Jogos e brincadeiras na educação infantil
Por: ivonetefernandes • 13/8/2015 • Artigo • 722 Palavras (3 Páginas) • 392 Visualizações
JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Desde o século passado até os dias atuais, muitos teóricos têm se dedicado ao estudo dos jogos, brinquedos e atividades lúdicas como auxiliares no processo de ensino e aprendizagem das crianças. Sendo assim, estes estudiosos têm constituído suas teorias, no intuito de elucidar as diversas formas de educar brincando.
Na visão de Jean Piaget (1896-1980), psicólogo suíço, reconhecido em todo o mundo, por suas inúmeras obras e artigos publicados voltados a análise e a evolução do pensamento infantil, a realização do desenvolvimento cognitivo se dá através de estágios. Esses estágios ou períodos do desenvolvimento, caracterizam as diferentes formas do sujeito interagir com o meio e organizar seus conhecimentos visando sua adaptação. Para ele, a natureza e a caracterização da inteligência se modificam com o passar do tempo. Diante disso é que o indivíduo desde criança vai construindo seu desenvolvimento mental, sob o ponto de vista motor, intelectual e afetivo.
Piaget (1975), dedicou mais de quarenta anos de sua existência em realizar pesquisas com crianças, buscando conhecer melhor o desenvolvimento do pensamento até a adolescência, para que houvesse o aperfeiçoamento dos métodos educacionais. Neste sentido, percebeu nos jogos, subsídios para auxiliar os campos do conhecimento da criança desde seus primeiros anos e os classificou em jogos de exercício, jogos simbólicos e jogos de regras. Nos Jogos de exercício, atribui-se a reprodução de movimentos e ações, através do andar, correr, saltar e outras. Inicia-se na faixa etária de 0 a 2 anos e segue o indivíduo por toda sua existência. Já os jogos simbólicos, iniciam-se com o surgimento da função simbólica, por volta do segundo ano de vida da criança, constituindo o desenvolvimento cognitivo. Em relação ao jogo de regras, favorece a socialização do sujeito. Surgindo por volta dos 4 anos, ocorre pelo declínio dos jogos simbólicos, despertando na criança o interesse pelas regras.
Para o autor, as atividades lúdicas são imprescindíveis na formação intelectual da criança. Portanto, são consideradas não apenas como uma forma de passatempo ou entretenimento para consumir energia, mas como elementos que contribuem e enriquecem seu desenvolvimento intelectual.
Já para Vygotsky (1896-1934), psicólogo bielo-russo, criador do chamado socioconstrutivismo ou sociointeracionismo, as relações sociais têm um papel primordial na formação do indivíduo. Ele define o ser humano como alguém que pensa, raciocina, deduz e abstrai, imagina, deseja e se sensibiliza. Sendo assim, não separa o intelecto do afeto, buscando alcançar de forma abrangente o entendimento do sujeito em sua totalidade. Segundo ele, as características da pessoa não estão presentes desde o seu nascimento, nem são resultados das influências do meio exterior, mas sim do intercâmbio do homem com o seu meio socioeconômico.
A partir dessa ideia, Vygotsky (1988), ressalta que as funções psicológicas e específicas do ser humano se perfazem pelas suas relações no contexto sociocultural. Entretanto, o desenvolvimento mental humano não é imutável e universal, nem passivo, ao contrário, está em constante construção.
Segundo o teórico, os jogos e as brincadeiras são atividades características da infância, através das quais a criança recria a realidade valendo-se de sistemas simbólicos. A execução dessas ações tem caráter cultural e social. Ele criou a Zona de Desenvolvimento Proximal e a classificou como a distância entre o nível atual de desenvolvimento do ser e o seu nível de desenvolvimento potencial, desempenhado através de orientação de um adulto, para resolução de determinado problema.
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