O FAZ-DE-CONTA NA EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA

Marques – Manhã

O FAZ-DE-CONTA NA EDUCAÇÃO DA INFÂNCIA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM

São Paulo – 2020

1. Introdução

O jogo simbólico, surge durante o segundo ano de vida com o aparecimento da representação e da linguagem. É um poderoso instrumento de desenvolvimento da capacidade imaginativa e criativa da criança. Uma criança entre 2 e 3 anos que imagina tudo e repete tudo o que um adulto faz. Não precisa de muito pra uma criança imaginar. Uma caixa pode virar o mundo da imaginação. O jogo simbólico, é o primeiro jogo da infância, auxiliam no desenvolvimento de importantes capacidades para a vida das crianças, atuando na formação de habilidades motoras, sociais, emocionais e cognitivas. Conhecido como faz de conta, os jogos simbólicos ajudam no desenvolvimento cognitivo.

    O jogo simbólico exerce um papel fundamental na vida da criança. Piaget (1978, p.55 a 56) ressalta a importância desse papel quando afirma:

Obrigada a adaptar-se, sem cessar, a um mundo social dos mais velhos, cujos interesses e cujas regras lhe permanecem exteriores, e a um mundo físico que ela ainda mal compreende, a criança não consegue, como nós, satisfazer as necessidades afetivas e até intelectuais do seu eu nessas adaptações, as quais, para os adultos, são mais ou menos completos, mas que permanecem para ela tanto mais inacabadas quanto mais jovem for. É, portanto, indispensável ao seu equilíbrio afetivo e intelectual que possa dispor de um setor de atividade cuja motivação não seja a adaptação ao real senão, pelo contrário, a assimilação do real ao eu, sem coações nem sanções [....].

Brincar é uma atividade aprendida na cultura que possibilita que as crianças se constituam como sujeitos em um ambiente em contínua mudança. Kishimoto (2015) explica:

A brincadeira do faz-de-conta ou também conhecida como jogo simbólico é uma atividade lúdica importante para as crianças desenvolverem sua autonomia, é através da interação com as pessoas e objetos do seu meio que elas têm oportunidades de expressar suas aprendizagens, porque não estarão apenas brincando, mas sim desenvolvendo sua imaginação, criatividade e controlando as suas ansiedades e medos.

É preciso que a criança tenha imaginação para que crie autonomia, com o jogo simbólico a criança desenvolve a vida real com o faz de conta. Aprende os hábitos adulto, aprende brincando. Muitas crianças brincam de ser seus próprios pais, ou imitam algumas profissões, desenhos animados, mostram o que sentem, o que não querem. O jogo simbólico, ajuda a criança com o vocabulário, é um dos objetivos do faz de conta Vergnhanini (2011, p.29) afirma que:

quando a criança brinca, ela amplia seu vocabulário, dá nome aos objetos, faz uso de expressões do dia a dia, conversa com outras crianças e com os brinquedos, estabelecendo relações entre as brincadeiras simbólicas (jogos de faz de conta) e outras formas de linguagem, inclusive, resolvendo situações conflituosas e desafios que surgem nestes momentos, como dividir brinquedos, estabelecer papéis em uma brincadeira,  construir um novo brinquedo, entre outros.

A Bncc (Base nacional comum curricular) diz sobre direitos de aprendizagem e desenvolvimento na educação infantil, e estabelece que “brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais, sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.” Sabemos que assim é um direito da infância brincar e explorar o mundo em volta, muitas crianças fazem isso com o jogo simbólico e as brincadeiras de imitação. Com as observações que fizemos no decorrer deste trabalho, podemos ver que cada criança tem sua própria identidade e brinca do seu jeito, com a sua cultura. Vemos que mesmo sendo crianças diferentes, de idades diferentes eles sabem jogar sem nenhum adulto mostrando como faz. Cada um com a sua característica.