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Medicalização do Sofrimento Psíquico

Por:   •  27/9/2015  •  Resenha  •  771 Palavras (4 Páginas)  •  423 Visualizações

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Estácio de Sá - Psicopedagogia - Turma 13

Aluna: Leila da Nóbrega Turrubia

Texto: GUARIDO, Renata. A medicalização do sofrimento psíquico: considerações sobre o discurso psiquiátrico e seus efeitos na Educação.

Resenha

        Em seu estudo Guarido expõem algumas mudanças ocorridas na história da psiquiatria dando ênfase as alterações nos procedimentos diagnósticos a partir do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DSM e dos avanços de medicamentos em tratamentos psíquicos, devido a diagnósticos com base em manifestações de desordens da bioquímica cerebral.

        Para a autora as neurociências ajudam a explicar muitos fenômenos na psiquiatria, mas a utilização de psicofármacos em tratamentos psiquiátricos cresceu assustadoramente ao longo dos últimos anos. Os medicamentos têm seus efeitos positivos, entretanto propostas alternativas de acolhimentos e tratamento da loucura a partir da psicofarmacologia e da neuropsiquiatria surgem como novas formas de tratamento de sofrimentos severos.

        Inicialmente os diagnósticos psiquiátricos estavam vinculados à primeira versão do DSM que se baseava em experimentações científicas e apresentava-se dissociado de considerações dos quadros psicopatológicos. Em 1980 tem-se a publicação do DSM-III com influências da indústria farmacêutica e de grandes seguradoras de saúde, a partir desta versão os quadros psicopatológicos são apresentados como transtornos mentais, classificados com base em sintomas presentes na vida do indivíduo por um período de tempo definido.

        A versão DSM-IV, revisada, globalizou o modelo psiquiátrico americano, e é atualmente referência mundial, que considera a medicação o fator prioritário nas intervenções médico-psiquiátricas, ressaltando o funcionamento bioquímico em detrimento de uma etiologia, de uma historicidade.

        Segundo Guarido, a maior parte das análises de clínica psiquiátrica é com base em intervenções com adultos, existem poucos estudos no campo da medicalização das crianças. Entretanto, pode-se caracterizar a formação da psiquiatria infantil em três períodos, a influência da pedagogia dos séculos XVIII e XIX; os progressos da psicologia do desenvolvimento; e as contribuições psicanalíticas nas definições da clínica psiquiátrica da criança.

        Até fins do século XIX e início do século XX a criança era vista como um adulto em potência, somente a partir deste período a história da psicologia da criança começa a existir como campo autônomo. É com base nas doutrinas pedagógicas que começam as primeiras análises para enfrentar os problemas do desenvolvimento infantil, e os primeiros olhares às dificuldades das crianças em se formarem adultos plenos no exercício de suas funções intelectuais e morais.

        Os estudos preliminares foram sobre o retardo mental, sob a forma médico-pedagógicas, fazendo surgir à psiquiatria da criança ou psiquiatria infantil, que promoveu a formação da Educação Especial. Eram realizados testes de inteligência e considerações sobre graus de deficiência mental para classificar as crianças em educáveis e ineducáveis, fortalecendo o campo medico-psicológico.

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