Afetividade por entre teorias e práticas
Por: simonedoamaral • 6/7/2018 • Trabalho acadêmico • 7.347 Palavras (30 Páginas) • 181 Visualizações
AFETIVIDADE: Por entre Teorias e Práticas
Autor: Simone do Amaral e Silva Rodrigues
Orientador: Prof.ª Maria Pérola Cardoso Figueiredo
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Curso de Licenciatura em Pedagogia – Turma 1204 – Projeto de Ensino - PE
25/05/2018
RESUMO
A afetividade é uma conexão entre o indivíduo e o meio ao qual está inserido e entre o indivíduo e outros indivíduos. Todos os vínculos que se estabelecem desde os primeiros momentos de vida, sejam de maneira instintiva ou racional surgem a partir das emoções que envolvem qualquer relação com o meio. A partir disso, pesquisas e estudos científicos comprova a importância da afetividade para o desenvolvimento integral do ser, e consequentemente sua grande influência no aprendizado. Família e escola tem um papel fundamental em todo esse processo, cada um com sua parcela distinta, mas de grande relevância. Toda criança ao chegar à escola traz consigo uma bagagem cultural, social e familiar de experiências já vivenciadas e experimentadas, sejam positivas ou negativas, no ambiente escolar irá conhecer um mundo novo, cabe ao professor da educação infantil a tarefa de mediar para auxiliar o aluno. Diante desse cenário, o professor denota responsabilidade pela formação acadêmica e social criança, mesmo sabendo que existirão as influências do meio familiar, o tempo que permanece na escola é considerável é, portanto, um espaço de construção de aprendizado e valores.
Palavras-chave: Afetividade; Aprendizagem; Educação.
1. INTRODUÇÃO
Esta pesquisa refere-se ao tema: a importância da afetividade no aprendizado da criança na Educação Infantil; como a educação infantil marca o inicio da vida acadêmica e é quando o cérebro está no auge das construções de sinapses e conexões neuronais, será o foco dessa pesquisa. Este tema está inserido na área de concentração de Metodologias de Ensino, pois, como se sabe muitos pesquisadores desenvolveram metodologias aplicando a afetividade em favor da aprendizagem.
Querendo o melhor para os filhos, os pais trabalham cada vez mais, para suprir necessidades econômicas, tendo pouco tempo para dedicar aos filhos atenção, carinho e cuidados necessários, acreditando que comprar e pagar “as vontades” dos filhos seja suficiente para garantir o desenvolvimento pleno da criança, deixam assim, para a escola não só a responsabilidade com educação acadêmica, como também os cuidados com o desenvolvimento emocional deste ser.
A preocupação com o futuro dos filhos, muitos pais investem em escolas caras que garantem grandes chances de seus alunos passarem nos vestibulares mais disputados, como a concorrência nessas provas é cada vez mais acirrada, as escolas preparam seus alunos cada vez mais cedo, chegando até a educação infantil e devido a isso durante anos o sistema educacional sempre esteve muito voltado para conteúdos teóricos e pouco para as práticas vivenciais e o emocional de cada indivíduo.
É notável que cada vez mais as crianças sentem essa pressão, que acaba ocasionando dificuldades de aprendizagem, bloqueios emocionais chegando até alguns distúrbios, doenças e transtornos de fundo emocional. Diante dessa problemática, levanta- se o pressuposto “De que forma a afetividade influencia como instrumento facilitador da aprendizagem?”.
Na área educacional, existem teorias e análises da relevância da afetividade no funcionamento psicológico durante a construção de conhecimentos; ficando constatado que durante todo trabalho educativo, sendo ele formal ou informal, não existe uma aprendizagem somente racional, sem levar em consideração, que os alunos entram em sala de aula inteiros, com todos os aspectos afetivos que formaram sua personalidade até ali, e no ambiente escolar desenvolvem seus conhecimentos simultaneamente com novas experiências emocionais.
Importantes teorias sobre inteligência afetiva ou emocional surgiram, podemos destacar o psicopedagogo Howard Gardner (1994) que valoriza as inteligências interpessoal e intrapessoal, para desenvolver no aluno diferentes capacidades, habilidades e competências, além do conteúdo curricular da escola; Henri Wallon (1995) defende que o desenvolvimento da inteligência depende das construções afetivas, tanto quanto o desenvolvimento afetivo depende diretamente das construções cognitivas, assim afetividade e cognição estão diretamente integradas; considerando também um dos princípios de Loris Malaguzzi (1999) que afirma: para se alcançar o Saber, é necessário desenvolver uma parceria, uma relação e envolvimento emocional entre o adulto e a criança, onde deve se manter a interação e os interesses recíprocos; e vários outros pensadores, ligados diretamente ou não à educação e muitos deles procedentes de outras áreas de atuação como a Psicologia e a Biologia, favoreceram para um novo entendimento sobre a aprendizagem e a criança, é relevante mencionar Piaget e Vygotsky, como também os mais atuais Cláudio Saltini, Gabriel Chalita e Rubem Alves. Cada um desses cientistas contribuiu de uma maneira ou de outra para que a criança seja valorizada em sua individualidade, sabendo que dispõe de diferentes saberes adquiridos em todo seu contexto social.
Na Educação Infantil o trabalho focado na afetividade auxilia a criança a constituir atitudes mais determinadas e concretas, aprimorando cada vez mais sua concentração nas atividades desenvolvidas e abandonando a postura de subordinação.
A temática conceitual sobre afetividade na educação infantil pode aprimorar a percepção e a compreensão do professor com mudanças comportamentais e interiorizando novos valores e teorias em relação a melhor qualidade na aprendizagem do aluno. À proporção que o entendimento sobre a teoria psicogenética evolui e com objetivo de aprimorar a eficiência no ensino e na aprendizagem, estudos, pesquisas e discussões devem ser realizados em relação à assimilação da mesma pelo professor a fim de utilizar os meios aprendidos em sala de aula.
Essas novas teorias estão norteando algumas escolas, que apostam numa educação mais humanista, em que consideram a afetividade como base para a aprendizagem de excelência, que consiste no desenvolvimento intelectual, social e emocional.
A construção da fundamentação teórica teve como objetivos: conceituar afetividade e sua importância para o desenvolvimento infantil; compreender as atribuições primordiais da família na evolução plena do individuo; refletir sobre o papel da escola neste processo como também as novas concepções de ensino acerca da afetividade.
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