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A Educação de Jovens e Adultos

Por:   •  27/11/2016  •  Resenha  •  819 Palavras (4 Páginas)  •  401 Visualizações

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Homogeneidade e heterogeneidade cultural na EJA: análise de três teorias da relação entre cultura e funcionamento intelectual.

A respeito desta questão é possível identificar três grandes linhas de pensamento sobre as possíveis relações entre cultura e a produção de diferentes modos de funcionamento intelectual o primeiro que afirma a existência da diferença entre membros de diferentes grupos culturais, a segunda busca negar a importância da diferença e a terceira que recupera a ideia da diferença em outro plano.

A primeira abordagem, isto é, que afirma a existência das diferenças dos diferentes grupos culturais, tem sua origem no século XVI época que os Europeus “civilizados” viam os outros povos, entre eles negros e índios que segundo Oliveira (apud Cole & Scribner, 1974, Goody, 1977), eram

[...] pouco mais que animais, preguiçosos, feios, impulsivos, atrasados. [...] a ser olhado a partir do referencial do observador e de sua cultura, e não compreendido de seu próprio ponto de vista. [...] Membros de sociedade ou grupos culturais que não são urbanos, escolarizados, burocratizados, são compreendidos como menos desenvolvidos que “nós” e classificados como primitivos, [...] sem capacidades para o pensamento abstrato, mais baseado na imaginação e na intuição do que na racionalidade.

Com base em Oliveira compreende-se que o sujeito da EJA está inserido em uma forma de pensamento que provém de sua falta de escolaridade anterior, assim como, suas vivências e pertinências ligadas a um grupo cultural de origem. Por consequência vemos os sujeitos da EJA como pessoas que, pela deficiência em seus estudos, são “ignorantes”, não tendo nenhum conhecimento prévio.

Uma segunda abordagem existente procura não mais aceitar a importância da diferença, sendo assim, essa teoria “nega a relevância das diferenças para a compreensão do funcionamento psicológico” (Oliveira, 1997, p. 52).  Ainda segundo a autora

As pesquisas na área da chamada psicologia antropológica, passaram a enfatizar a necessidade, compreender processos psicológicos básicos, que estariam subjacentes à enorme variedade de modos de vida, crenças, teorias sobre o mundo, artefatos culturais e criações artísticos presentes nos diferentes grupos humanos. Essa contraposição teórica foi muitas vezes motivada por uma reação ideológica à ideia de que há seres humanos “melhores” e “piores”. (OLIVEIRA, 1997).

Segundo a autora todo o ser humano tem capacidade de aprender, isto é, detém processos cognitivos básicos. Todo sujeito é inteligente pensa de forma adequada etc. o problema está no sentido de que cultura não explica o que são mecanismos universais. Enquanto a abordagem anterior citada relaciona o conhecimento com fatores culturais, a abordagem atual leva em consideração o desenvolvimento psicológico do sujeito da EJA, portanto, os valores, hábitos, atitudes etc. devem ser respeitados, fazendo com que não haja muito espaço para a produção do conhecimento. Cabe assim, ao professor transformar a informação que o sujeito da EJA tem em conhecimento.

A última abordagem faz ligação com a teoria histórico-cultural presente na psicologia. Sendo o psiquismo o conjunto de processos físicos do ser humano, esta abordagem coloca-o como parte da interação entre filogênese, sociogênese, ontogênese e microgênese. A ontogênese é o estudo do processo de desenvolvimento do organismo. A filogênese é um termo que visa determinar a relação ancestral de determinadas espécies. Já a sociogênese considera o meio cultural a qual o indivíduo está inserido. Por último, a microgênese é o ramo mais focado, uma vez que não se refere a nenhuma espécie ou cultura.

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