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A Avaliação de Leitura

Por:   •  30/1/2023  •  Relatório de pesquisa  •  938 Palavras (4 Páginas)  •  101 Visualizações

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OS TRÊS IRMÃOS.

Um velho tinha três filhos, mas como todos seus bens limitavam-se a uma casa, que lhe fora legada por seus pais, não era capaz de decidir-se a vendê-la a fim de dividir o produto da venda entre seus filhos. Nessa dúvida ocorreu-lhe uma ideia.

_Aventurem-se* pelo mundo _ disse-lhes um dia; --aprendam um ofício que lhes permita viver, e quando tiver terminado essa aprendizagem dêem-se pressa em regressar; aquele de vocês que der a prova mais convincente de sua habilidade, herdará a casa.

Em consequência dessa decisão, foi fixada a partida dos três irmãos*. Decidiram que um se tornaria ferreiro, outro barbeiro, e o terceiro mestre em armas. Logo fixaram o dia e a hora para encontrar-se e voltar juntos ao lar paterno. Combinado isso, partiram-se.

Ocorreu que os três irmãos tiveram a boa sorte de encontrar cada um hábil mestre no ofício que* queriam aprender. Assim foi que o nosso ferreiro não demorou a encarregar-se de ferrar os cavalos do rei, de modo que pensava com seus botões: “Meus irmãos terão de ser muito hábeis para ganhar a casa para si”.

Por outro lado, o jovem barbeiro logo teve por clientes os mais* importantes senhores da corte, de modo que já estava certo de ficar com a casa sob as barbas de seus irmãos.

Quanto ao mestre de armas, antes de conhecer todos os segredos de sua arte, teve de receber mais de uma estocada, mas a recompensa prometida valia a pena, e* ele exercitava sua vista e sua mão.

Quando chegou a época fixada para o regresso, os três irmãos reuniram-se no lugar combinado e juntos tomaram o caminho rumo à casa de seu pai.

Na mesma tarde de seu retorno, enquanto estavam os quatros sentados diante da porta da casa, viram* uma lebre que vinha em direção a eles, correndo pelo campo, travessamente.

_Bravo! – disse o barbeiro. –Eis aqui um cliente que vem a calhar para dar-me ocasião de demonstrar minha habilidade.

Pronunciando estas palavras, nosso homem pegou o sabão e a tigela e preparava sua espuma branca. Quando a lebre* chegou perto, correu em sua perseguição, alcançou-a, e enquanto corria lado a lado do ligeiro animal, ensaboou seu focinho e rapidamente, de uma só passada, tirou-lhe os bigodes, sem fazer-lhe o menor corte e sem omitir o pêlo mais pequenino.

_ Eis aqui algo bem feito! – disse o pai – Muito hábeis* terão de ser teus irmãos para tirar-te a casa.

Alguns instantes depois viram chegar a toda velocidade um brioso cavalo atrelado a um coche ligeiro.

_ Vou dar-lhes uma demonstração de minha habilidade – disse por sua vez o ferreiro.

Dizendo isso lançou-se sobre o rastro do cavalo, e ainda* que este redobrasse sua velocidade, tirou-lhe as quatro ferraduras, as quais trocou por outras quatro; tudo isso em menos de um minuto, da maneira mais confortável do mundo e sem diminuir o passo do cavalo.

_ És um grande artista – exclamou o pai – podes estar tão certo de teu negócio como* teu irmão está do seu, e realmente não seria capaz de decidir qual dos dois merece mais a casa.

Esperam que eu tenha feito minha prova – disse o terceiro filho.

Nesse momento começou a chover. Nosso homem tirou a espada e pôs-se a efetuar círculos tão rápidos sobre sua* cabeça, que nenhuma gota de água caiu sobre ele. A chuva aumentou em intensidade, logo pareceu que a derramavam com baldes do céu. No entanto nosso mestre de armas, que havia se limitado a fazer girar sua espada cada vez mais rapidamente, mantinha-se seco sob sua arma, como se* tivesse sob um guarda-chuva ou sob um teto. Vendo isso, a admiração do feliz pai chegou à culminância e ele exclamou.

_És tu quem deu a mais surpreendente prova de habilidade, és tu aquele ao qual corresponde a casa.

Os dois maiores aprovaram essa decisão e juntaram seus elogios aos* de seu pai. Depois, como os três queriam-se muito, não quiseram separar-se e continuaram vivendo juntos na casa paterna, onde cada um exercia seu ofício. A fama de sua habilidade estendeu-se e logo ficaram ricos. É assim viveram felizes e considerados até idade avançada. E quando por último o* maior faleceu, os outros dois sentiram tal tristeza que não levaram muito tempo para segui-lo. Receberam honrarias fúnebres. O cura do lugar disse com razão que três irmãos que em vida viveram dotados de tão grande habilidade e estiveram unidos com um amor firme, não deviam ficar separados na morte*. Portanto foram sepultados juntos.

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