Evolução e Aprendizagem das Pessoas com Transtornos Globais do Desenvolvimento.
Por: Luciene Freitas • 20/9/2015 • Trabalho acadêmico • 1.544 Palavras (7 Páginas) • 627 Visualizações
Unidade II: Processos de Desenvolvimento, Evolução e Aprendizagem das Pessoas com Transtornos Globais do Desenvolvimento.
PROFESSOR: Profa. Dra. Jucélia Linhares Granemann
LUCIENE DE FREITAS SANTOS – Grupo 04 – Tutora Marcela Favilla
ATIVIDADE I - Texto dissertativo com dois enfoques principais: primeiro, os processos de desenvolvimento e evolução, atendimentos destinados às pessoas com transtorno global do desenvolvimento. Depois, discuta sobre a importância, a participação e as dificuldades enfrentadas pelos profissionais atuantes, juntamente com as famílias desses indivíduos.
A leitura dos textos me possibilitou averiguar dados estatísticos sobre os Transtornos Globais do Desenvolvimento, pesquisas de amostras e coletas de dados que poderão nos ajudar a oferecer um atendimento mais qualificado a essas crianças.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são distúrbios nas interações sociais recíprocas que costumam manifestarem-se nos primeiros três anos de vida. Caracterizam-se pelos padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim como pelo estreitamento nos interesses e nas atividades. Os TGD englobam os diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a Síndrome de Rett.
Em relação aos TGD, diversos preconceitos e conceitos equivocados, bem como teorias desatualizadas e mitos predominam e são inadvertidamente reforçados e perpetuados ao longo dos anos. Na realidade brasileira, há informações obsoletas e produções científicas incipientes, que impedem a realização de diagnóstico e intervenção nos primeiros anos de vida da criança. Não há estatísticas oficiais atualizadas e contextualizadas sobre os TGD, o que torna difícil perspectivar quais as medidas políticas e científicas pedagógicas para a prevenção e tratamento, que perpetuem desigualdade e injustiça sociais.
Diante dos sentimentos de preocupação, insegurança, desconhecimento e formação dos profissionais frente à inclusão de alunos com TGD, descritos na literatura, são importantes criar iniciativas que apoiem o trabalho pedagógico com a intenção de facilitar esse processo e a etapa de adaptação frente ao desafio da inclusão de todos.
Receber um novo aluno, especificamente com TGD, pode ser ainda mais desafiador, se o professor não tem informação, preparação prévia, conhecimentos sobre o diagnóstico, experiência para a formação de vínculo, e recursos a sua disposição para facilitar o trabalho escolar e promover o processo de ensino e aprendizagem.
A falta de reconhecimento e intervenção precoce pode comprometer o desenvolvimento, a qualidade de vida, a participação e inclusão na sociedade. Portanto, os profissionais devem tornar-se pesquisadores e focar na observação do aluno, criando uma relação entre os dois, lenta em avanços ao longo da convivência, mas estável (TREVARTHEN, 1996).
O conhecimento e o respeito às características do indivíduo com TGD (especialmente comportamento, habilidade de comunicação, relacionamento social, funcionamento cognitivo), a construção dos objetivos do plano de ensino individualizado e a aplicação de pressupostos da análise do comportamento são bons suportes para o processo de ensino e aprendizagem.
As pessoas com TGD beneficiam-se de um método que preconize a organização, intervenção contínua, adaptação do ambiente rotina e tarefas estruturadas, que envolvem intervenções específicas baseadas em suas necessidades e que através de sua constituição possibilite: desenvolvimento, aquisição de autonomia, ganho de competências para vida prática e diária, e independência.
Como são essas crianças, com relação à interação social, crianças com TGD apresentam dificuldades em iniciar e manter uma conversa. Algumas evitam o contato visual e demonstram aversão ao toque do outro, mantendo-se isoladas. Podem estabelecer contato por meio de comportamentos não verbais e, ao brincar, preferem ater-se a objetos no lugar de movimentarem-se junto das demais crianças. Ações repetitivas são bastante comuns. Também causam variações na atenção, na concentração e, eventualmente, na coordenação motora. Mudanças de humor sem causa aparente e acessos de agressividade são comuns em alguns casos. As crianças apresentam seus interesses de maneira diferenciada e podem fixar sua atenção em uma só atividade, como observar determinados objetos, por exemplo.
Com relação à comunicação verbal, essas crianças podem repetir as falas dos outro - fenômeno conhecido como ecolalia - ou, ainda, comunicar-se por meio de gestos ou com uma entonação mecânica, fazendo uso de jargões.
Crianças com transtornos de desenvolvimento apresentam diferenças e merecem atenção com relação às áreas de interação social, comunicação e comportamento. Na escola, mesmo com tempos diferentes de aprendizagem, esses alunos devem ser incluídos em classes com os pares da mesma faixa etária.
Estabelecer rotinas em grupo e ajudar o aluno a incorporar regras de convívio social é atitude de extrema importância para garantir o desenvolvimento na escola. Boa parte dessas crianças precisa de ajuda na aprendizagem da autorregulação.
Apresentar as atividades do currículo visualmente é outra ação que ajuda no processo de aprendizagem desses alunos. Faça ajustes nas atividades sempre que necessário e conte com a ajuda do profissional responsável pelo Atendimento Educacional Especializado (AEE). Também cabe ao professor identificar as potencialidades dos alunos. Invista em ações positivas, estimule a autonomia e faça o possível para conquistar a confiança da criança. Os alunos com TGD costumam procurar pessoas que sirvam como 'porto seguro' e encontrar essas pessoas na escola é fundamental para o desenvolvimento.
A inclusão educacional de alunos com deficiência e/ ou autismo, portanto deve ultrapassar a possibilidade de convivência comum, pois requer uma série de ações educacionais intencionais para que tais alunos tenham acesso ao currículo da escola, pois, caso contrário, a escola se limitará a uma esfera de socialização.
O Atendimento Educacional Especializado - AEE- destinado aos alunos público alvo da educação especial, é um serviço que: Identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. O AEE complementa e/ou suplementa a formação do aluno com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. Alunos com transtornos gerais de desenvolvimento quando necessário, esses alunos devem ser atendidos nas suas especificidades, para que possam participar ativamente do ensino comum. O AEE deve ser realizado no período inverso ao da classe comum frequentada pelo aluno e na própria escola ou em outra escola próxima desse aluno.
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