Documentário ilha das flores

O documentário Ilha das Flores é uma produção realizada num local na cidade de Porto Alegre que (recebe o nome do documentário, mas de flores, não há nada, ao invés disso) é destinado ao depósito de lixo. O curta retrata com clareza a desigualdade social do mundo capitalista, onde o ser humano mesmo teoricamente “livre”, ele está totalmente atrelado às condições impostas por sua classe social. É possível perceber que os moradores pobres da Ilha estão totalmente presos à miséria, brigando por restos de lixo que nem para os porcos podem ser aproveitados. Do outro lado do enredo do filme, podemos conhecer uma classe beneficiada pelos meios de produção, são aquelas pessoas que possuem o poder econômico e consequentemente social e que esbanjam do lucro gerado pela exploração do trabalho e da miséria daqueles que estão a margem da sociedade.

A forma como o filme é estruturado, sempre mostrando a origem das coisas, formando um encadeamento de informações e uma sucessão de imagens, através de repetições, abordando a miséria, provocada pelo contexto social capitalista, sempre de maneira comparativa, permite uma conscientização e quase uma revolta.

Embora seja bastante claro, que vivemos em sociedade, forma que as pessoas que compõem a estrutura social deveriam possuir, pelo menos, condições mínimas de sobrevivência, sem exceção, mas as pessoas que vivem nas condições mostradas no documentário tem pouca, ou nenhuma, chance de alterarem, por si só, suas condições de vida pela ausência de políticas públicas para solucionar o problema. E pior que isso, levando-se em conta que o documentário foi produzido em 1989, dá para perceber que as coisas não mudaram muito entre o Brasil daquela época e o de hoje.