em 1883 e posteriormente no livro “Várias Histórias” em 1896. Nele, Machado de Assis mostra os aspectos históricos do Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, que fora invadido pela música, ouvida nas ruas e nas casas, onde aconteciam muitos saraus.

1. Resumo do enredo – “Um Homem Célebre” conta a história de Pestana, um famoso compositor de polcas, que vive infeliz por não conseguir produzir obras como as de Beethoven, Mozart, Chopin e outros grandes nomes da música clássica. A popularidade de suas polcas não reduzia a sua frustação como artista. Sendo assim ele se casa com Maria, uma mulher uma viúva jovem, que mesmo tendo tuberculose, era uma amante de música. Pestana decide que iria compor uma peça à sua esposa, mas ela identifica imediatamente o compositor da melodia, fazendo Pestana se sentir incomodado e inconformado pela sua falta de inspiração e originalidade. Após isso, ele para de compor, até a morte de Maria. Em homenagem, Pestana pensa em fazer uma composição para a falecida. Trabalha na obra durante mais de um ano, porém falha novamente ao tentar compor e decide abandonar a profissão, ficando sem dinheiro. Posteriormente ele volta a trabalhar, porém pega uma febre alta, que o leva a morte. 
2. Tempo – Em tempo cronológico, podemos identificar que o texto passa durante o Segundo Império brasileiro, entre os anos de 1871ou 75 e 1885, mais precisamente, entre a publicação da primeira polca de Pestana e o falecimento da personagem. Além disso, é possível também caracterizar a narrativa como posterior, ou seja, feita depois de os fatos terem ocorrido, como se percebe pelo uso dos tempos verbais no pretérito: “Vexado, aborrecido, Pestana respondeu que sim, que era ele”.
3. Personagens – Pestana, o editor, Maria, Sinhazinha Mota.

1. Espaço – O espaço urbano serve como cenário para a estória de Pestana, que corresponde ao Rio de Janeiro. Observamos um ambiente envolto pela musicalidade o que faz com que tenhamos uma ideia das pessoas que comumente habitam esse lugar e assim melhor avaliar o contexto em que ela se passa.

1. Foco Narrativo - como o uso do narrador observador, o qual narra os fatos com objetividade, com enfoque nos problemas das personagens.

1. Estilo - As características de Machado de Assis na obra são o pessimismo, no sentido de que as personagens nunca estão satisfeitas com suas vidas, não buscam melhoras e ficam apenas se lamentando; o uso da ironia destrutiva, sendo que no conto Pestana tinha o dom de compor polcas, era reconhecido por isso, porém ficava se comparando com compositores clássicos e se lamentando por não conseguir algo semelhante a eles. Junto a isso, há o sentimento de inveja, presente em boa parte das personagens, paralelo a ideia do homem universal. Machado de Assis ainda fala da essência humana, da aniquilação dos sonhos, do sentimento de impossibilidade, onde o homem é forçado a abandonar um ideal para viver no mundo das aparências, numa sociedade dominada pelo capitalismo.

1. Verossimilhança –

1. Movimento literário – Como características do Realismo, temos personagens não idealizadas, junto com a ideia do homem universal, que apresenta erros, se aproveita dos outros, tirando vantagem dos que estão ao seu redor e sempre desejam mais do que tem. Além disso, o texto foi escrito de maneira objetiva, sem muitos sentimentalismos, focando nos fatos. O espaço urbano e o tempo contemporâneo são outras características dessa escola literária, que estão presentes na obra, sendo que a história, provavelmente, se passa durante o final do século XIX, na cidade do Rio de Janeiro. Outros traços marcantes desse período são a crítica à sociedade, coma desvalorização do ser humano, junto com a temática de escravidão, que foi abolida no ano da publicação da obra e o amor apresentado de forma fisiológica, sem sentimentos, sendo que no conto, Pestana se casa com uma viúva, Maria, na esperança de que isso lhe ajude a alavancar sua carreira. Há também o retorno dos temas do passado, ao tratar de grandes nomes da música do passado, como Mozart e Beethoven.

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