O Pinóquio de Rubem Alves
Por: Rosalia Benedita • 1/11/2017 • Trabalho acadêmico • 2.402 Palavras (10 Páginas) • 341 Visualizações
Universidade Paulista- UNIP
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PINÓQUIO ÁS AVESSAS
Campus Pinheiros
Set/2017
- INTRODUÇÃO
Neste trabalho será apresentado a síntese do livro "Pinóquio ás avessas" (Alves, Rubem – 2010), e através desse estudo foi desenvolvido a análise por comparação das abordagens de ensino expostas do Livro "Ensino: as abordagens do processo” (Mizukami, Maria da graça Nicoletti - 1986).
Citando trechos de Alves e correlacionando-os com a explicação da abordagem feita no livro da Mizukami, mas utilizando também as aulas de Psicologia e explicações propostas em sala de aula.
Foi possível desenvolver a reflexão das teorias Tradicional, Humanista e Comportamental entre o contexto que o autor apresenta na estória de Felipe e seu processo de aprendizagem. E no decorrer da análise foi constatado que dentre as três abordagens, a predominante no livro "Pinóquio às avessas" é a tradicional.
2. SÍNTESE
O livro está relacionado ao conto de fadas Pinóquio. Felipe, o protagonista da estória ouve seu pai contar sobre a vida de um boneco de madeira que para se tornar um menino de verdade teria que ir à escola, mas ele gostava de se divertir, por isso fugiu para brincar, então suas orelhas se transformaram em grandes orelhas de burro. Segundo o pai de Felipe quem não vai à escola transforma-se em “burro”.
Felipe era um menino esperto e curioso, gostava de fazer perguntas, porém não eram esclarecidas por seus pais, diziam que o garoto descobriria todas as respostas quando fosse à escola, sendo assim, acabou criando expectativas. E ao entrar no colégio o menino acaba se decepcionando ao perceber que não era o que ele esperava.
As crianças entram para ser moldadas para a sociedade, existe um programa a ser seguido para que as crianças aprendam a passar no vestibular e no futuro conseguir um bom emprego, não interessava outras perguntas que Felipe tinha sobre vários assuntos, na sala de aula só “aprenderia o que estivesse no programa”.
Felipe gostava de aprender sobre um assunto em particular, os pássaros. Ele possuía interesse genuíno por estes animais, e estava intrigado quanto a um em particular. Era azul e comia mamão, cujo nome lhe era desconhecido. Com o passar do tempo as pessoas que ele recorria para responder tais questionamentos, passaram a se preocupar com ele, pois acreditavam que ele estava focando nos pensamentos errados.
Seus pais e sua professora acreditavam que ele deveria focar nos estudos da escola, para ter notas boas nas provas, passar de ano e posteriormente ser aprovado no vestibular e ter uma profissão.
Conforme foi pressionado a crer que estava errado, deixou para trás aquela vontade de aprender sobre os pássaros e decidiu seguir as orientações recebidas. Estudou, se formou, tornou-se um profissional de sucesso, mas ao fazer isso seus pais acabam com seus questionamentos e suas duvidas que o fazia pensar fora dessa gaiola que queriam prende-lo. Se seus professores soubessem trabalhar com sua imaginação, com sua maneira de ver o mundo, Felipe poderia expandir seus conhecimentos a ponto de voar sobre o saber.
O término da estória leva a crer que ele não se sentiu plenamente realizado no fim da vida, por não ter sido fiel aos interesses que faziam parte de sua essência. Após muitos anos, Felipe sonhou com a Fada Azul, fazendo-o descobrir o nome do pássaro azul, sendo que já tinha desistido de saber o nome, assim a felicidade só invadiu seu coração quando soube o nome do pássaro, a educação e o saber são como o pássaro azul, só pode-se sentir-se satisfeito ao descobre e redescobrir novos saberes.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1 - Abordagem Tradicional
Passada de gerações em gerações, considera a criança como um adulto pequeno, tábua rasa, tudo o que é ensinado é determinado anteriormente pelo professor, que é detentor do conhecimento. Cabe aos alunos a memorização e a disciplina.
Separamos alguns trechos que demonstram essa abordagem:
“[...]... Na formatura você receberá um diploma. Diploma é um papel grande, bonito, em que se encontra escrito o nome da sua profissão. É o diploma que diz o que você é. Os adultos são a profissão que exercem..." (ALVES, 2010, p.21).
Devido à questão cultural o pai do Felipe enfatiza a importância do diploma que entra como divisor entre a criança e o adulto que na visão do pai, é quem tem uma profissão.
O diploma pode ser tomado, então, como um instrumento de hierarquização dos indivíduos num contexto social. Essa hierarquia cultural resultante pode ser considerada como fundada no saber, no conhecimento da verdade. Dessa forma, o diploma iria desempenhar um papel de mediador entre a formação cultural e o exercício de funções sociais determinadas. (MIZUKAMI, 2013, p.10).
".... Aí você vai trabalhar, ganhar dinheiro, ter filhos, que vão para a escola, onde lhes ensinarão muitas coisas..." (ALVES, 2010, p.21).
"...Ele não entendia como é que um número podia dizer quanto uma pessoa sabe. Ele sabia tantas coisas, e para saber não precisava que lhe dessem números..." (ALVES, 2010, p.22).
Mizumaki (1996) relata que na abordagem tradicional é atribuído à educação o papel de ajustamento social, cabe à escola oferecer às gerações submetidas ao processo os elementos dominantes num determinado momento sociocultural, de forma que fosse garantida a continuidade das idéias, sem rupturas e sem crises. A estória de Felipe deixa nítido que a aprendizagem será um ciclo, que se repetiu e repetirá pelas outras gerações, e que a escola será o começo dessa preparação, pois dentro da escola, através professor se aprenderá exatamente o que se precisa para ser desenvolvido para o meio profissional e social.
Os programas manifestam os conteúdos culturais que devem ser adquiridos na trajetória da formação escolar, assim a reprovação passa a ser necessária quando o mínimo cultural para aquela faixa etária não foi atingido, que é avaliado através de provas e exames, por quantidade e não qualidade, o que para Felipe é incompreensivo.
"... Para dar notas, os professores fazem o que chama de provas, com uma série de perguntas sobre aquilo que eles ensinaram. Os alunos devem aprender." (ALVES, 2010, p.23).
Na abordagem tradicional as avaliações visam medir os conhecimentos adquiridos pelos alunos.
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