A INCLUSÃO DOS SURDOS NA EDUCAÇÃO
Por: julianalima2017 • 4/3/2021 • Artigo • 3.152 Palavras (13 Páginas) • 222 Visualizações
A INCLUSÃO DOS SURDOS NA EDUCAÇÃO
Cleide Maruco de Castilho Chagas [1]
Juliana Gomes de Lima [2]
RESUMO
A importância da inserção de um aluno surdo em sala de aula contribui na sua socialização junto com os demais alunos. As dificuldades que o homem tem de lidar com as diferenças, a ideologia de que o ser humano deve ser “bonito” e “perfeito” e as condições físico/materiais inadequadas das salas de aula prejudicam a interação e produtividade escolar dos alunos em geral. Apresentamos a realidade e dificuldade de algumas escolas ao incluir o aluno surdo ao enfatizarmos que a inclusão deve acontecer naturalmente, pois este aluno jamais poderá ser “jogado” em uma sala de aula sem proposta alguma só porque a Inclusão é, hoje em dia, um processo de transformação nas escolas brasileiras e designada como obrigatória, de direito de todos. Essa proposta de Inclusão consiste por meio da pesquisa social e referencial teórico, no repensar de um novo modelo de educação que priorize os alunos surdos e possibilite situações de convívio, favorecendo a participação de todos os alunos nas atividades pedagógicas, iniciando, assim, um modelo de atendimento igualitário, com profissionais preparados, que acreditam no processo educacional e na capacidade intelectual de todos os alunos, sem exceção.
Palavras-chave: Formação. Mudanças. Educação. Surdez. Inclusão.
1 INTRODUÇÃO
A Inclusão dos alunos surdos nas escolas regulares, amparados por lei, é uma nova exigência da educação brasileira. Infelizmente, muitas escolas os inserem no contexto escolar e não os incluem nas atividades pedagógicas. Isso ocorre pelo fato de a escola não estar pronta para remodelar seu objetivo de trabalho como instituição como também pela falta de preparo dos docentes ao utilizar a comunicação com estes alunos, não desenvolvendo planos de aula que possibilitem a participação de todos.
O objetivo deste trabalho é deixar claro que o papel da escola é indispensável na socialização, pois é ela quem deve formar os alunos capazes de pensar e ter autonomia para tomarem decisões. Sendo assim, a escola deve se conscientizar da importância da inclusão como fator social, oferecendo condições para que o aluno surdo torne-se ativo na sociedade e seja estimulado a participar das atividades diárias na escola.
O enfoque metodológico apresentado permite, através da pesquisa social em campo, a coleta de dados com a proposta de ostentar a realidade empírica. Contudo, a análise dos dados desperta o saber que incluir um aluno surdo numa escola não é fácil, pois esta deve estar preparada para atender suas necessidades básicas e respeitá-lo na sua diferença, mostrando que incluir não é inseri-lo no contexto escolar, mas acolhê-lo oferecendo oportunidades para que ele interaja na sociedade e participe efetivamente das atividades na escola.
2 A INCLUSÃO DOS SURDOS NO PROCESSO EDUCATIVO
A educação engloba ensinar e aprender, mas nem sempre tem sido assim. Como tudo se resume em história fundamentada no passado, os processos educacionais também foram alterados até chegar ao modelo atual.
Atualmente, a educação representa um dos instrumentos mais importantes para o desenvolvimento de um país, senão o mais dele, para a redução da desigualdade social.
Diante disso, torna-se imprescindível o conhecimento do novo paradigma da educação brasileira que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Escola Básica amparada pela Lei nº 9.394/96 e fundamentada no Parecer CNE/CEB 17/2001.
Antes de tudo, para compreender o processo de inclusão é preciso conhecer o seu inverso, a exclusão. Segundo Amaro (2004), vários fatores pode levar alguém a ser excluído socialmente sendo eles de natureza estrutural; de âmbito local; e de nível individual e familiar.
Os fatores de natureza estrutural são de ordem macro decorrentes da globalização, do sistema econômico de uma nação, eles regem uma sociedade através de, por exemplo, valores, princípios sociais, visões políticas e paradigmas culturais. Os fatores de âmbito local são de ordem meso, sendo também de natureza estrutural com indícios locais, como exemplo, as políticas públicas, os modelos de funcionamento da Administração Pública, a organização e intervenção da sociedade civil, entre outros. Já o fator de nível individual e familiar, de ordem micro, decorre das trajetórias de um indivíduo, dentre elas suas carências e obstáculos enfrentados.
Nos dois primeiros fatores o indivíduo é influenciado através da sociedade que lhe oferece oportunidades ou não num convívio social. Apenas no fator de modo micro não há influências da sociedade e sim, o indivíduo centra-se através de suas capacidades e competências individuais e familiares.
O combate à exclusão implica em processo de agregação e inserção dos indivíduos excluídos da sociedade, resgatando valores e conceitos de cidadania. Com base nisso, os artigos 4, 58 e 59 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e os artigos 208 e 227 da Constituição Federal, título VIII da Ordem Social, prevêem que o objetivo central da educação inclusiva é reduzir a exclusão através da escola como forma de garantir educação para todos, como direito moral e legal, e além do mais oferecer meios e condições para que esta seja de qualidade tanto através do trabalho dos educadores especializados quanto pelas ações e recursos do Estado.
Ainda com a mesma concepção, A Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994, p. 8-9) enfatiza que “as crianças e jovens com necessidades educativas especiais devem ter acesso às escolas regulares, que a elas devem se adequar” e tais escolas têm a finalidade de socialização do indivíduo e compreensão das diferenças humanas através de práticas pedagógicas que permitam construir novos saberes a partir da demanda da sociedade inclusiva, garantido a educação para todos. Assim, nos afirma Mantoan (1997, p. 68) que “cabe à escola encontrar respostas educativas para as necessidades de seus alunos”.
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