As Concepções de Aprendizagem
Por: Thyciane Lima • 30/6/2022 • Resenha • 1.044 Palavras (5 Páginas) • 88 Visualizações
[pic 1] | MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal do Pará Campus Marabá Industrial | |
Unidade Curricular: Concepções de Aprendizagem |
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
Em seu livro “Ensino: As abordagens de processo” a autora enumera cinco abordagens, são elas: tradicional, comportamentalista, humanista, cognitivista e sociocultural. Na introdução do livro a autora aborda sobre as diferentes abordagens de processo ensino aprendizagem fazendo uma síntese do que cada uma delas.
Neste trabalho se aborda o pensamento pedagógico de Mizukami (1986) por considerar que a base das teorias do conhecimento envolve três características básicas: primado do sujeito, primado do objeto e interação sujeito-objeto. Desta forma, então, será descrito no presente resumo, centrado em três primados das teorias de conhecimento acima citadas. A abordagem tradicional enfoca o primado do objeto, a abordagem comportamentalista enfoca o primado do objeto, a abordagem humanista enfoca o primado do sujeito, a abordagem cognitivista enfoca a interação sujeito-objeto assim como a abordagem sociocultural.
Estas três diferentes concepções teóricas explicam como acontece a construção do conhecimento no ser humano, e é a partir dessas correntes epistemológicas que são organizados as várias propostas de ensino e aprendizagem.
Empirismo (primado no objeto): considera o organismo sujeito às contingências do meio, sendo o conhecimento uma cópia de algo dado no mundo externo. Defende que o indivíduo aprende a partir das experiências, ou seja, o ser humano é uma tábula rasa que necessita ser preenchida através das vivências cotidianas e das informações fornecidas por outra pessoa já conhecedora do mundo. O conhecimento se encontra presente na realidade exterior, sendo considerado novo somente para o indivíduo que o fez, não há descobrimento de novas realidades.
Portanto, todo conhecimento fica reduzido a uma questão externa, a partir de experiências, verbalizações ou recursos que são simplesmente transmitidos. A fonte do conhecimento são as informações captadas do meio exterior pelos sentidos. Ideias como essa impulsionaram o empirismo, corrente favorável a um ensino pela imitação, na escola, as atividades propostas são as que facilitam a memorização, como a repetição e a cópia. Os empiristas acreditavam que as informações se transformam em conhecimento quando passam a fazer parte do hábito de uma pessoa, absorvidos tal como uma esponja retém líquido, os dados aprendidos são acumulados e fixados e podem ser rearranjados quando outros conteúdos mais complexos aparecem.
A mente humana é definida como uma tábula rasa, um espaço vazio a ser preenchido. Do ponto de vista dos empiristas, caberia à escola formar um sujeito capaz de conhecer, julgar e agir segundo os critérios da razão, substituindo as respostas "erradas" absorvidas no contato com diversos meios, a religião, por exemplo, pelas "certas", já validadas pelos sujeitos por seguirem os critérios científicos da época.
Nativismo, apriorismo ou inatismo (primado no sujeito): afirma que as formas de conhecimento estão predeterminadas no sujeito. Se atribui ao organismo humano, categorias de conhecimento já prontas, para as quais toda estimulação sensorial é canalizada. Defende que existe algo inato ou programado na bagagem hereditária de cada pessoa que a faz aprender, ou seja, todo indivíduo já carrega em si a capacidade de ser inteligente; é só uma questão de tempo e de permitir que esse conhecimento passa a existir. Essa perspectiva sustenta que as pessoas naturalmente carregam certas aptidões, habilidades, conceitos, conhecimentos e qualidades em sua bagagem hereditária. Tal concepção motivou um tipo de ensino que acredita que o educador deve interferir o mínimo possível, apenas trazendo o saber à consciência e o organizando. Mesmo que a noção de aprendizado como conhecimento não encontre reflexo na ciência contemporânea, algumas ideias inatistas ainda surgem nas salas de aula. Para o bem e para o mal: se por um lado é interessante levar os alunos a procurar respostas para suas inquietações com independência crescente, por outro é lamentável que muitos docentes sigam explicando o baixo rendimento escolar de certos estudantes, sobretudo os de "lares desestruturados", porque eles "não têm habilidade para aprender".
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