O Portfolio Unopar

Objetivo deste trabalho é fazer um aprofundamento sobre como a Base Nacional Comum Curricular trata os temas transversais na sua implementação no ambiente escolar.

Os temas transversais na BNCC possibilitam criar uma interface mais significativa entre os componentes curriculares. Há quinze temas contemporâneos, porém, estão agrupados em seis macro categorias, porque muitos deles são interligados e muitas vezes indistinguíveis como, por exemplo, a diversidade cultural e as relações étnico raciais, que são dois temas que estão muito ligados que na prática fica mais fácil de trabalhar.

O grande desafio que a BNCC traz para as redes é incorporar os temas transversais na elaboração dos currículos e isso pode ser feito através da interdisciplinaridade que vai ocorrer no currículo com o cruzamento entre os componentes curriculares e temas, no Projeto Político Pedagógico com a integração de módulos de aprendizagem e nas aulas com a criação de planos de aulas integradas.

 

 

É sabido que o Brasil é um país marcado uma diversidade cultural, que abriga uma grande biodiversidade, onde todos tem pensamentos filosóficos, religiosos e culturais diferentes. Essa diversidade humana está presente desde os primórdios da humanidade, mas, apenas a partir do final do século XX é que a sociedade se dá conta desta especificidade, declarando que todos os seres humanos não são iguais, e que cada um tem suas peculiaridades. Nesse sentido contexto, pode-se afirmar que a comunidade escolar é composta por alunos de diferentes grupos sociais, políticos, econômicos, étnicos, religiosos, e que todos devem ser respeitados.

Em um mundo globalizado em que nos encontramos é necessário compreender o conceito de Cultura, que se torna fundamental para o entendimento do conceito de Currículo e, assim, fazer uma reflexão sobre a urgência de pensá-lo nos níveis da diversidade cultural, do multiculturalismo e da interculturalidade. Pois, a cultura pode ser considerada a busca de conhecimentos sobre a natureza humana, é a forma que o homem encontrou para expressar a sua ação consciente sobre a natureza e no meio em que vive,

Diante da sociedade atual e da diversidade de culturas, as instituições escolares necessitam entender que é preciso interligar essas vivencias e culturas com o currículo, para assim tornar o ensino importante e significativo. Por isso, a necessidade de realizar uma reflexão crítica sobre aquilo que é importante ou não na constituição do Currículo.

Vale lembrar que, o primeiro passo para elaborar um currículo que considera a diversidade cultural é o reconhecimento da diversidade, caracterizada como uma riqueza que institui a formação de um determinado povo, ou melhor, de nosso mundo.

Para Padilha (2004, p.186), dependendo de como encaramos a Cultura, podemos estar a serviço da justificação de determinadas visões de mundo e do desenvolvimento humano que desconsideram a riqueza e a multiplicidade das diferenças culturais.

Uma das maneiras de trabalhar com essa diversidade é com um ensino interdisciplinar, visando uma aprendizagem em que as vivencias, experiências e culturas sejam incorporadas nos ambientes escolares.

A abordagem interdisciplinar permite fazer uma interligação entre os componentes curriculares, apresentando para o aluno a competência a ser desenvolvida não como um problema, mas, sim com uma abordagem mais interativa e voltada na realidade do aluno. A competência estudada será a mesma, o tempo em sala de aula e o conteúdo será o mesmo, porém de uma maneira interdisciplinar o professor conseguirá contextualizar e trazer para uma mais contemporânea que deixa de um lado a aula mais interessante e, por outro lado, dá uma habilidade para o aluno que se aproxima dos desafios que ele vai encontrar no dia a dia.  

É muito importante dar ênfase dos temas transversais na BNCC, pois, cada um dos temas citados tem uma normativa, tem um marco legal, ou seja, é lei e, é uma demanda que está na escola e por isso o professor deve trabalhar com bastante seriedade e propriedade.

Um tema muito discutido nas escolas entre os temas transversais é a diversidade cultural. Isso significa que a escola deve desenvolver um ensino que procure atender a diversidade cultural de sua comunidade escolar.

Ao trabalhar a diversidade cultural na escola é possível lembrar do multiculturalismo, que surgiu oficialmente em conexão com as demandas culturais, étnicas, sociais e políticas das minorias e dos imigrantes.

O multiculturalismo foi muito utilizado na Austrália, Estados Unidos da América e na Suécia, que adotou oficialmente o conceito de multiculturalismo para a diversidade da sua população em 1975.

No entanto, o multiculturalismo decorreu de um movimento civil nos EUA na década de 1960 e se transformou em um movimento político dentro da esfera dos direitos civis que cresceu sem precedentes, especialmente para resguardar os próprios direitos dos afro-americanos e consequentemente criou-se definições sociais, políticas, culturais e educacionais com o intuito de acabar com a desigualdade.

 Esse movimento fez com que a diversidade de culturas dentro de diversas culturas no ambiente te escolar sejam respeitadas, para isso cabe ao professor ter claros os objetivos e resultados que pretendem alcançar com as atividades para que os alunos tenham as mesmas oportunidades, mas com estratégias diferentes com projetos interessantes e relevantes para o aluno.

A escola promove o encontro entre as pessoas e delas com outras culturas com as quais estão, mesmo que não percebam num primeiro

momento, em permanente contato e relação. Essa não percepção é o

que muitas vezes acaba gerando conflitos aparentemente não compreendidos porque sequer são reconhecidos. É o que uma educação numa perspectiva cultural, intercultural, intertranscultural poderia superar (PADILHA, 2004, p. 194).

Para Padilha (2004, p. 215-231), o multiculturalismo está relacionado com a política das diferenças e o surgimento das lutas sociais. Tem como objetivo proporcionar a igualdade de oportunidades educativas para todos os alunos, seja de gênero, raça, classe social ou cultura.

Um dos grandes desafios do multiculturalismo é conscientizar a sociedade de preservar essa identidade, ao mesmo tempo em que ela é partilhada com outros. Isso porque atualmente vivemos em uma sociedade em que os veículos de comunicação de massa estão inseridos nos grupos sociais com algumas regras e padrões que definem a importância exacerbada do consumo e o padrão de beleza ideal.

A BNCC, documento homologado em 2017 trouxe uma luz para que a desigualdade social, pois, ao mesmo tempo que estabelece diretrizes para toda educação brasileira, estabelece também a unificação de um currículo para os estudantes brasileiros, valorizando a cultura local e regional, e promovendo um caminho possível para a promoção de situações de aproximação entre as pessoas, grupos e instituições, com atividades cujos objetivos visam construir espaços de encontro, de convivência e de diálogo, com a valorização das diferenças culturais.