A definição do conceito de alfabetização como base para a política de alfabetização

É crescente o número de estudos realizados sobre o processo de alfabetização, desde sua conceituação e compreensão no contexto atual. Esses estudos têm por objetivo tentar definir um conceito de alfabetização que sirva de base para as políticas de alfabetização e ainda de suporte para a formação de professores.

O termo alfabetização vem sofrendo modificações em seu conceito ou significado, acompanhando as mudanças que ocorreram no contexto histórico. Até o século XVIII, segundo Lagoa (1990), o ato de alfabetizar,

se traduzia em “passar” os rudimentos da língua escrita para outra pessoa, ou seja, o conceito de alfabetização dizia respeito à capacidade de ler, escrever e realizar as operações matemática.

Contudo, nos anos de 1970, a partir de estudos realizados pela Organização das Nações Unidas para a Educação e a Cultura (UNESCO) nas regiões rurais e periféricas dos países mais pobres, os especialistas desse órgão perceberam que o conceito de alfabetização anteriormente não dava conta de explicar a situação de algumas pessoas que mesmo conhecendo parcialmente letras, palavras e números, conseguiam encontrar mecanismos que supriam tais deficiências e ainda lhes permitiam a realização de tarefas que exigiriam tais competências.

Já na década de 90, com a inclusão do mundo do alfabetizando como um dado determinante na relação professor-aluno, o termo alfabetização não se tratava mais de uma cópia mecânica de letras, sílabas e palavras, pois a partir dos trabalhos de Paulo Freire, o ato de alfabetizar é entendido como um processo em que a língua escrita é adquirida a través da construção do conhecimento.

A partir dessa mudança na concepção de alfabetização, a partir do século XX segundo Baptista e Monteiro (2009), para uma pessoa ser considerada alfabetizada não bastava mais ler e escrever um bilhete simples, isso levou estudiosos a empregar a palavra letramento, não só para ampliar os significados do processo de alfabetização, como também marcar diferenciação entre os atos de decodificação do signo verbal escrito e as práticas sociais de