Educação de Jovens e Adultos
Por: angraoc • 22/4/2015 • Resenha • 359 Palavras (2 Páginas) • 190 Visualizações
Historicamente a Educação de Jovens e Adultos foi associada a políticas ineficientes e conceitos equivocados. Na década de 1940 o analfabetismo era o causa de uma classe pobre e marginalizada. A complexidade do analfabetismo era tão ampla e preocupante, sendo argumento até retirada do direito de votar. Portanto, por questões políticas, digo eleitoreiras, o alfabetismo foi visto como uma porta de saída para o aumento de votos.
Assim, na década de 1950 entidades públicas e figuras importantes deram inicio a iniciativas de alfabetização. Esta, precária, de caráter transmissor e com ministradores mal remunerados, sem qualificação, e além disso tidos como protagonistas do processo de ensino.
Com a chegada de Paulo Freire no cenário da EJA, o sistema enxergou novos rumos e concepções. Nesta nova visão, o adulto analfabeto era visto como participante, sujeito digno e que trazia uma carga importante de experiências vividas relevantes para a sala de aula. Em outras palavras, Paulo Freire defendia uma educação emancipadora, que libertava o oprimido das "garras" da alienação e opressão, se tornando um individuo politicamente, e socialmente mais favorecido. Outro ponto importante de Paulo Freire se refere a prioridade do alfabetizando saber problematizar, discutir seu cotidiano e ser critico a respeito disso, ao invés de apenas saber de ortografia e fonética das palavras.
Com a ditadura militar, Paulo Freire foi exilado e seu método foi sofrendo o peso da ditadura até se findar. Logo, veio a Criação do Mobral ( Movimento Brasileiro de Alfabetização) que se respaldava na alfabetização funcional,excluindo a leitura e escrita, se opondo assim ao método de Paulo Freire.
Nos dias atuais, apesar de toda legislação criada e preconceitos diluídos, a EJA ainda é palco de discussões e conceitos empobrecidos. A velha e inquebrável imagem do adulto analfabeto ainda não quebrou os muros da sociedade que não percebe que a EJA proporciona ao adulto analfabeto a possibilidade de estar em pé de igualdade numa sociedade que, muitas vezes, marginaliza e exclui esses indivíduos. O estado se assenta em políticas fracas e ineficientes, porém, é inteligente perceber que é preciso de fato uma integralização da sociedade com o poder do estado para uma sociedade emancipatória.
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