A Tecnologia na Educação
Por: Nathalia Gonçalves • 18/11/2018 • Trabalho acadêmico • 2.799 Palavras (12 Páginas) • 139 Visualizações
Como “tecnologia” aparece enquanto categoria de análise em estudos sobre Tecnologia digital
Nathalia Christina Gonçalves P. V. de Oliveira, Thassio A. Paulo, Carmen L. G. de Mattos
Universidade Estadual do Rio de Janeiro, UERJ
nathaliagpn@yahoo.com.br, thassio.paulo@hotmail.com, carmenlgdemattos@globo.com
As tecnologias sempre foram presentes na história. Uma caneta, um caderno, um quadro, livros, revistas são tecnologia. Entretanto, neste trabalho o foco está sobre as tecnologias digitais, que são os aparelhos eletrônicos como televisão, rádio, computador, celulares etc. Estes últimos, pelo advento da internet, são capazes de criar um espaço virtual, ou o ciberespaço, provocando a virtualização da comunicação. Todavia, será que mais computadores, tablets, celulares, projetores estão contribuindo para uma possível inovação pedagógica? Ou ainda se limitam a perpetuar um velho modelo educativo? Estas são as perguntas que este trabalho pretende responder. Esta pesquisa utilizou duas abordagens de investigação: bibliográfica e etnográfica. Entretanto, somente parte do segmento bibliográfico será apresentado neste texto. Foram analisados 2.300 (dois mil e trezentos) artigos publicados em periódicos científicos e veiculados via internet, com os temas Tecnologia Digital e Etnografia na Educação. Após esses dois processos de análises procedeu-se a análise detalhada que considerasse o imbricamento e a comparação entre os dois grupos temáticos Tecnologia Digital e Pesquisa Etnográfica, 6 (seis) subgrupos idênticos nomeiam as categorias principais derivadas deste procedimento, são eles: Educação, Tipo de Estudo, Sujeitos, Objetivos, Objetos, Tecnologia. Em cada uma dessas categorias levantou-se ainda as subcategorias temáticas a elas agregadas. A partir destas subcategorias este trabalho foi escrito, com o foco nas tecnologias digitais, e buscando discutir a relação que as tecnologias estabelecem com a educação nesses tempos atuais.
Palavras-chave: tecnologias digitais, educação, inovação, virtualidade.
Introdução
As novas tecnologias vêm permeando cada vez mais o cotidiano humano, de forma que este já não consegue viver sem ela. Este fenômeno global tem exigido diversas adaptações e modificações tanto por parte dos indivíduos quanto de suas relações que estabelece com o meio e o mundo.
As tecnologias sempre foram presentes na história. Uma caneta, um caderno, um quadro, livros, revistas são tecnologia. Entretanto, neste trabalho o foco está sobre as tecnologias digitais, que são os aparelhos eletrônicos como televisão, rádio, computador, celulares etc. Estes últimos, pelo advento da internet, são capazes de criar um espaço virtual, ou o ciberespaço, como define Levy (1999), provocando a virtualização da comunicação.
O campo da educação vivencia hoje no Brasil e no mundo uma crise de espaço, tempo e conteúdo, pois tem sido desafiado pela virtualidade das relações e da desterritorialização do conhecimento, chamada de “o segundo dilúvio” por Pierre Lévy (1999). Essas alterações culturais que ocorrem na sociedade pós-moderna alteram o ambiente da escola, pois esta, sendo também um campo concentrado de cultura, sofre os reflexos daqueles que a frequentam. Ademais, as tecnologias digitais oferecem grandes oportunidades para a inovação pedagógica, que já vem sendo questionada por diversos estudiosos. Este trabalho se propõe a estudar a influência exercida pelas novas tecnologias no campo educacional, pois percebe-se uma internalização da tecnologia nos espaços escolares. Todavia, será que mais computadores, tablets, celulares, projetores estão contribuindo para uma possível inovação pedagógica? Ou ainda se limitam a perpetuar um velho modelo educativo? Estas são as perguntas que este trabalho pretende responder.
Metodologia
Este estudo é de natureza teórico-bibliográfica, foi desenvolvida pelo Núcleo de Etnografia em Educação (NetEdu) e pelo Grupo de Pesquisa Etnografia e Exclusão em Educação do Programa de Pós-Graduação em Educação (PROPED) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Embasado nas pesquisas desenvolvidas por Mattos, (2011, 2013, 2014, 2015), Mattos; Castro (2010), Lévy (1999), Cysneiros (1999), Ramos (1996) e Oliveira (2001) apresenta-se neste texto, parte dos resultados da pesquisa intitulada: Tecnologia Digital e Pesquisa Etnográfica, derivadas do seu relatório final (MATTOS, 2015).
A pesquisa utilizou duas abordagens de investigação: bibliográfica e etnográfica. Entretanto, somente parte do segmento bibliográfico será apresentado neste texto. Foram analisados 2.300 (dois mil e trezentos) artigos publicados em periódicos científicos e veiculados via internet, com os temas Tecnologia Digital e Etnografia na Educação. Em seguida, os artigos foram organizados em banco de dados através do software EndNote. Formado o banco, os artigos passaram por uma nova e criteriosa seleção, considerando o grau de pertinência e significado para o estudo. Ao final, 285 (duzentos e oitenta e cinco). Destes, 285 (duzentos e oitenta e cinco) textos, 185 (cento e oitenta e cinco) se referiam a Tecnologia e Educação e 100 (cem) a Pesquisa Etnográfica.
Essa seleção passou por dois processos de análise: o primeiro manual através de mapas conceituais pelo grupo de pesquisa (alunos de graduação e pós-graduação e outros membros do grupo de pesquisa Etnografia e Exclusão em Educação (GRPSQ, 2004), assim como alguns membros do Núcleo de Etnografia em Educação (NetEdu). Toda a equipe foi envolvida nesse processo e as discussões sobre os resultados se deram durante o seminário semanal de pesquisa na UERJ; o segundo processo de análise utilizou dois softwares – um para construção de base de dados (EndNote) e o outro para análises de conteúdo (Atlas.ti). Esses dois recursos digitais são de uso recorrente nos trabalhos de pesquisa do grupo (MATTOS; CASTRO, 2010)
Após esses dois processos de análises procedeu-se a análise detalhada que considerasse o imbricamento e a comparação entre os dois grupos temáticos Tecnologia Digital e Pesquisa Etnográfica, 6 (seis) subgrupos idênticos nomeiam as categorias principais derivadas deste procedimento, são eles: Educação, Tipo de Estudo, Sujeitos, Objetivos, Objetos, Tecnologia. Em cada uma dessas categorias levantou-se ainda as subcategorias temáticas a elas agregadas. Chegou-se assim ao seguinte quadro:
Quadro 1: Categorias e subcategorias de análise derivadas dos temas
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