A ARTE E LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Por: Ligia Moreira Benvenuti • 22/10/2017 • Artigo • 2.516 Palavras (11 Páginas) • 4.540 Visualizações
ARTE E LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
E ANOS INICIAIS
Bárbara Rosemeyre Vasques Alfonso Silva[1]
Leandro Henrique Araújo Leite [2]
Resumo
A pesquisa realizada teve por objetivo principal investigar o lúdico como parte integrante no processo inicial da aprendizagem e compreender a Arte como meio de comunicação e expressão na infância. Sendo assim, para a realização desta pesquisa em questão foi realizado um estudo bibliográfico com base em livros, artigos e sites relacionados com o tema, para levantamento teórico. Infelizmente percebe-se, em diversos ambientes escolares, que as oportunidades de criar no ensino de arte cedem lugar para as atividades direcionadas semiprontas, prejudicando assim o desenvolvimento das crianças, cabe ainda destacar a importância das atividades lúdicas em proporcionar uma aprendizagem significativa em nossos alunos, mas ainda nos deparamos com obstáculos que dificultam a prática dessas atividades. É importante de se abordar nesta pesquisa que a criatividade no ensino de arte e a ludicidade na formação inicial dos pequenos, necessita de incentivos adequados para o seu desenvolvimento criativo das crianças.
Palavras-chave: Ensino, Artes, Atividades lúdicas, Aprendizagem.
l. INTRODUÇÃO
O caminho para a educação perpassa por todas as atividades humanas, por isso seu objetivo maior deve ser propiciar o pleno desenvolvimento de todos os indivíduos levando-os à humanização.
Dessa forma, justifica-se o presente estudo por apresentar uma reflexão crítica sobre a importância do ensino de arte e o lúdico no processo de aprendizagem dos alunos, no desenvolvimento psicomotor e das habilidades do pensamento das crianças dentro e fora da sala de aula.
Assim sendo, a arte é de fundamental importância para o ser humano, pois educa a sensibilidade e contribui para o desenvolvimento da criatividade e da cognição, por isto deve ser valorizada no âmbito escolar.
A arte na educação, como expressão pessoal e como cultural, é um importante instrumento para a identificação cultural e o desenvolvimento individual. (BARBOSA, 2008, p. 99)
Deve ser compreendido o ensino de artes, como um instrumento para a construção de valores sociais e éticos, isto é, tanto educadores quanto a sociedade de uma forma geral devem lançar um olhar crítico sobre a importância da arte para a formação do ser humano, pois a arte possibilita que o aluno tenha uma concepção poética e sensível do mundo e através dela aprende que o homem pode transformar seu modo de vida.
Sendo assim, percebemos que o acesso das crianças a jogos eletrônicos e sites, está acontecendo cada vez mais cedo, de forma a abranger os primeiros anos de vida. Isto promove o desenvolvimento do raciocínio lógico das crianças, porém, afirma Vygotsky (1989) na infância é muito importante que a criança tenha a oportunidade de experimentar diversas possibilidades de aprendizagem, multiplicando o prisma de suas relações. Dessa forma, é importante que os jogos e as brincadeiras não se limitem apenas aos jogos eletrônicos ou a televisão.
A atividade lúdica é indispensável à saúde física, emocional e intelectual. Por meio da atividade lúdica, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a autoestima.
"[...] a criança expressa-se pelo ato lúdico e é através desse ato que a infância carrega consigo as brincadeiras. Elas perpetuam e renovam a cultura infantil, desenvolvendo formas de convivência social, modificando-se e recebendo novos conteúdos, a fim de se renovar a cada nova geração. É pelo brincar e repetir a brincadeira que a criança saboreia a vitória da aquisição de um novo saber fazer, incorporando-o a cada novo brincar. (CRAIDY; KAERCHER, 2001,p.103).
Segundo Cunha (1999, p. 10) “[...] para que as crianças tenham possibilidades de desenvolverem-se na área expressiva, é imprescindível que o adulto rompa com seus próprios estereótipos [...]”, assim, o professor tem que fazer parte do processo de descoberta da criança, desprezando os estereótipos e abrindo a mente para novas idéias e novos materiais, não só entendendo mas vivenciando as linguagens da arte com a criança.
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Retirado do site: https://sites.google.com/site/normalmedioj/home/brincadeiras-de-criancas
II. CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO DE ARTE NA EDUCAÇÃO INFANTIL E ANOS INICIAIS
Desde os primórdios o homem já utilizava a arte como meio de se expressar e se comunicar com seu grupo social, um dos exemplos são as pinturas rupestres, a arte como tal, se insere na produção cultural que ocorre de forma contínua na sociedade, transmitindo ideias e emoções que determinada sociedade constrói em uma determinada época histórica.
Nos estudos realizados é possível verificar diante do ensino de artes que um dos seus objetivos principais é desenvolver a autonomia e o senso crítico dos alunos assim, possibilitando a ampliação de suas capacidades criativa e imaginativa, proporcionando a elevação da auto-estima também.
De acordo com os PCN (2001, Vol. 6, p.19):
O ensino da arte proposto pelos Parâmetros Curriculares Nacionais tem como finalidade viabilizar o desenvolvimento do pensamento artístico, ajudar o educando a dar sentido ao mundo que o rodeia e as experiências pessoais, a ampliar, a imaginação, a sensibilidade, e a capacidade reflexiva.
Assim sendo, o ensino de artes é matéria obrigatória no Ensino Básico, com sua introdução no currículo escolar, denominada na Lei- “Diretrizes e Bases da Educação”. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:
O desenvolvimento da imaginação criadora, da expressão, da sensibilidade e das capacidades estéticas das crianças poderá ocorrer no fazer artístico, assim como no contato com a produção de arte presente nos museus, igrejas, livros, reproduções, revistas, gibis, vídeos, CD-ROM, ateliês de artistas e artesãos regionais, feiras de objetos, espaços urbanos etc. O desenvolvimento da capacidade artística e criativa deve estar apoiado, também, na prática reflexiva das crianças ao aprender, que articula a ação, a percepção, a sensibilidade, a cognição e a imaginação. (BRASIL, 1998, p. 89)
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