Educação a Distância Vale Apena?
Por: Divonilde Pereira • 7/10/2016 • Trabalho acadêmico • 1.494 Palavras (6 Páginas) • 281 Visualizações
Educação à distância vale a pena?
O Ensino à Distância, apesar de não ser algo conceitualmente novo, visto que já em 1850 agricultores europeus aprendiam por correspondência sobre como plantar e no Brasil ter iniciado em 1904, primitivamente no Rio de Janeiro, com as escolas Internacionais através de cursos pagos por correspondência, apresenta-se hoje, como um novo Sistema Educacional. Através de uma reflexão sobre o Ensino, desde os tempos de Platão – o primeiro pensador a se posicionar em favor do caráter público da educação – verifica-se que muito se estudou, pesquisou e discutiu sobre os melhores métodos de Ensino, e também que os avanços tecnológicos propiciaram caminhos para que se chegasse a esse novo Sistema Educacional.
Aretio (2001) aponta para o fato de que, em relação ao Ensino Aprendizagem, novos espaços se evidenciam através da Educação à Distância (EaD), tratando-se de "um diálogo didático mediado entre o professor (instituição) e o estudante que, localizado em espaço diferente daquele, aprende de forma independente, cooperativa, colaborativa, entre pares". Ou seja, tornando possível ao cursista receber orientações didáticas mesmo estando em lugar diferente do tutor.
A EAD proporciona alternativas cada vez mais diversificadas para aqueles que buscam aprimoramento e conhecimento. Esta modalidade de educação é vista como uma alternativa para atender tanto àqueles com maior poder aquisitivo e oportunidades de acesso aos recursos tecnológicos modernos quanto aos que vivem em condições menos favoráveis, ou ainda, os que vivem em grupos dispersos geograficamente. Graças às dinâmicas proporcionadas pelo uso das mídias e das novas tecnologias, a EAD pode garantir um ensino mais flexível e formação básica de qualidade, num menor espaço de tempo atendendo uma ampla demanda de cidadãos trabalhadores. E, paralelamente, pode ser incorporada como modelo educativo para a formação em outros níveis e modalidades de ensino, promovendo a educação permanente dos cidadãos.
Tal sistema de ensino tem o intuito de facilitar e melhorar o que vinha sendo feito até então e traz como consequência maior autonomia aos dicentes, que podem estudar independente do lugar em que se encontram. Na Educação a distância é você quem decide quando, como e onde estudar (autodisciplina).
Ademais, tal conjuntura corrobora com as teorias de Piaget no que se refere à construção do conhecimento e na orientação da busca da autonomia do aluno.
No contexto atual, em que as pessoas têm acesso à informação de forma muito rápida, quase que instantânea (dependendo do recurso utilizado), é emergente a preocupação das instituições de ensino em adequar suas práticas a fim de atender a essa nova realidade, dos nativos digitais. É em meio a este contexto que as instituições de ensino estão investindo em profissionais capacitados – os tutores - para oferecer opções de ensino na modalidade a distância. O tutor passou a ser visto como orientador ou facilitador da aprendizagem.
Segundo Delors (2003), a mediação é peça chave da educação, cujo objetivo deveria ser, o de oferecer aos indivíduos “mapas e bússola” que pudessem orientá-los a aprimorar-se, desenvolvendo suas potencialidades em um mundo cada vez mais complexo e abundante de informação.
Assim sendo, pressupomos que o papel do tutor na EAD deva ser o de mediador, dividindo o poder no grupo, ao mesmo tempo em que concentra responsabilidades, sinalizando o caminho a ser trilhado.
No entanto, vale enfatizar também a importância da interatividade entre todas as partes envolvidas nessa modalidade de ensino. Para o filósofo Pierre Lévy, a interatividade que o uso dos recursos disponíveis virtualmente propicia contribui sobremaneira para a construção e disseminação do conhecimento de forma democrática. Ao tratarmos de cibercultura, de inteligência coletiva, recorremos à conceituação deste pesquisador, que valoriza o compartilhamento de conhecimento através da grande rede. Segundo Pierre Lévy (2011), para que se torne efetiva, a inteligência coletiva precisa conjuminar dois fatores primordiais e complementares entre si, que são a cooperação e a competição. “É do equilíbrio entre a cooperação e a competição que nasce a IC”1.
Entretanto, fazer uso pedagógico dos recursos tecnológicos não se configura uma tarefa fácil. Para que se consiga transpor essa barreira há que se manter o foco nos objetivos que se deseja alcançar. É ponto pacífico a constatação de que o ensino
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1 Trecho do artigo extraído da internet. LÉVY, Pierre. A caminho da inteligência coletiva. Por: Anselmo Massad. In: Revista Fórum, Brasil, (2011), Publicação original em novembro de 2002. Disponível em: < http://revistaforum.com.br/blog/2011/10/a-caminho-da-inteligencia-coletiva/> Acesso em 25 set. 2016.
à distância é completamente diferente do tradicional, principalmente pelo fato da tecnologia estar sempre presente, o que requer uma postura diferenciada tanto dos tutores quanto dos alunos.
Para aqueles que não possuem grande familiaridade com tecnologias, para além do fator primordial - a disciplina - convém buscar, antes mesmo de ingressar em um curso na modalidade EAD, alternativas que possibilitem um domínio acessível das habilidades para utilizar os recursos do ambiente virtual, pois esse tipo de curso requer uma alfabetização tecnológica.
Aos que já possuem os requisitos mínimos para enveredar nesta modalidade de ensino, meu primeiro conselho é que sigam a todas as orientações de estudos fornecidas na plataforma do curso, verificando o guia de orientações de estudos (o qual sugiro que seja impresso e esteja sempre à mão),. Explorar as diversas ferramentas e recursos disponíveis no ambiente do curso também é algo bem útil e aconselhável, mesmo antes de iniciar os estudos; assim aproveitem todas as oportunidades de instrução existentes na plataforma do curso, seja os tutoriais, videoaulas ou ainda os direcionamentos dados pelos turores online via e-mails e chats.
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