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UMA LEITURA POLÍTICA SOBRE O PRIMO BASÍLIO

Por:   •  20/11/2017  •  Resenha  •  569 Palavras (3 Páginas)  •  751 Visualizações

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UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL - UFPB VIRTUAL

DISCIPLINA: LITERATURA PORTUGUESA II

PROFESSOR: FÁBIO DE SOUSA DANTAS

ALUNA: FRANCIANE SANTANA LIMA SILVA.

UMA LEITURA POLÍTICA SOBRE O PRIMO BASÍLIO

Johan Jarnaes possui grau universitário em História, Inglês e Línguas, escritor de várias obras da qual faz parte “Uma leitura política de O Primo Basílio", fundamentada em trechos das obras de Oliveira Martins e João Medina, autores que também escreveram acerca da situação política e cultural de Portugal.

No texto “Uma leitura política de O primo Basílio”, Johan Jarnaes retrata a situação política na qual Portugal encontrava-se, essa retratação se dá através de uma analogia entre a vida de cada personagem que compõe a obra de Eça de Queiroz “O Primo Basílio”. Baseado na mesma, o autor busca mostrar a farsa que compunha as diferentes classes sociais da época, período constitucionalista liberalista, ou seja, fase marcada pelo movimento social, político e jurídico em que as bases são alicerçadas em teorias políticas, na qual, de acordo com o autor, está uma das causas para decadência portuguesa. O povo abandona a devoção a pátria, as autoridades máximas permitem que a sociedade viva oprimida e as desigualdades sociais dominam.

Em seu texto, Jarnaes declara que o domínio do Liberalismo Inglês sobre a sociedade portuguesa resultou na dominação econômica de Portugal, dentro desta miséria em que vivia o povo português conseqüente da ilusão imposta pelo liberalismo, encontrava-se a burguesia que desfrutava de uma vida tranqüila e ociosa, ou seja, sem ocupação, estas particularidades burguesas contribuíram para decadência desta classe social e para imoralidade destacada no adultério de Luisa, personagem principal da obra.  

Ao longo da obra o autor utiliza cada um dos personagens de “O Primo Basílio” para representar as instituições políticas e classes sócias portuguesa, sendo que através dos mesmos busca-se demonstrar a real situação política e social lisbonense. Luísa seduzida por seu primo Basílio comete adultério e representa à traição da burguesia, Juliana simboliza o povo e as buscas por justiça, ambas mostram a luta pelo poder, Leopoldina reflete o desejo de um Portugal forte e independente. Jorge retrata a cegueira social, sendo o mesmo produto do liberalismo.

 A obra em si focaliza um olhar critico e político presente no romance acerca do constitucionalismo e liberalismo, além de abordar questões sócias e o fracasso do casamento, uma das instituições mais sólidas. A partir de uma visão política é possível destacar que a burguesia reprova a revolução, considerando-se como liberais avançados, mas acabam por rejeitar qualquer forma de mudança, para esta classe as coisas essenciais para a sociedade são a família e poder.

Diante do que foi exposto, se pode perceber que o texto possui uma linguagem objetiva, um pouco complexa, o que exige uma leitura mais aprofundada e detalhada, além de que, para uma melhor compreensão faz-se necessário conhecer o romance de Eça de Queiroz, trata-se de um texto interessante e que nos permite conhecer um pouco da história política, econômica e cultural de Portugal, contribuindo também para entender de que forma o Liberalismo pode ter favorecido para o declínio português. Permite-nos refletir acerca da desigualdade social que marcou aquela sociedade e que perdura até os dias atuais.  

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