A ESCOLA COMO ESPAÇO DE APRENDIZAGEM

A escola como organização de trabalho e lugar de aprendizagem do professor.

O sistema escolar e as políticas educacionais tem centrado na escola como unidade básica e espaço para realização dos objetivos e metas do sistema educativo.
Essas estratégias dizem respeito à descentralização do ensino, atribuindo às escolas maior poder de decisão e autonomia.
O Pedagogo português Antônio Nóvoa conta que nos anos de 1960-70 o sistema escolar destacava-se pela constatação da relação do funcionamento dos sistemas escolares e as desigualdades sociais, culpabilidade pela discriminação e exclusão de alunos provenientes das camadas populares, sendo esse um meio indispensável de elevação do nível cultural, de formação para cidadania e de desenvolvimento de conhecimentos e capacidades para enfrentamento das condições adversas da vida.
Todas as pessoas que trabalham na escola participam de tarefas educativas , embora não de forma igual . Não podemos compreender o funcionamento da escola apenas pelo que vemos, e todo um mundo de significados, valores, atitudes, modos de convivência , formas de agir e resolver problemas, que vão definindo uma cultura própria de cada escola, e que tende a permanecer oculta .
Segundo Libâneo,(2.001 pg. 80): “A organização escolar democrática implica não só a participação na gestão mas a gestão da participação”. Assim ela não pode ficar apenas no discurso, mas deve priorizar os objetivos do ensino, principalmente a qualidade cognitiva dos processos de ensino e aprendizagem.
           Para que a gestão democrática de fato se realize, é imprescindível a concretização da autonomia que é concedida às escolas; a discussão, a troca de idéias de todo os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem; flexibilização nas negociações tanto administrativas como pedagógicas, valorizando o pluralismo de idéias; promovendo a melhoria continuada da educação e o comprometimento de todos.
      Aposta na construção coletiva de objetivos e do funcionamento da escola, por meio da dinâmica intersubjetiva, do diálogo, do consenso, através de um clima de respeito, de confiança, agindo de forma sincera, transparente e objetiva, dando abertura para os questionamentos, sendo o trabalho do Diretor o elo integrador e articulador dos vários segmentos da escola.
A concepção democrática de gestão concebe a docência como trabalho interativo, valoriza o desenvolvimento pessoal, a qualificação profissional e a competência técnica, considerando que a escola é um espaço educativo, de aprendizagem, mas é também o local em que os profissionais desenvolvem sua profissionalidade.
A participação é o principal meio de se assegurar a gestão democrática da escola, deste modo, o envolvimento de todos os segmentos da escola, inclusive da comunidade no processo de tomada de decisão possibilita a todos o conhecimento e a avaliação dos serviços oferecidos e a intervenção organizada na vida escolar., a participação influi na democratização da gestão na melhoria da qualidade de ensino.

Todos os segmentos da comunidade podem compreender melhor o funcionamento da escola, conhecer com mais profundidade os que nela estudam e trabalham, intensificar seu envolvimento com ela e, assim, acompanhar melhor a educação ali oferecida.
É preciso conhecer a escola mais de perto, ou seja, temos que saber o que acontece no seu interior, principalmente nas dinâmicas das relações e interações que constituem seu cotidiano, verificando as forças que a movem ou que a retêm, identificando as estruturas de poder e os modos de organização do trabalho escolar, analisando o desenvolvimento de cada sujeito no meio interacional. Os princípios e os procedimentos referentes à ação de planejar o trabalho da escola, racionalizar o uso de recursos (materiais, financeiros, intelectuais), coordenar e controlar o trabalho das pessoas caracteriza a “organização escolar” que é frequentemente identificada com “administração escolar”,
A fundamentação da gestão está, pois, na constituição de um espaço público de direito, que deve promover condições de igualdade, garantir estrutura material para um serviço de qualidade, criar um ambiente de trabalho coletivo que vise a superação de um sistema educacional seletivo e excludente, e ao mesmo tempo em que possibilite a inter-relação desse sistema com a organização da sociedade, com a organização política, com a definição de papéis do poder público, com as teorias do conhecimento, as ciências, as artes e as culturas.
A gestão deve estar inserida no processo de relação da instituição educacional com a sociedade, de tal forma a possibilitar aos seus agentes a utilização de mecanismos de construção e de conquista da qualidade social educação. Nessa perspectiva, a instituição educacional deve ter como princípios fundamentais: o caráter público da educação, a inserção social e a gestão onde as práticas participativas, a descentralização do poder, a socialização das decisões desencadeiam um permanente exercício de conquista da cidadania.
Conscientizar de que a escola é um local de desenvolvimento crítico e real, onde se almeja acontecerem ideais fora do papel, abrangê-lo nas ações da escola como um todo, juntamente com suas finalidades de : cultura, política, sociedade humana, profissional e de formação. Todo esse conjunto que compõe este ambiente faz-se identificar e detalhar seus objetivos a um significado, atingindo de forma eficiente suas determinações enquanto instituição.
Permeiam assim todas as questões que circundam os ambientes escolares, presentes na organização e gestão escolar, desde sua estrutura, planejamento, interação, currículo, avaliação, efetivando uma ação ideológica presente no contexto social existente.
Ao se conhecer a realidade escolar, nos acionamos em destacar a avaliação dentro de uma visão crítica, percebendo os resultados de toda a ordem de trabalho pedagógico, pois, ao se ter conhecimento dos problemas que existem em todo ambiente escolar, compreender e coletivamente diagnosticar tais situações enquanto aluno, educador, funcionários, comunidade, sociedade, busca-se o desenvolvimento das capacidades e consciência das mudanças necessárias a comunidade escolar e do ser cidadão.



Princípios e características da gestão escolar participativa.

A educação escolar tem como papel propiciar aos alunos os saberes por meio de vários procedimentos atitudes e valores. Para que isso aconteça temos que superar as formas conservadoras de organização e gestão escolar, visando formas alternativas possibilitando as opções para trabalhar de maneira criativa, com estratégias compatíveis a organização de toda escola. Um ponto importante é a participação da comunidade que sem dúvida é uma conquista visto que, passam a conhecer melhor as pessoas que trabalham e estudam na mesma, acompanhando e melhorando a educação ali oferecida.
A escola é uma instituição social que apresenta seus objetivos e sua estrutura e funcionamento são muito complexas, por isso a organização e gestão escolar requerem o conhecimento e a adoção de alguns princípios básicos analisando as condições de cada escola.
Alguns princípios da concepção de gestão democrática participativa são:

1- Autonomia das escolas e da comunidade educativa: onde a instituição tem poder de decisão sobre seus objetivos e como irá se organizar podendo administrar livremente seus recursos financeiros.

2- Relação orgânica entre a direção e a participativa dos membros de equipe escolar: Conjuga a responsabilidade de cada membro de equipe escolar, sendo que está presente a exigência da participação de professores, pais, alunos, funcionários e outros, interagindo de forma participativa com a gestão, levando a comunidade a exercer práticas participativas e não apenas serem induzidas a acharem que estão participando

3- Envolvimento da comunidade no processo escolar: A presença dos pais na escola é primordial para que a autonomia aconteça, visto que eles participam da preparação do projeto pedagógico, acompanham e avaliam a qualidade dos serviços prestados, criando assim um vínculo maior com toda a comunidade educativa, além de dar respaldo em processos decisórios no que se diz respeito a projetos de lei que atendam melhor ás necessidades educacionais.

4- Planejamento das tarefas: A escola busca resultados e para que eles aconteçam é necessário um plano de ação com objetivos a serem alcançados , visando uma ação racional, estruturada e coordenada com estratégias para que a ação aconteça, organizando os recursos disponíveis e é claro a avaliação que é indispensável. Sendo ele discutido e analisado com toda comunidade escolar tornando um instrumento unificador onde todos visam os mesmos objetivos.

5- Formação continuada: A escola é um espaço de troca, ao mesmo tempo que ensinamos nós aprendemos, mas é também o local onde nós profissionais desenvolvemos nossa profissionalidade e como já sabemos o trabalho escolar num todo e não somente a gestão necessita de constante aperfeiçoamento profissional ( político, científico, pedagógico).

6- O processo de tomada de decisões: Implica nos procedimentos de gestão, sendo eles baseados na coleta de dados reais e seguros. Analisando os problemas em seus múltiplos aspectos e se os resultados do trabalho que a equipe propôs vêm sendo alcançados

7- Avaliação compartilhada: O conjunto das ações de organização giram em torno das ações pedagógicas didáticas em função dos objetivos propostos e o contole implica na avaliação mútua incluindo direção, professores e comunidade.

8- Relações humanas produtivas e criativas: Esse princípio indica a importância do sistema de relações interpessoais em função da qualidade do trabalho de cada educador


As atividades de direção e coordenação

A direção e a coordenação são funções típicas dos profissionais que respondem por uma área ou setor da escola sendo ele administrativo ou pedagógico .
O papel do diretor, nesta perspectiva, é reunir as aspirações e expectativas dos demais membros da escola e tentar articular a participação de todos em um projeto comum. Isso porque, para Libâneo, o diretor é o responsável pelo funcionamento administrativo e pedagógico da escola. Entretanto destaca que na maioria das vezes o diretor acaba desempenhando as funções administrativas, mais “urgentes”, deixando ao coordenador a organização pedagógica. Os exercícios da direção e da coordenação dependem de alguns fatores: a autoridade, a responsabilidade, a decisão, a disciplina e a iniciativa. Já a coordenação pedagógica tem como "principal atribuição a assistência pedagógico-didática aos professores, para se chegar a uma situação ideal de qualidade de ensino,

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