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DESPERTAR DO ENSINO DA GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA DA POBREZA E DA DESIGUALDADE SOCIAL NA ESCOLA

Por:   •  24/5/2017  •  Projeto de pesquisa  •  3.016 Palavras (13 Páginas)  •  436 Visualizações

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DESPERTAR DO ENSINO DA GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA DA POBREZA E DA DESIGUALDADE SOCIAL NA ESCOLA

Eliane Felix da Silva

1 INTRODUÇÃO 

Este projeto de pesquisa tem por objetivo analisar como é apresentada a problemática da pobreza e da desigualdade social na formação profissional das futuras professoras das séries iniciais do Ensino Fundamental.

Enquanto primeira etapa, os cursos de licenciatura de formação inicial do professor, precisa proporcionar ao aluno subsídios, buscando a construção de saberes sobre a sua profissão.

Assim, a efetivação dessa construção exige uma complexa articulação entre teoria e prática pedagógica, quando o processo reflexivo é desencadeado a partir da ação pedagógica e de sua problematização.

Dessa forma, a formação inicial prioriza, durante o processo, estratégias que permitam o contato direto e contínuo dos alunos com a escola e sua dinâmica. Porém, o que percebemos atualmente na formação dos educadores e nas políticas de formação, são precariedades em relação aos reais objetivos da educação.

Portanto, esta pesquisa pretende compreender se o tema é abordado junto aos estudantes de Pedagogia de Nova Andradina, referente as condições de pobreza e a desigualdade social, e qual a ação teórico/pratico utilizada pelo professor para formação do pedagogo, visto que esse tem a missão de educar e também, conhecer os alunos e a realidade da comunidade em que está inserido, bem como suas demandas educacionais.

2. DESENVOLVIMENTO

2.1 CONTEXTUALIZANDO A POBREZA E A DESIGUALDADE SOCIAL

        Para conceituar pobreza, é necessário primeiramente entender que a pobreza pode ser definida de diversas maneiras. Torna-se difícil expor uma definição concreta, visto que não é algo consensual, porém algumas definições para a pobreza consideram somente a renda financeira de uma pessoa, mas afinal o que é ser pobre?  De um modo geral, a pobreza tende a ser vista como um estado de carência, insuficiência de bens e inferioridade em comparação a um modelo ou nível de vida dominante.

A noção de pobreza aparece na literatura como sinônimo de variadas palavras ou expressões como privação, deficiência, inadaptação, pauperismo, precarização, estigmatização, baixa renda, classe baixa, desigualdade, exclusão, vulnerabilidade, marginalidade, miséria, indigência, diferenças sociais, discriminação; segregação, desqualificação, etc.

Para Aldaísa Sposat (1997,p.13) (...) o conceito de pobreza é relativo, refletindo os hábitos, valores e costumes de uma sociedade. Assim, a pobreza deve ser acometida como uma insuficiência das capacidades sócio-político, económico e cultural. Destarte, a pobreza pode ser compreendida de distintas maneiras, podendo, no entanto ser divididas como: pobreza absoluta e relativa.

Conforme definição de SILVA, 2009:

A pobreza absoluta tem como critério para sua definição o atendimento das necessidades mínimas para reprodução biológica, referindo-se a uma renda insuficiente para obtenção dos bens e serviços considerados essenciais para permitir a reprodução puramente física das pessoas (nutrição, vestuário, moradia, saúde, aquecimento).

A pobreza relativa que considera a estrutura e a evolução da renda média de um determinado país. O que significa dizer que, a concepção de pobreza relativa se fundamenta na idéia de desigualdade de renda e de privação relativa em relação ao modo de vida dominante em determinado contexto, tendo como referência a renda nacional e, considerando não só as necessidades essenciais, mas também as possibilidades oferecidas pela sociedade.

 A pobreza absoluta e relativa foi criada através de estudiosos a fim de identificar, medir e pesquisar a pobreza. Assim, a pobreza absoluta pode ser definida de como ausência de tudo aquilo que o ser humano necessita para ter uma vida saudável, ou seja, a deficiências nas suas condições mínimas de sobrevivência. Sendo então, classificados como pobres, visto o baixo padrão de renda que impossibilita o acesso às necessidades básicas de sustentação e sobrevivência física.

Por outro lado a pobreza relativa se define pelas necessidades insatisfeitas, em relação ao modo de vida predominante na sociedade, ou seja, têm as necessidades essenciais garantidas, porém não conseguem desfrutar, dos bens e serviços considerados fundamentais numa sociedade.

Percebe que a pobreza absoluta se fundamenta em termos biológicos e a relativa se baseia em aspectos culturais. De forma que possa levar os pesquisadores ao estudar a pobreza definir a linha de pobreza, que é o padrão de vida humana dos quais pessoas grupos e nações passa a ser considerados pobres. Dentre medidas de analise para classificação de nações e grupos estão: o analfabetismo, a renda per capita, a divida externa e o PIB. Tais recursos faz com que a pobreza deixa de ser abstrato, para tornar-se uma grandeza, de maneira que indivíduos, grupos e países possam ser considerados pobres não só em relação a si mesmo mas também á outros países e grupos com os quais são comparados.  

        Assim, a pobreza de um modo geral pode ser compreendida como uma situação socioeconômica marcada por uma deficiência nas necessidades básicas, da quais são conceituadas como o mínimo necessário à sobrevivência, ou seja, acesso aos bens e serviços públicos incluindo alimentação, moradia, vestuário, móveis, e ainda, saneamento básicos, sanitários, transporte, educação, saúde, enfim acesso aos direitos constituídos. 

        Embora, a pobreza e desigualdade possuírem significado diferenciado, conceituadamente são semelhantes, uma vez que ambas estão relacionadas àquele que detém maior poder. Talvez a pobreza seja a principal causa de definição da desigualdade social, tendo em vista a desigual distribuição de poder ele econômica, social político, étnico, cultural.        

A desigualdade econômica está relacionada às diferenças de renda e riqueza numa sociedade.

Para Karl Marxs, a desigualdade social era um fenômeno causado pela divisão de classes sendo elas, pertencentes àqueles que possuíam maior poder econômico e utilizava com a finalidade de manter o domínio estabelecido, tendo como instrumento, a miséria causada pela desigual riqueza.

As desigualdades se originam dessa relação conflitante entre a classe dominante e a classe dominada, em função da riqueza trazendo a partir disso, as classes operárias e burguesas. Partindo dessa premissa, entre dominante e dominado, de modo geral, a desigualdade econômica é a mais conhecida e chamada desacertadamente de desigualdade social. Contudo é preciso reconhecer que a desigualdade social vai além da insuficiência de renda, podendo ser denominada como sendo uma condição de acesso desproporcional aos recursos, materiais ou simbólicos, fruto das divisões sociais.

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