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Identidades comunitárias e pluralismo escolar

Por:   •  9/6/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.140 Palavras (5 Páginas)  •  371 Visualizações

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Adriana Cândida Trindade Corrêa

3. Identidades comunitárias e pluralismo escolar

        Neste item, Forquin relata que no começo dos anos 70 foi defendida a idéia de um currículo centrado nas realidades da vida comunitária local, projeto de área de educação prioritária de Liverpool entre os quais se destaca E. Midwinter. Os responsáveis pelo projeto exigiam uma abordagem pedagógica radicalmente nova apoiando nas características culturais da comunidade em que vivia a criança estabelecendo um elo entre escola e seu meio. Com essa teoria era necessária uma transformação radical no conteúdo do currículo, tendo como foco nas realidades da vida social, nos problemas, nos conflitos e experiências características do meio, uma vez que o objetivo da escola é exatamente a preparação para a vida e não o conformismo.                                                                                                          

       Forquin relata que para Midwinter, o currículo freqüente se propõe às crianças de classe média e superior, excluindo a realidade das crianças de classe inferior. A tarefa do professor é procurar esclarecer a realidade imediata da criança e seu desenvolvimento será baseado no modo como se desenvolve o conceito do grupo a qual pertence. Caso a criança receba na escola conceitos distantes da sua realidade ela poderá rejeitar ou adaptar de maneira mais aceitável para si.

       Para uma pedagogia voltada na vida comunitária e nas características locais é necessário uma ideologia progressista. A emancipação das massas sempre esteve ligada ao projeto de escolarização universal, à exigência de unificação escolar, a uma cultura humana unitária. Forquin cita no texto (p. 132): Midwinter que fala de um currículo centrado na comunidade; Entwistle que fala que a classe popular passou a reivindicar conteúdos diferenciados, uma vez que estão destinados a não se encontrarem; G.Partington observa  a divisão do currículo comum/currículos separados não coincide mais com a divisão radicalismo/ conservadorismo.

      Cada indivíduo pertence a uma pluralidade de grupos, de status, de modelos, que sob pressão tem que desenvolver estratégias, apoiando sobre recursos ou referências.  

      A grande diferença de currículos é incompatível com a unidade de uma nação. É necessário transmitir às crianças valores comuns, saberes comuns de referencias, ainda mais em um pais onde há uma democracia liberal. É de responsabilidade do estado a unificação de uma educação não discriminatória com recursos para todos dando acesso a um núcleo comum de experiência cognitivas e culturais isso não iria excluir as diferenças sociais, mas é a direção para amenizar, acabar, com as desigualdades.

Charlene Teixeira

 A alternativa pluralista provoca objeções no plano ético e pedagógico. Pode-se temer, que ela deixe o indivíduo na comunidade de pertinência suposta, que reduza sua identidade pessoal em social, o privando de ampliação de conhecimentos e de desenvolvimento intelectual, que traz um ensino liberto da tirania do contexto próximo e que o abstenha dos estudos “abstratos” ( poesia...), de estudos geográficos e históricos não ligados ao seu meio imediato.

 Como não ver, que a verdadeira compreensão do meio imediato passa justamente pela mediação dos saberes mais gerais e mais abstratos? E como não reconhecer que existe uma demanda “mítico simbólica” que não pode ser satisfeita por uma pedagogia estritamente realista? Seu universo imaginário se estrutura em função de grande esquemas narrativos. É por isso que, embora haja uma dinâmica epistemológica em pedagogia, uma passagem de um “estado epistemológico” a outro, não poderia descrever isto como uma passagem “do concreto ao abstrato” mas mais como uma passagem de um “concreto-vivido” ao que se poderia chamar, de um “concreto de pensamento” ou como uma passagem do “lúdico a lógica”.

 À margem deste debate, sobre o currículo e sobre o tema da comunidade, elementos de reflexão são trazidos numa obra consagrada aos problemas e às perspectivas da “comprehensive schools”. Seus adeptos recrutam-se principalmente na esquerda política, e passam para o primeiro plano as considerações de igualdade de oportunidades. Daí a ligação entre as variações históricas e as do trabalhismo, enquanto seu adversários põem ênfase na necessidade de preservar as elites intelectuais e deploram a perda de eficácia pedagógica de estabelecimentos que propõem o mesmo tipo de currículo a alunos heterogêneos. Contudo, as “comprehensive schools” estão longe de constituir um mundo homogêneo, e que existem grandes disparidades, conforme os estabelecimentos, devido às diferenças de implantação e de recrutamento, bem como o modo de funcionamento interno. O debate sobre a “comprehensive schools” foi alimentado por sólidos estudos empíricos, apoiando-se na questão do rebaixamento e por diversos estudos sociológicos.

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