CULTURA: UM CONCEITO ANTROPOLÓGICO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL

CURSO DE PEDAGOGIA CCHS/UFMS

DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E ANTROPOLOGIA

ACADÊMICA: ROSELY GONÇALVES DE OLIVEIRA

LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. Rio de Janeiro: Zahar, 1986.

O livro de Roque de Barros Laraia- Cultura: um conceito antropológico- abre a conversação acerca do conceito de cultura com uma forma simples e de fácil entendimento, para os leitores. Laraia (1986) discorre sobre o tema, trazendo as definições que achou pertinente e faz o uso de exemplos para ilustrá-las. No decorrer dos capítulos, o autor aponta diversas maneiras pelas quais, a cultura influencia o comportamento do homem e faz um alerta para a questão do etnocentrismo, muitas vezes implícito nas concepções elaboradas sobre a mesma. O texto é dividido em duas partes. A primeira que trata do desenvolvimento, dentro da antropologia, do conceito de cultura e a segunda que traz explicações sobre a atuação da cultura e a forma com que ela molda a vida humana. De linguagem acessível, o livro é agradável e de fácil compreensão.

A princípio, o autor traz a preocupação dos estudos acerca de outros povos e compara a visão que cada um deles tem, deixando claro que as explicações do determinismo biológico e geográfico são insuficientes para explicar o comportamento de tais povos. Este assunto é tratado nos dois primeiros capítulos do livro e o autor considera que tanto o determinismo biológico quanto o determinismo geográfico não determinam as diferenças culturais, sendo que no segundo, a cultura age seletivamente e não casualmente, havendo, em espaços iguais, vários tipos de cultura e vice e versa.

No terceiro capítulo, Laraia (1986), discorre sobre a historicidade do conceito da palavra cultura, recorrendo a Edward Tylor e a sua definição da mesma como sendo o “complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes e quaisquer outros hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. (LARAIA, 1986, p. 25).

No quarto capítulo, o autor trabalha a visão de Tylor sobre a Antropologia Cultural que segundo ele, tem um objetivo de estudo científico que explica a grande diversidade de culturas. Mais a frente, discute as ideias de Kroeber, que afirmam que a cultura se adapta aos diferentes ambientes biológicos. Laraia (1986) passa então a recusar temas como instintos humanos, valorizando o processo de comunicação como base para o desenvolvimento da cultura.

A primeira parte do livro termina no quinto capítulo, quando o autor inicia a problematização acerca da origem da cultura como parte única do ser humano. Mesmo trazendo para o corpo do texto, algumas teorias que julgou serem necessárias, Laraia (1986), faz uma crítica a elas, porque considera que estas induzem a um aparecimento espontâneo do início da cultura.    

Na segunda parte, o capítulo intitulado “Como Opera a Cultura” Laraia (1986), abre as discussões trazendo exemplos sobre o comportamento do ser humano que possui o mesmo aparato biológico, em decorrência da cultura afirmando, que em determinadas culturas, alguns comportamentos fisiológicos básicos, apresentam grande diferenças, por conta do processo de endoculturação.