A Atividade de Sistematização

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ALESSANDRA FARIA MAIA

SISTEMATIZAÇÃO DE APRENDIZAGEM

Novembro/2019

ESTUDO DE CASO

        A Psicopedagogia tem como um dos objetivos principais a intervenção, cuja finalidade é mediar o docente e seus objetivos de aprendizagem, tendo em vista que as causas do não aprender podem ser diversas.

        Atualmente, várias pesquisas têm sido realizadas para compreender o fracasso escolar na alfabetização, tendo em vista os problemas que a leitura e escrita apresentam à educação.

        Nesse sentido, é importante que os educadores tenham conhecimentos que lhe possibilitem compreender sua prática e os meios necessários para promoverem o progresso dos alunos. "A Psicopedagogia tem como meta compreender a complexidade dos múltiplos fatores envolvidos nesse processo" (RUBINSTEIN, 1996, p. 127).

        No caso em tela, iremos analisar o caso de um aluno era do sexo masculino, tinha 12 anos de idade e frequentava o 3º ano (2ª série) de uma escola pública. Os pais tinham 30 anos e eram desquitados. Moravam na mesma residência a mãe, a criança e uma irmã de 10 anos. A mãe trabalhava o dia todo e as crianças ficam sozinhas em casa, até a mãe retornar. As atividades do dia-a-dia, quando podia, eram acompanhadas pela mãe quando chegava do trabalho.

1. Entrevista familiar e Anamnese

Segundo Pain (1986), a hipótese fundamental para avaliar o sintoma é entende-lo como um estado particular de um sistema que para equilibrar-se é fazer uma análise da situação para poder diagnosticar os problemas e suas causas.

A anamnese foi realizada com a mãe, de modo sucinto temos: nasceu prematuro de 8 meses, não precisou de oxigênio nem ficou na incubadora. Usou fralda até os 2 anos; na pré-escola a professora dizia que a criança não tinha boa coordenação motora; trocava letras na fala; aos 8 anos os pais se separaram; a genitora enfatiza que seu comportamento não condiz com sua idade; que ele sente muita falta do pai e o matriculou em uma escola especial. A escola aponta que em alguns momentos o aluno é apático, mas realiza as atividades com atenção.

A avaliação global inicial possibilitou compreender aspectos positivos no que diz respeito a conduta cognitiva do educando, onde percebe-se que há a necessidade de encaminhá-lo a um Psicólogo para intervenções que trabalhem as questões emocionais trazidas pela separação dos pais e a ausência que ele sente de seu genitor.

Relativo a saúde física há a necessidade de encaminhá-lo a um Neuropediatra para que seja possível uma avaliação, cuja finalidade é obter um diagnóstico clínico, que respalde o psicopedagogo acerca dos fatores orgânicos, psicógenos, ambientais e específicos.

1. Orientação Psicopedagógica para a criança

A avaliação psicopedagógica aponta a dificuldade na compreensão das classes da unidade, dezena e centena. Deste modo, a orientação Psicopedagógica estará alicerçada a ações que promovam o desenvolvimento da atenção e da memória.

Para que a criança aprenda as operações fundamentais, há necessidade de que a mesma compreenda o sistema de numeração decimal, que envolvem o valor posicional do número, transformação das unidades e a lógica presente nas operações de adição, subtração, multiplicação e da divisão. “Nada deve ser dado à criança, no campo da matemática, sem primeiro apresentar-se a ela uma situação concreta que a leve a agir, pensar, a experimentar, a descobrir, e daí, a mergulhar na abstração” (AZEVEDO, 1979, p.27).

1. Orientação Psicopedagógica para a família

Durante a entrevista foi possível perceber que a mãe relata um descuido por parte de seu ex-marido desde sua gestação e traz para a vida de seu filho esta percepção o que pode leva-lo a um embate emocional.

Deste modo, a orientação para a família (mãe) foi estabelecida com  a mobilização de diálogos; exercício de auto-percepção e introspecção; resgate da mãe ideal e aproximações com a mãe real; trabalho com imagens e contos, os quais possibilitaram novas compreensões e alterações de suas percepções acerca de sua gestação e do desenvolvimento de seu filho.