Barbie: A Problemática Ofensora Do Extremo.
Por: heloisalb • 2/11/2023 • Ensaio • 731 Palavras (3 Páginas) • 55 Visualizações
O filme expõe como o feminismo e/ou o machismo extremo que muitas pessoas tem
como “ideal” sempre vai ser ofensivo para o outro lado. O extremo protagonismo, ego
e domínio de algum dos lados sempre vai resultar em algo ruim e desfuncional.
O filme já começa nos mostrando como muitas mulheres enxergam um mundo
perfeito e ideal sem a existência/presença do homem, na qual o homem não presta
para nada e é visto apenas como um objeto de escoro, e a mulher consegue tudo o
que deseja sozinha.
Percebe-se o tempo todo o ego extremamente elevado dessas mulheres, visto que
quando alguma delas elogia a outra, elas aceitam aquele elogio, agradecem, mas
sempre deixam claro que elas já sabiam disso, sem que fosse necessário outra pessoa
falar.
Assim, quando aquela boneca que é perfeita e estereotipada começa a enxergar as
suas próprias imperfeições e se vê sem saída a não ser recorrer a ajuda de outras
pessoas, ela entra em crise.
Nisso, Ken, a figura masculina que não tinha voz nenhuma no mundo da Barbie, vai
para o mundo real e começa a ter contato com o patriarcado, e, assim, leva essa ideia
para a BarbieLand e para os Ken ́s que habitam lá.
E é aí que os papeis são invertidos e tudo muda; todo aquele feminismo se torna um
machismo extremo, homens no poder e mulheres sem nenhum valor e sem nenhuma
função que não fosse servir aos homens.
O roteiro nos mostra mais uma vez o quanto é ofensivo para as mulheres que os
homens estejam no poder e no controle de tudo.
Durante o filme, Ken assume o comando do mundo da Barbie e cria a sua própria Dojo
Mojo Casa House, relembrando a Barbie que, por muitas vezes ele quis estar ao lado
dela em sua casa e ela sempre negou, dizendo que aquela era a Casa da Barbie.
Assim como citado no texto “Pesquisa de Antropologia Política” – Pierre Clastres: “[...]
O etnocida, em contrapartida, admite a relatividade do mal na diferença: os outros são
maus, mas pode-se melhorá-los obrigando-os a se transformar até que se tornem, se
possível, idênticos ao modelo que lhes é proposto, que lhes é imposto.”
Na visão das Barbies, o Ken só seria “melhor” se estivesse vivendo exatamente como
elas queriam que ele vivesse; praticamente sem existir, para que a imagem delas
estivesse em evidência o tempo todo.
O filme, num todo, nos faz entender que os dois bonecos, que são os personagens
principais do filme, os protagonistas que buscavam elevar toda essa ideia de
extremismos, na verdade estão perdendo ali a sua identidade; eles mal sabem quem
são. E torna-se perceptível que essa luta constante entre eles por poder, voz e
autoridade é apenas a expressão de pessoas perdidas.
No texto “Direitos humanos, educação e interculturalidade: “[...] No entanto, parece
que hoje o centro de interesse se deslocou. Quando digo que houve um deslocamento,
não estou querendo dizer que se
...