18 formas para você começar um texto1
Trabalho acadêmico: 18 formas para você começar um texto1. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: fcfern • 27/11/2014 • Trabalho acadêmico • 1.812 Palavras (8 Páginas) • 991 Visualizações
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O parágrafo-chave: 18 formas para você começar um texto1
Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criativa. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo de hoje, a cada dia que passa, no mundo em que vivemos, na atualidade.
Listamos aqui dezoito formas de começar um texto. Elas vão das mais simples às mais complexas.
1. Uma declaração (tema: liberação da maconha)
É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre as drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda.2
A declaração é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.
2. Definição (tema: o mito)
O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas da ação humana.3
A definição é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.
1 VIANA, Antônio Carlos. (coord.) Roteiro de Redação: lendo e argumentando. São Paulo: Scipione, 2006.
2 CORAZZA, Alberto. Istoé. 20 dez. 1995.
3 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São Paulo, Moderna, 1992. p. 62.
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3. Divisão (tema: exclusão social)
Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o combate à marginal idade social em Nova York vem contando com intensivos esforços do poder público e ampla participação da iniciativa privada.4
Ao dizer que há duas convicções errôneas, fica logo clara a direção que o parágrafo vai tomar. O autor terá de explicitá-las na frase seguinte.
4. Oposição (tema: a educação no Brasil)
De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É este o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.
As duas primeiras frases criam uma oposição (de um lado/de outro) que estabelecerá o rumo da argumentação.
Também se pode criar uma oposição dentro da frase, como neste exemplo:
Vários motivos me levaram a este livro. Dois se destacam pelo grau de envolvimento: raiva e esperança. Explico-me: raiva por ver o quanto a cultura ainda é vista como artigo supérfluo em nossa terra; esperança por observar quantos movimentos culturais têm acontecido em nossa história, e quase sempre como forma de resistência e/ou transformação. (...)5
O autor estabelece a oposição e logo depois explica os termos que a compõem.
5. Alusão histórica (tema: globalização)
Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou em rota acelerada de competição.
4 Folha de São Paulo, 17 dez. 1996.
5 FEIJÓ, Martin César. O que é política cultural. São Paulo, Brasiliense, 1985. p. 7.
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O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.
6. Uma pergunta (tema: a saúde no Brasil)
Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece não ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.
A pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será respondida ao longo da argumentação.
7. Uma frase nominal seguida de explicação (tema: a educação no Brasil)
Uma tragédia. Essa é a conclusão da própria Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3º ano do Ensino Médio submetidos ao Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou estudantes das 4ª e 8a séries do Ensino Fundamental em todas as regiões do território nacional.6
A palavra tragédia é explicada logo depois, retomada por essa é a conclusão.
8. Adjetivação (tema: a educação no Brasil)
Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política educacional do governo.7
A adjetivação inicial será a base para desenvolver o tema. O autor dirá, nos parágrafos seguintes, por que acha a política educacional do governo equivocada e pouco racional.
6 Folha de São Paulo, 27 nov. 1996.
7 SANCHES, Anderson. Infocus, n. 5, ano 1, out. 1966. p. 2.
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9. Citação (tema: política demográfica)
As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora.8
O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate9 no estado de letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo.
A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela é retomada
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