A Educação Indígena
Por: Thamiresferalves • 8/12/2022 • Trabalho acadêmico • 2.127 Palavras (9 Páginas) • 95 Visualizações
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INTRODUÇÃO
É de conhecimento geral que a construção do intelecto humano é primordialmente construída nos pilares da educação. É a partir dessa formação que guardamos em nós muitas das premissas para conviver em sociedade, desempenhar os devidos papéis de cidadãos e acima de tudo respeitar a grande heterogeneidade que compõe a população. Para que tal aprendizado possa ser disseminado de uma maneira coerente, tal saber deve ser primeiramente aplicado ao professor, o profissional responsável pela construção de uma educação eficaz, esclarecedora e inclusiva.
Como educação inclusiva, podemos citar, por exemplo, a questão da educação escolar indígena, um tema de importância nacional e que requer uma atenção minuciosa. Sabe-se da dificuldade de uma formação docente adequada ao que tange tal assunto, e da carência de profissionais habilitados a lidar e atuar em linhas de frente em uma escola indígena. A crescente necessidade dessa formação, atenta-se ao fato da grande exclusão dos indígenas no pertencimento da nação, o que tornara o saber do professor mais limitado, por não ser um ensino muito difundido na sociedade não indígena.
Os desafios que o educador se depara perante aos estudos indígenas se pauta em como abordar um ensino de qualidade que possa atender a tal sistema educacional diferenciado desses povos, uma vez que consideramos que as especificidades deles são diferentes do que o ensino habitual apresentado na sociedade nacional (LADEIRA, 2004).
Temos que, a partir da promulgação da Constituição de 1988 os indígenas são reconhecidos pelo Estado brasileiro a terem uma cidadania diferenciada e sejam amparados por políticas que possam garantir as suas tradições culturais e sociais, o que inclui um ensino particular, isto é, um ensino direcionado e polido para contemplar as muitas vertentes indígenas.
Em paralelo, a questão de um ensino diferenciado é compreendida por muitos indígenas como uma forma discriminatória, pois esta questão pode revelar uma segregação entre indígenas e não indígenas, os colocando como povos anormais. Por mais que entendam que deva sim haver uma maneira mais rebuscada no seu ensino, acreditam também que muito dessa questão deva-se ao fato de uma má preparação dos profissionais da educação, pois há pouco estudo que possam embasá-los para que assim consigam desempenhar habilmente sua função (LADEIRA, 2004).
Na sociedade contemporânea os índios reivindicam ainda mais do que na época que foram reconhecidos pelo Estado. Eles buscam por mais expansão do conhecimento, tendo a ótica do ambiente escolar como um impulsionador de um futuro melhor, de um espaço mais igualitário e com mais conhecimento (SECAD/MEC, 2007). Pra que essa ideal consiga chegar até eles cabe ao professor deter de um conhecimento robusto, lapidado, abrangendo de um modo íntegro as reais questões necessárias, além de partir de um ensino intercultural, que venham a ser de caráter bilíngue e comunitário.
DESENVOLVIMENTO
É de extrema importância a postura do professor e de como essa educação é conduzida em sala de aula, haja visto que há diferenças culturais e políticas que são divergentes as formas habituais de um não indígena. Sendo imprescindível a qualificação docente que parta de uma mente aberta e contextualizada, havendo o respeito para com a cultura e uma visão desprovida de preconceito (COHN, 2005).
Como citado anteriormente, é válido que o docente demonstre aptidões e características que demonstrem que ele é inclusivo pra lecionar em um âmbito indígena.
Temos que um dos atributos mais essenciais é o reconhecimento a cultura do outro, quando o ser humano põe a parte os seus pensamentos já concretos para que consiga compreender essa cultura alheia. Pois assim, temos que não há espaço para o etnocentrismo, seja em relação a hábitos, costumes ou crenças, fazendo com que se estabeleça um entendimento puro e que seja tratado com muito respeito. Ainda sobre o respeito, esse ato assume um papel fundamental quando se fala de diversidade étnica, posto que a mesma não se manifesta e é repassada apenas nas escolas, em locais indígenas tende a ser repassada pelo saber popular, o que corrobora com afinco para a preservação de tradições.
A validação cultural também é uma característica indispensável do docente, independente de qual seja o seu eixo cultural. Essa esfera da reafirmação cultural indígena pode ser trabalhada e potencializada de muitas formas e com dinamismo, seja em material teórico, através de mesas redondas com um indivíduo local que detém de um grande conhecimento popular, como também explanar como determinadas práticas indígenas têm impacto não apenas local, mas também a sua volta, salientando então como é de suma importância legitimar a cultura que é estabelecida no seu local de vivência.
Como já mencionado, o local de aprendizado do aluno não fica restrito a apenas na sala de aula, o conhecimento que este adquire pode advir de outros métodos igualmente eficazes, e que podem ampliar e agregar o que fora ministrado nas escolas. É deste modo que a educação sem o caráter formal se faz tão necessária, quando há a junção de conhecimentos oriundos de mais de um “espaço” há a possibilidade uma cognição maior e mais coerente. Outro aspecto a ser mencionado, é como essa vertente é benéfica para a construção individual do ser humano, pois proporciona uma liberdade de aprendizagem, contribuindo para as exigências específicas que são inerentes a cada pessoa.
Quando trazemos tal temática da educação não formal para o contexto indígena, é notório que se apresente ainda mais relevante, pois para esses povos o repasse das tradições é mediado principalmente de uma maneira oral, é nesta que fica estabelecido os seus princípios fundamentais, a real construção da imagem indígena, bem como seus deveres, políticas e habitudes nessa sociedade.
Para Lopes & Carvalho, 2010, o modo como é feita a internalização do jeito próprio e singular de cada povo é determinante para assegurar sua perpetuação em meio a sua comunidade e na sociedade de um modo geral. Sendo válido em suas práticas, atitudes e tradições, garantindo a sua sobrevivência, mas não somente a sobrevivência física, mas também os saberes milenares, que são acentuados quando ocorre a conectividade da educação indígena informal com a de cunho categórico, prezando e evidenciando a sua identidade.
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