LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES DE ESTÁGIO SOB O OLHAR NORTEADOR DE EMÍLIA FERRERO E ANA TEBEROSKY
Por: peq.linhares • 11/2/2017 • Artigo • 6.107 Palavras (25 Páginas) • 457 Visualizações
LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES DE ESTÁGIO SOB O OLHAR NORTEADOR DE EMÍLIA FERRERO E ANA TEBEROSKY
Silva, Alexandra Arcanjo da
Oliveira, Fabiana de Sousa
Batista, Helenice Rodrigues
Resumo
O presente artigo aborda uma análise sobre o processo de letramento e alfabetização de alunos do 2º período, tendo como eixo norteador a teoria construtivista com base na “Psicogênese da Língua Escrita” de Emília Ferrero e Ana Teberosky.
Palavras-chaves: Letramento, alfabetização, alfabetização matemática.
Introdução:
Para desenvolver este estudo tomamos por referência o estágio de observação efetuado no 4ºperíodo do Curso de Pedagogia. O eixo norteador foi à teoria construtivista com base na “Psicogênese da Língua Escrita” de Emília Ferrero e Ana Teberosky publicada pela primeira vez no Brasil em1986.
As autoras, em sua pesquisa, utilizam fundamentos psicolinguísticos para dar seguimento às teorias piagetianas, uma vez que estas eram insuficientes para dar conta da linguagem. O Construtivismo é equivocadamente considerado um método de ensino, mas na realidade, é uma teoria desenvolvida por Emília Ferrero juntamente com Ana Teberosky. Elas demonstram através desta teoria a importância das crianças terem papel ativo na construção do conhecimento. Segundo FERRARI (2008)* “Elas constroem o próprio conhecimento – daí a palavra construtivismo. A principal implicação dessa conclusão para a prática escolar é transferir o foco da escola – e da alfabetização em particular – do conteúdo ensinado para o sujeito que aprende, ou seja, o aluno”. Hoje o construtivismo se difundiu e é fonte de várias diretrizes da educação, não só no Brasil, mas em vários outros países, se contrapondo à alfabetização tradicional e ao uso de cartilhas, afetando todo o processo do ensino da língua.
A reflexão ocorreu nas aulas de Língua portuguesa ministradas pela professora Ivane Laurete Perotti, que nos instigou a fazer observações sobre este tema tão atual e controverso.
É desafiador para um estudante de pedagogia observar em estágio o processo de letramento e alfabetização dos educandos, pois ainda não temos consolidado o conceito acerca da psicogênese da escrita mencionada na teoria de Emília Ferrero. Ainda estamos provocando nosso olhar diante do‘processo real’, que ocorre dentro da sala de aula,quando acriança estabeleça com o professor e com seus pares este diálogo inicial no de ensino/aprendizagem para as formas das letras e da escrita propriamente dita, visto que as crianças do 2º período identificadas por FERRERO como crianças na fase silábica.
Atualmente, podemos dizer que estas crianças carregam consigo suas vivências e os métodos utilizados por seu professor, que ainda hoje utilizam de maneiras diversas, as tradicionais metodologias de ensino impostas pela sociedade que luta pela mudança, mas se agarra a conceitos arcaicos. Estas crianças que aprendem através de métodos que se misturam, ora pelo tradicional, ora pela aparente inovação, passam a sofrer também com as disputas pelas melhores colocações nas escolas, através de disputas em sala de aula, para saber quem é o melhor ou nasprovas de seleção que precisam fazer para o ingresso nos anos iniciais, ondevão aprender a ser cidadãos críticos e atuantes, como se já não o fossem.
Diante disso, surgem indagações e questionamentos: Quais as formas iniciais do conhecimento da língua? Quando a criança chega a ser leitor? Qual é o objetivo de conhecimento da criança? De que maneira o professor introduz a linguagem e a escrita para a criança de cinco anos? Qual é a idade ideal para se começar a alfabetização? As crianças aprendem sozinhas? Realmente precisam de um professor? O professor está apto a ensinar?
Esse desafio de alfabetizar nos faz refletir sobre o processo da aprendizagem da leitura e escrita desenvolvidas por cada criança, em seu tempo e no tempo definido pelas teorias e pelas Leis Normativas de cada País, e quais são os métodos utilizados pelos profissionais que ministram esse desenvolvimento, tendo consciência de que a formação e a metodologia aplicada por esses professores têm uma variável em aplicabilidade, pois cada um tem sua motivação interior e é sabido que cada escola trabalha com metodologias e teorias diferenciadas.
Buscamos verificar quais são as questões que mais se repetem em sala de aula, visando entender o que a criança aprendiz utiliza para consolidar esse mecanismo de leitura e escrita perpassando as estratégias de ensino abordadas pelo professor.
Verifica-se que a criança tem uma motivação individual e desenvolve seus próprios meios para aprender a ler e escrever e quando se acha sabedora, compartilha seus conhecimentos e estratégias com seus pares. Ela vai descobrindo progressivamente que tudo aquilo que está sendo apresentado a ela, já está inserido nos ambientes em que ela circula.
Através do conhecimento que a criança trás de seu mundo particular, das vivências e convivências nos ambientes dos quais participa, ela vai paulatinamente construindo e reconstruindo o processo de aprendizagem da escrita e da leitura através dos fonemas a ela apresentados pelo professor.
Este conhecimento adquirido dentro da sala de aula passa pelo processo individual e coletivo, onde as crianças se ajudam e criam formas e formulas silenciosas e orais, quando conhecem as primeiras letras, identificam os primeiros sons, agrupam as primeiras sílabas e passam a construir palavras, textos, histórias faladas de início e escritas depois da maturação psicológica.
As crianças que observamos ainda apresentam dificuldades para pronunciar de forma adequada os fonemas, formar e utilizar sílabas como nha, lha, xa, za, escrever pequenas frases e elaborar textos, mesmo que ainda de forma oral.
Os primeiros passos nos anos iniciais, é diferente para cada criança, que se enriquece com as descobertas e pacifica o educador com seus conceitos e sonhos.
A alfabetização constrói o alicerce e deixa pilares para a construção de novos mundos, através da liberdade de movimentos, que cada indivíduo utiliza para aprender a codificação dos símbolos, letras.
Dentro do processo de aprendizagem da leitura e da escrita, o indivíduo aprende a identificar o seu eu e através disso constrói seu sucesso, mesmo que às vezes tropece; possibilitando ao professor investigar seu insucesso.
Tornar o aluno consciente de suas possibilidades através de diversos caminhos (metodologias), utilizando-se de instrumentos como: o visual, auditivo, psicomotor, linguístico, tanto para avaliar como para ensinar, faz com que o aluno possa perceber que não existe somente uma maneira de interpretação.
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