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As Tecnologias 2.0 na Educação

Por:   •  16/10/2021  •  Artigo  •  633 Palavras (3 Páginas)  •  134 Visualizações

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Tecnologias 2.0 na Educação

Cynthia Enoque

Educação é, essencialmente, um ato comunicacional mediado por pessoas, linguagem e tecnologia. Nessa perspectiva, a escolha de suportes tecnológicos participativos pode fomentar, no discente, a autonomia e criticidade que o mercado profissional e a sociedade contemporânea demandam.

Esses suportes tecnológicos medeiam a comunicação (e, por consequência, a educação) desde que as sociedades humanas se tornaram mais complexas. Desde então, fez-se necessária a criação de suportes para que a comunicação em diferido (com déficit de tempo e espaço) ocorresse.  As paredes das cavernas, os pergaminhos, os papiros, o som do tambor, o sinal de fumaça antecederam as tecnologias modernas de comunicação em diferido. Na história da mídia, o primeiro dos suportes era o impresso. Posteriormente, surgiram os meios eletrônicos de armazenamento e de difusão, como o rádio e a TV. Atualmente, entram em cena, também, os meios digitais.  Uma vez que Educação é um ato comunicacional, todos esses meios, do impresso ao digital, são utilizados no contexto escolar.

No entanto, há que se fazer uma observação a respeito da lógica comunicacional  que os meios permitem e como são utilizados no contexto escolar. Em termos comunicacionais, há uma diferença básica em relação aos suportes impressos e eletrônicos e entre esses e os digitais. Os impressos armazenam a informação e permitem uma difusão mais limitada e sem possibilidade de intervenção. Os eletrônicos armazenam e promovem uma difusão em massa da informação, mas não propiciam uma intervenção por parte do receptor. Essas tecnologias que não permitem a participação do receptor se denominam 1.0.

As tecnologias digitais, por sua vez, não só apoiam o material linguístico como também propiciam e potencializam trocas (entre) e intervenções (dos) sujeitos, uma vez que são meios bidirecionais (permitem que sejamos, ao mesmo tempo, emissores e receptores). As tecnologias que permitem a participação se denominam 2.0. , uma referência à segunda geração da “world wide web”, que se caracteriza pela possibilidade de intervenção e de trocas por parte do usuário. Trata-se de ferramentas disponibilizadas em rede que permitem aos usuários inserir, alterar e compartilhar conteúdos, armazenar a complexidade simbólica da linguagem, bem como permitem a abertura à coletividade, uma vez que constituem um canal aberto a múltiplas intervenções. Com a disponibilidade de amplos recursos tecnológicos de aprendizagem cooperativa e colaborativa, surge uma variedade enorme de softwares que prometem apoiar a bidirecionalidade demandada pelo trabalho coletivo e autônomo do aprendiz.

Estas tecnologias permitem implementar um vasto leque de aplicações Web 2.0, sendo os exemplos mais populares: Software para criação de redes sociais  Ferramentas de escrita colaborativa Ferramentas de comunicação online ∙ Ferramentas de publicação de vídeos online Ferramentas de publicação de fotografias online Ferramentas de social bookmarking –Plataformas de e-Learning Ambientes de realidade/interação virtual. Pela lógica bidirecional que suportam, essas ferramentas contemplariam as três instâncias de mediação apontadas por Vygotsky para o desenvolvimento cognitivo humano: a social, por ser coletivo e por possibilitar a troca de saberes; a sígnica, por suportar um texto; e a instrumental, por se tratar de uma ferramenta que possibilita a escrita, a permuta de informações, bem como o seu armazenamento.

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