Evolução histórica da didática
Pesquisas Acadêmicas: Evolução histórica da didática. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: devisantos • 25/9/2014 • Pesquisas Acadêmicas • 2.158 Palavras (9 Páginas) • 1.203 Visualizações
Evolução histórica da didática
A evolução da didática, a partir dos trabalhos de Ratke e Comênio, foi lenta, se comparada com outras ciências. Uma causa fundamental, já foi mencionada, era que os estudos sempre focalizavam, indistintamente, instrução, ensino e educação como se fossem fenômenos de uma mesma essência.
Assim, a Pedagogia foi ganhando forças como ciência particular, se separando aos poucos da filosofia e da teologia, e deixando a didática como uma simples disciplina técnica. Foi, por isso que as histórias da Pedagogia e da Didática se misturam no tempo. Quando se estuda a História da Filosofia e da Teologia, necessariamente se faz referencias a pedagogos. Quando se estuda a História da Pedagogia se refere a Teólogos e Filósofos, entre outros. Algo similar acontece, quando contamos a História da Didática.
No século XVIII, Jean Jacques Rosseau propôs uma concepção de ensino baseada em um novo conceito de infância. Depois de Ratke e Comênio, Rousseau foi o outro grande didata que surgiu. Por ser, também, um grande pedagogo, ajudou a revolucionar a Didática. Não se pode considerar um sistematizador do ensino, mas sua obra dá origem, de modo marcante, a um novo conceito de infância e sua relação direita com o ensino.
A prática das idéias de Rousseau foi empreendida, entre outros, por Henrique Pestalozzi, que em seus escritos e atuação dá dimensões sociais à problemática educacional. O aspecto metódico da Didática encontra-se, sobretudo, em princípios, e não em regras, transportando-se o foco de atenção às condições para o desenvolvimento harmônico do discente. Rosseau considerava que a valorização da infância está carregada de conseqüências para a pesquisa e a ação didática.
No século XIX, João Frederico Herbart destaca-se no plano didático por defender a idéia da "educação pela instrução". Como didata estabeleceu quatro passos didáticos, que são essências no processo de ensino, ainda hoje. Naturalmente que já sofreram variações e aperfeiçoamento, mas a essência é a mesma desde seu descobrimento. O primeiro passo é a apresentação da matéria nova. O segundo passo é a associação entre as idéias antigas e as novas; o terceiro, a sistematização do conhecimento com vista à generalização; e o último a aplicação do conhecimento.
Para alguns estudiosos, Herbart é o pai da Pedagogia; pois teve por mérito torná-la, Segundo Castro (2008, p. 17) "o ponto central de um círculo de investigação própria". Não obstante, contribuiu, e muito, com o desenvolvimento teórico da Didática.
No século XX, por ser o século onde surge a Didática como ciência autônoma, tem muitos didatas que se destacaram no desenvolvimento do ensino. Do ensino, visto como isso, como conceito de objeto de estudo da didática e não como um simples articular dos professores com estudantes ou alunos. Nesse século XX, muitos se autodenominaram especialistas ou cientistas do currículo. São aqueles que defendem o Desenho Curricular como uma ciência independente da Didática, senão fosse pelo fato que não existe ensino sem uma conceição do desenho curricular. É ilógico pensar no surgimento de uma nova ciência a partir do mesmo objeto de estudo.
Outro grande didata foi o norte-americano John Dewey (l859 - l952). Foi como a maioria, muito mais pedagogo que didata, não obstante, foi um destacado representante de uma das tendências do pragmatismo didático. Na didática, sua maior contribuição está no ensino laboral e a relação do ensino com a vida
Resumindo essa evolução, se destacam em ordem cronológica:
• Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um pensador que procurou interpretar essas aspirações, propondo uma concepção nova do ensino, baseado nas necessidades e interesses imediatos da criança.
• Henrique Pestalozzi (1746-1827) deu grande importância ao ensino como meio de educação e desenvolvimento das capacidades humanas.
• Johann Friedrich Herbart (1766-1841) pedagogo alemão com grande influencia e relevância na didática e na pratica docente. Para ele, o fim da educação é a moralidade. A instrução é introduzir idéias corretas na mente do homem.
• A.Diesterweg (1790-1866) didata alemão que trabalho sobre o desenvolvimento do professor.
• John Dewey (l859 - l952) foi um destacado representante de uma das tendências do pragmatismo didático. Na didática, sua maior contribuição está no ensino laboral e a relação do ensino com a vida.
Contemporaneidade
Já no final do século XX, a Didática passou por muitos questionamentos: era disciplina técnica de outra ciência? Era mesmo ciência? Quais seriam seus métodos de pesquisa? Algo parecido, também tinha acontecido, anteriormente, com a Biologia, a Física, a Química, e outras ciências antes do século XIX. Não era uma questão só da Didática.
O grande problema da Didática, ainda até hoje, é estabelecer para a comunidade científica uma base teórica comum, independente de culturas, com uma única terminologia, para evitar ambigüidades. Os erros de tradução de um idioma para o outro, quando essas traduções são feitas por pessoas que sabem o idioma, mas não tem um preparo científico nessa área e muitas vezes fazem traduções compressíveis ao nível informal, mas com muita ambigüidade na linguagem científica. A tradução do inglês para o português poderia constituir um exemplo, dessa ambigüidade: "instruction" traduzido com ensino, em vez de instrução. "Teaching" traduzido como instrução. Por só mencionar poucos exemplos.
Outro problema não só da Didática, mas da Pedagogia, é redimensionar as categorias, as leis e os princípios partindo de suas verdadeiras essências e não através da imposição de critérios volitivos sem fundamentação científica da realidade. Este é o caso da falsa unidade dialética entre ensino e educação. Pois, erroneamente se quer estabelecer como um axioma que entre ensino e educação existe uma unidade dialética. Isso quer dizer que para que exista educação tem que existir ensino e para que exista ensino tem que existir educação. Ou dito de outra forma, não hã ensino sem educação, nem educação sem ensino. Aqui, cabe perguntar-nós. Existe educação sem ensino? Existe ensino sem educação?
Você nunca conheceu alguma pessoa com alto grau de instrução como resultado do processo de ensino, com uma ma ou péssima educação? Conheceu já alguém sem instrução alguma, com uma adequada educação? O ensino se concretiza através de instrução, treinamento e formação. Já o processo
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