A Socilogia da Educação
Por: Jéssika Almeida • 25/9/2018 • Ensaio • 739 Palavras (3 Páginas) • 137 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO II – NOITE
ALUNA: JÉSSIKA ALMEIDA SILVA
PRIMEIRA AVALIAÇÃO
A introdução do documentário “Quando sinto que já sei”, produzido pela Despertar Filmes, possuiu duas falas que intrigam bastante o pensamento de um educador em formação. Um deles, dito por Tião Rocha, ao presenciar uma diretora de escola tradicional dizer que a criança é uma página em branco, e a outra dita pelo jornalista e educador Alexandre Sayd que leva ao questionamento: quando a escola deixa de fazer sentido? Observando ambos os discursos podemos perceber que talvez o primeiro responda o segundo.
Logo no início do documentário Tião Rocha critica a fala de uma diretora de escola tradicional: “Se uma diretora de escola considera uma criança de sete anos uma página em branco, ela não entende nada de menino.” O que Tião quer disse pode parecer loucura, pois, crianças são ávidas por saber, e questionam e aprendem novas coisas o tempo todo. Contudo, isso não quer dizer que elas não tragam consigo uma bagagem própria, não recebemos uma criança com uma cabeça vazia, sem nenhuma ideia do que é mundo. Recebemos crianças que possuem sua própria interpretação do que é o mundo, e essa interpretação muitas vezes difere das dos adultos, que as consideram erradas. Em seus estudos Dewey falava que as crianças levam consigo para o ambiente escolar os chamados impulsos natos (comunicação, construção, indagação e expressão). Além deles diversos interesses gerados a partir de atividades domésticas, familiares e dos espaços que as rodeiam o que as formam sua visão de mundo. Caberia então ao educador e, à própria escola, direcionar e orientar esses impulsos para atividades que promovam um aprendizado significativo, positivo e utilizável.
Até aqui percebemos que a escola precisa ser um espaço de aprendizado prático, onde as crianças consigam experienciar todos os impulsos e indagações presentes em sua mente. Mas de alguma forma a educação mundial não vem atendendo a essa demanda, pois, a taxa de evasão escolar chega a 1/3 da taxa de acesso. Alexandre Sayd afirma que, dentro do processo educacional, em algum momento a escola deixa de fazer sentido. Mas em que momento seria esse?
Ouso pensar que, talvez seja a partir do momento que consideramos nossos alunos uma lousa em branco, e não consideramos aquilo que ele já sabe e o que ele deseja aprender. No mundo de hoje o espaço de aprendizado transcende a sala de aula, e o aprendizado vai além do estímulo cognitivo, é preciso acima de tudo relacionar o currículo com os interesses do aluno. Em sua escola, Dewey propunha que os alunos aprendem melhor realizando tarefas associadas aos conteúdos ensinados, através de atividades criativas onde as crianças pudessem ser estimuladas a pensar soluções por si.
O documentário mostra exemplos de escolas que põem esse pensamento em prática. Uma delas é a Escola Municipal André Urani Gentil, fazendo uma ligação direta com as teorias de aprendizagem de Dewey, um espaço em que o conhecimento é visto como um desafio a ser solucionado pelo aluno de forma ativa, e não um conteúdo a ser recebido passivamente. O professor não é o detentor do saber, ele é o provocador da ação executada pelo aluno, formando processos de aprendizagens mais efetivos.
Além disso os alunos aprendem de forma coletiva e interativa, ajudando uns aos outros através das “famílias”, outra grande característica da escola de Dewey. Podemos ver aqui, que como diz o teórico o conhecimento era gerado a partir do compartilhamento de experiência e de discussões coletivas, através das famílias os alunos tem a possibilidade de tirar dúvidas entre si, fazer reflexões autônomas e contar com a ajuda do outro, o que torna o aprendizagem muito mais humano e democrática.
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