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O PLANEJAMENTO DE ENSINO COMO MECANISMO PARA (RE) PENSAR A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA

Por:   •  14/2/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.384 Palavras (10 Páginas)  •  707 Visualizações

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O PLANEJAMENTO DE ENSINO COMO MECANISMO PARA (RE) PENSAR A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA ESCOLA

Albina Pereira de Pinho Silva[1]

Lucineide da Silva[2]

Este texto tem a finalidade de destacar a relevância do planejamento como mecanismo para (re) pensar a organização do trabalho pedagógico na escola. Nesta perspectiva, inicialmente, apresentamos a definição de planejamento de ensino, sua importância no processo ensino e aprendizagem e, na sequência, os possíveis elementos que compõem a organização de um plano de ensino.

O Planejamento é um instrumento responsável por orientar as ações didáticas durante todo percurso educativo. Por isso, não deve ser tomado como uma camisa de força, mas como um instrumento facilitador no processo de orientação das atividades educativas. “[...] O planejamento é um meio para se programar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e reflexão intimamente ligado à avaliação” (LIBÂNEO, 2006, p. 221).

Desse modo, o planejamento constitui-se um instrumento que favorece a organização e sistematização do trabalho do professor, no sentido de contemplar a realidade e necessidade dos alunos e, ao mesmo tempo, os objetivos contidos na proposta curricular da escola.

A busca desses objetivos deve responder às seguintes questões: o que se quer alcançar? Onde se quer chegar? Com que meios se pretende agir? A definição dos objetivos deve indicar as linhas, os caminhos e os meios para o desenvolvimento de toda proposta a partir de uma ação intencional, explícita e apresentar algumas características como: clareza, simplicidade, validade, operacionalidade e avaliação (MENEGOLLA; SANT´ANNA, 2003).

Para definir os objetivos que se quer alcançar é necessário que os professores considerem os três níveis como: objetivos gerais, objetivos específicos e objetivos operacionais (MENEGOLLA; SANT´ANNA, 2003).

Outra ação importante a considerar é a seleção de conteúdos para atingir os objetivos propostos nos projetos construídos a partir do desejo dos alunos e previstos no projeto pedagógico da escola. Estes, numa concepção educativa integral não estão condicionados unicamente às disciplinas de forma linear, mas abrangem além das capacidades cognitivas, as motoras, afetivas, de relação interpessoal e de inserção social. Nesta perspectiva, os conteúdos são meios e não fins. Assim sendo, a seleção de conteúdos estabelece critérios e princípios que são relevantes no planejamento de ensino, tais como: à significação, adequação as necessidades sociais e culturais, interesse, validade, utilidade, possibilidade de reelaboração e flexibilidade (MENEGOLLA; SANT´ANNA, 2003) para tornarem significativo para os alunos. Para Coll (1986) os conteúdos de aprendizagem contemplam as diferentes dimensões: conceitual - o saber científico (O que se deve saber?), procedimental - saber fazer (O que se deve saber fazer?) e atitudinal – valores, atitudes e normas (Como se deve ser?)

A metodologia é o elemento do plano de ensino que dará sustentabilidade aos objetivos e conteúdos selecionados (LIBÂNEO, 2006). São formas de atuação desencadeadas, em sala de aula, pelo professor e alunos, em uma ação coordenada e orientada para  consecução de objetivos. Nela inclui toda a organização da sala de aula para facilitar a aprendizagem do aluno, como a disposição dos móveis e carteiras, a organização e exploração do espaço da sala de aula, material a ser utilizado desde um simples giz ou lousa até as multimídias mais complexas e avançadas (visuais, auditivos, sonoros, entre outros), como também proposições de atividades de aprendizagem, questionamentos que devem orientar a elaboração da proposta metodológica, o que é necessário fazer para que os alunos efetivamente aprendam este conteúdo? (VASCONCELLOS, 2006).

Nesse sentido, faz-se necessário que o planejamento de ensino seja elaborado com base nos pressupostos teórico-metodológicos da proposta curricular da escola, considerando sua filosofia e intencionalidade.

A elaboração do planejamento respalda, sobretudo, na concepção pedagógica tanto de quem o elabora como retrata a realidade de quem vivencia as ações educativas apontadas no planejamento. Isto nos leva a afirmar que o planejamento não é uma atividade isolada, mas uma construção histórica e coletiva que subjaz uma atitude de escuta, diálogo, questionamentos, observação, ou seja, uma atitude interdisciplinar. “Planejar sem a participação direta dos que vão sofrer a ação do plano só acontece quando estes são seres inanimados ou passivos e sem capacidade própria para tomar decisões” (MENEGOLLA;  SANT´ANNA, 2003, p. 62).

É importante evidenciar que a construção do planejamento seja realizada por professores, alunos, professores articuladores, equipe gestora e comunidade escolar, no sentido de ser útil e funcional a quem se destina objetivamente, a partir de uma ação consciente, responsável e libertadora, desconsiderando a noção de planejamento como uma atividade prescritiva.  

A flexibilidade sempre é o melhor caminho para a construção de um planejamento que venha suprir as fragilidades do ensino. Cada sala de aula é uma realidade diferente, com problemas e soluções diferentes, cabendo ao coletivo da escola realizar durante as atividades desenvolvidas no contexto do Projeto Sala de Professor[3], discutir, refletir e (re) planejar as ações com o objetivo de assegurar o desenvolvimento a que ele se propõe, que é o de orientar as práticas docentes em sala de aula.  

Em determinados momentos os professores mostram-se descrentes, na metodologia do planejamento, preferem o livro didático para o uso em sala de aula, visto que esse traz a proposta pronta a ser aplicada aos alunos. Fica evidente a postura de alguns professores não gostarem ou alegarem não ter tempo para planejar suas ações.

Segundo Menegola e Sant’Anna:

Parece ser uma evidência que muitos professores não gostem e pouco simpatizem em planejar suas atividades escolares. O que se observa é uma clara relutância contra a exigência de elaboração de seus planos. Há uma certa descrença manifesta nos olhos, na vontade e disposição dos professores, quando convocados para planejamento (2001, p. 43).

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