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Artigo - AVAs E DISPOSITIVOS MÓVEIS NA EDUCAÇÃO DIGITAL

Por:   •  7/5/2022  •  Artigo  •  5.004 Palavras (21 Páginas)  •  104 Visualizações

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AVAs E DISPOSITIVOS MÓVEIS NA EDUCAÇÃO DIGITAL

CID U. B. QUINTELA

1 Graduado em Telecomunicações pelo Centro Federal de Educação Tecnológica - (CEFET-BA)

RESUMO: Este artigo tem como objetivo apresentar considerações sobre ambientes virtuais de aprendizagem e dispositivos móveis na a educação digital. A presença e a influência dessas novas tecnologias na sociedade contemporânea é uma realidade incontestável. Vivenciamos o desenvolvimento e o estabelecimento cada vez mais amplo da cultura digital. Este cenário tem sido incorporado na educação tradicional e a distância com o intuito de enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. Entre as iniciativas que materializam essa influência na educação destacamos os ambientes virtuais de aprendizagem, que são espaços eletrônicos nos quais usuários, educadores e educandos têm a oportunidade de interagir por meio de diversas ferramentas, entre estas, os dispositivos móveis, estes apresentam vertiginoso potencial de desenvolvimento nas atividades educacionais por conta da praticidade em tê-los. A questão a ser estudada neste trabalho tem por objetivo corroborar a importância da interação entre os ambientes virtuais de aprendizagens e dispositivos móveis no cenário educacional como uma relação que contribui expressivamente para o desenvolvimento da aprendizagem dos atores que constituem estes ambientes educacionais.

Palavras-chave: educação; digital; móvel; híbrido; social; semântica

INTRODUÇÃO

A internet fez 30 anos de existência em março de 2019 e é notória como a influência da World Wide Web mudou o mundo em diversos aspectos culturais. Fazemos hoje coisas que eram impensáveis há 30 ou 40 anos, os conceitos de tempo e espaço foram relativizados, podemos conversar com uma ou várias pessoas do outro lado do mundo em tempo real através de videoconferência, ou no modo “off- line”, podemos, sem sair do conforto do nosso lar comprar refeições, roupas, sapatos, fazer transações bancárias, revelar fotos, ingressos de cinema ou show, e até mesmo comprar um imóvel. Tudo pela tela do computador, pelo celular ou até mesmo pela SmartTV com comando voz. Antes de se tornar “smart” a TV era utilizada apenas para assistir a programas passivamente. Hoje assinamos serviços de “streaming” de áudio e vídeo e não compramos mais CD´s de músicas ou filmes em DVD´s. Assistimos ao filme que queremos, quando e onde quisermos. Para ouvir uma música basta procurá-la em algum dispositivo móvel, no computador, no carro ou na SmartTV. A internet tornou o dia a dia das pessoas mais fácil, deu voz aos excluídos, criou novos hábitos, novas culturas. Também há pontos negativos, a internet se tornou espaço para o ódio e a violência, o anonimato facilita o bullying, o assédio moral e sexual. Novos tipos de crimes foram criados e forçaram vários países a alterarem suas leis, os códigos penais para se adequarem a uma nova realidade tecnológica. Segundo a ONU[1], em 2017, aproximadamente 4,3 bilhões de pessoas em todo o mundo acessaram a internet. Isso corresponde a mais da metade da população mundial. Mas quando falamos de tecnologia e educação percebemos que na prática pouca coisa mudou, que a evolução tecnológica em sala de aula não acompanhou proporcionalmente fora dela, há uma lenta mudança nas salas de aula quando o tema é tecnologia. A Escola tradicional ainda vê a sala de aula como há 100 anos atrás onde o professor se encontrava num, tablado elevado e do outro lado, mantendo uma distância proposital, os alunos em suas cadeiras passivamente assimilando o conteúdo a ser aprendido.

Potencialidades da World Wide Web na Educação Digital

A educação tradicional passa por mudanças de paradigmas por não conseguir acompanhar a evolução tecnológica, uma vez que a velocidade é muito superior e isso exige atualizações constantes nos métodos de ensino das escolas, universidades e até centros técnicos de treinamento.

O mundo previsível não existe mais e a escola tradicional ainda não tomou ciência que estamos na era da informação, do conhecimento e que ela é baseada em competências cognitivas, pessoais e sociais. Aprender a ser colaborativo, saber trabalhar em equipe, ser empreendedor, ter senso de urgência e prioridade, saber se comunicar e dialogar com subordinados e superiores, ser negociador, saber persuadir e além de tudo ser criativo, são atributos que não se adquirem de forma convencional, na educação tradicional. As mudanças tecnológicas forçam o surgimento de novas profissões no mercado de trabalho, exigindo do sistemas educacional novas formas de ensinar e aprender.

As universidades e faculdades que estão atentas às mudanças socioeconômicas e tecnológicas criam novos cursos para preencher nichos de conhecimentos específicos criados por novas demandas de mercado. Não por acaso o grande avanço na modalidade de Ensino a Distância (EaD) ocorreu no ensino superior e muitas vezes enfrentando batalhas jurídicas por conta do corporativismo de conselhos de classe que temem perder o controle da situação, como é o caso do curso de Direito que apesar de ser um curso essencialmente teórico, baseado em “cuspe e giz” e que não exige laboratórios nem experiências científicas “in loco”, ainda não existe na modalidade EaD. Há universidades estrangeiras que ofertam o curso de “Direito Brasileiro[2]” com revalidação do diploma no Brasil. Foi a forma que algumas instituições encontraram para fornecer o curso de Direito na plataforma EaD.

Na educação básica a situação é ainda mais complexa, a maioria das escolas não veem investimentos em tecnologia com boa vontade, investir em educação digital é sinônimo de custos: infraestrutura de rede, computadores, softwares e mão de obra especializada. E quando o fazem o objetivo principal é publicidade e marketing.

Na tentativa de conciliar o melhor de dois mundos as escolas do ensino básico tentam se adaptar à nova realidade adotando o modelo híbrido de ensino. A internet é o meio agindo como facilitador e potencializador no ensino oferecendo novas formas de aprendizagem. O método tradicional de ensino onde o professor passa o mesmo conteúdo para todos os alunos de uma única forma (de um para todos) não considera que cada indivíduo tenha uma forma diferente de entender o mesmo assunto. O sistema híbrido propõe mesclar educação digital e a tradicional onde uma parte do conteúdo é ensinado na escola de forma presencial e uma outra parte através do ensino on-line. O aluno estuda parte do assunto de forma on-line antecipadamente (sala de aula invertida) e nas aulas presenciais são utilizadas como revisão, seminários, tira dúvidas, laboratório de ciências ou trabalho em grupo.

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