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AS ACOMPANHAMENTO FAMILIAR

Por:   •  14/7/2017  •  Artigo  •  5.582 Palavras (23 Páginas)  •  386 Visualizações

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ACOMPANHAMENTO FAMILIAR E DESEMPENHO EDUCACIONAL: um olhar acerca das evidências no rendimento escolar

Edmilson Vieira dos Santos Filho

Sabrina Pereira dos Santos ²

RESUMO

Palavras chave: Família. Educação. Escola. Cidadania.

Abstract

1. INTRODUÇÃO

O conceito de família vem sendo largamente discutido nos últimos anos, com a fragmentação da estrutura familiar surgiram algumas evidências sobre o desempenho da aprendizagem escolar entorno de todos os ensinos. A escola como instituição responsável pela mediação do ensino precisou melhorar os meios estruturais e profissionais para lidar com os variados tipos e modelos de família.

De acordo com Simões (2014, p.193), “as transformações das famílias também ocorreram nos valores e representações simbólicas”, essas mudanças tornaram-se exigências da sociedade sobre os novos conceitos de família. Os modelos que surgem para excluir um “padrão” único familiar acrescentaram características e conceitos que definem sua formação.

Dentre os vários tipos e formações familiares existentes, estão as famílias tradicionais, formadas pelo pai, a mãe e seus filhos, bem como o modelo que tem chamado atenção pelo número reduzido de seus membros, a família Monoparental, pois de acordo com Simões (2014, p.195), “a família Monoparental é aquela formada pelo Pai ou pela Mãe biológica e seus filhos”.

Sobretudo, esta pesquisa tem como tema: Acompanhamento familiar e desempenho educacional: um olhar acerca das evidências no rendimento escolar. Contudo, objetiva descrever acerca das evidências no desempenho escolar dos alunos dos 3º e 4º anos, conforme as pesquisas desenvolvidas durante os meses de Março a Junho de 2017, no cenário de uma escola pública do município de Piripiri-PI.

No tocante, a proposta desta pesquisa vincula-se a seguinte indagação: Quais as principais evidências na relação família/escola que afetam o desempenho escolar? Tomando por base os pressupostos de que as mudanças ocorridas no cenário familiar ao longo do tempo ocasionaram impactos sobre o desempenho educacional entorno de todos os ensinos, pois de acordo com Lakatos e Marconi (1996, p. 15), “Pesquisar não é apenas procurar a verdade, mas de encontrar respostas para questões propostas”.

 

Portanto, para coleta de dados relacionados a pesquisa em questão, foi utilizado a entrevista semiestruturada durante a pesquisa de campo e observações in lócus, objetivando identificar, descrever e explicar a totalidade dos fatos, pois conforme Triviños (1987) esse tipo de entrevista favorece não só a descrição dos fatos sociais, mas a compreensão e explicação de sua totalidade.

Diante do que foi exposto, é válida enfatizar que esta pesquisa é de extrema relevância, pois aponta para importância da relação entre duas palavras que intercruzam: Família e Escola, como duas instâncias de fundamental importância na vida educacional de um indivíduo. Com isso, de acordo com as mudanças no cenário familiar e da necessidade de organização estrutural da escola, identifica-se que essa relação deve ocorrer de forma organizada, com esforço e parceria entre a família e a escola.

Contudo, esta pesquisa está organizada dentro de uma estrutura definida e delimitada em capítulos, proporcionando a introdução sobre a pesquisa, o aporte teórico utilizado, a descrição sobre o desempenho escolar, da escola foco do estudo, a metodologia em conformidade com a realidade da pesquisa, bem como as discussões acerca dos dados e seus resultados e as considerações finais.


2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 A família e o universo escolar

        A família, pode ser considerada como uma maneira de organização complexa por ser composta por crenças, costumes e valores que estão diretamente ligadas às transformações da sociedade. Da mesma forma em que a sociedade muda a família também sofre mudanças e todos os seus membros podem ser impactados Minuchin (1985, 1988). Concordando com Singly (2000), para abordar a família na atualidade é preciso considerar as mudanças que ocorreram em sua estrutura e no desempenho do papel de seus membros ao longo dos anos.

Com as transformações culturais, econômicas e políticas nos últimos anos, a sociedade precisou reorganizar algumas regras básicas para o amparo da nova ordem familiar. Essas mudanças fizeram com que a família se modificasse para garantir o desenvolvimento psicossocial de seus membros.

        Durante muitos anos, a família foi baseada no casamento monogâmico como afirma Lévi-Strauss (1956, p.309):

A família, consistindo de uma união mais ou menos duradoura, socialmente aprovada, entre um homem, uma mulher e seus filhos, constitui fenômeno universal, presente em todo e qualquer tipo de sociedade (LÉVI_STRAUSS, 1956, p.309).

        

Este fato ainda é predominante na sociedade contemporânea. Porém, Alves (2009) salienta que existem diversificados e inovados arranjos familiares, novas formas de constituir-se família dentro da sociedade, entretanto percebe-se que a forma de organização nuclear, ou seja, o casamento monogâmico ainda é a forma de família que prevalece atualmente.

        No entanto, ainda conforme o autor, no final da década de 60, o aumento de separações e divórcios acarretaram profundas transformações no conceito de casamento monogâmico e família nuclear, pois tratava-se de casamentos com relações insatisfatórias que não eram mais sustentados pela força da religião que estava em declínio. Com isso, os pressupostos de igualdade fizeram com que as relações matrimoniais desencadeassem o surgimento de várias composições familiares alternativas, dentre essas estavam as duplas de mães solteiras que compartilhava o sustento de seus filhos; Os casais homossexuais adotando seus filhos legalmente e os casais que tinham filhos de outros casamentos. Sobretudo, conforme Alves (2009) os vários tipos de convivências alternativas que surgiram no século XXI, ocasionou o surgimento da chamada família pluralista.

Oliveira (2009) enfatiza que a forma como a família vem sendo composta e modificada nos últimos tempos, torna-se impossível identificar qual o modelo único ou ideal que prevalece. No entanto, ela se manifesta conforme um conjunto de trajetórias individuais e seus arranjos diversificados, em espaços e organizações domiciliares e suas peculiaridades, mas que buscam acima de tudo educar seus membros para a convivência em sociedade.

Outro fator que deve ser ressaltado durante as transformações ocorridas na família contemporânea é a redução do número de seus membros, tornando mais visível e presente nos lares. De acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2006, o número médio de pessoas era de 3,6 por família em 1996, enquanto que, em 2006 esse número passou para 3,2 pessoas. No Brasil, em 1996, o número de famílias compostas apenas pelo pai ou apenas pela mãe e seus filhos, era de 73,3%, enquanto que, em 2006, esse percentual passou para 67,6%. (IBGE, 2007).

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