O Portfólio Psicogênese
Por: Milena Gomes • 21/4/2017 • Relatório de pesquisa • 1.251 Palavras (6 Páginas) • 313 Visualizações
A aprendizagem durante muito tempo era vista e compreendida como uma sistematização repetitiva de sílabas que se alternavam e formavam palavras sem sentido e compressão para o aluno, método conhecido como “cartilhas”, aprendizagem era mecanizada e restrita somente em codificação repetitiva do código de escrita, essa prática não contribuía para o desenvolvimento do aluno. Segundo Piaget, “falar à criança na sua linguagem antes de lhe impor uma outra já pronta e por demais abstrata, e sobretudo levar a criança a reinventar aquilo que é capaz ao invés de se limitar a ouvir e repetir”. (PIAGET 1984 p. 17 apud MOREIRA 2011)
A criança tem o papel fundamental na sua aprendizagem com seus erros e acertos construí o seu conhecimento, a criança já entra na escola trazendo sua vivencia cultural, seu espaço e linguagem, não aprendem somente aquilo que ensinamos a elas, aprendem porque querem compreender o mundo em que vivem, querem dar sentidos à sua vida, deixar que eles busquem essa compreensão de mundo favorece até mesmo ato da escrita que é analítico, aprender e escrever não é um processo idêntico sistematizado repetitivo, o professor mediador ensina o aluno a lidar com fatos e conhecimentos que ele próprio descobre diante do que é proposto em sala.
A troca de saberes transforma o sujeito constrói o conhecimento e aprendizagem, construir o conhecimento é fundamental para criança exercer o seu papel na sociedade é ter condições não apenas de ler e escrever, mas usar sua aprendizagem nas práticas sociais resolver os seus problemas é ser um usuário da língua escrita para seu laser, sua forma de relacionar, é interagir com material para ler, e não aprender com material programado artificialmente por métodos e sistemas é compreender a natureza da escrita e sua organização. Segundo (Soares 2009 p.39 apud MOREIRA) o Resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita; o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. O construtivismo no Brasil foi tão intenso que se tornando um referencial teórico no processo de mudanças no conteúdo curricular da época, levando a uma revolução conceitual das práticas mecanicistas. Segundo o livro Psicogênese da Língua Escrita por Emilia Ferreiro e Ana Teberoski (1985), toda criança na fase de alfabetização, passa por fases distintas para no final completar o ciclo de alfabetização, são elas 4 fases pré-silábica: a criança não consegue relacionar a letras com o sons da língua falada; Fase silábica: compreende as diferencias na representação escrita atribuindo valor de uma sílaba a cada uma das letras; Fase silábico-alfabética: transição entre o silábico e alfabético, identificação da silabas. alfabética: que é quando, a crianças consegue dominar as letras e as sílabas e realizar a leitura.
Após a incorporação do construtivismo na educação brasileira com base na psicogênese da língua escrita as mudanças da época foram trágicas em relação a alfabetização, os professores deixaram de se preocupar com a responsabilidade de ser o mediador da aprendizagem, deixando o aluno sozinho sem uma direção no seu processo de aprendizagem. Muitos professores acreditaram que deveriam tirar todos os conhecimentos do aluno, liberando-os da árdua tarefa de alfabetizar (CAGLIARI, 1989 apud MOREIRA). Parte dos professores alfabetizadores da época entenderam que o construtivismo era uma tendência que os deixavam mais livres em relação ao processo de alfabetização. (MOREIRA, 2012 apud MOREIRA)
As mudanças trágicas da época na educação deixaram os professores sem direção e estratégicas para trabalharem em sala de aula, mas até hoje nos deparamos com professores que ainda se sentem inseguros em trabalhar o construtivismo mesmo sendo capacitados não percebem a essência do construtivismo que é deixar os alunos descobrir com seus erros e acertos o mecanismo da aprendizagem, o professor nesse palco de descoberta passa a ser o seu mediador e incentivador e não o espectador que apenas assiste o espetáculo. Segundo Fazenda 2006 apud Moreira 2011.
Ainda temos muitos professores “perdidos na função de professar, impedidos de revelarem seus talentos ocultos; anulados no desejo da pergunta, embotados na criação; prisioneiros de um tempo tarefeiro, reféns da melancolia; induzidos a cumprir o necessário, cegos à beleza do supérfluo” (p. 2).
A nova forma de ensinar consequentemente propiciou aos educadores orientações equivocadas a respeito dessa nova revolução no ensino e interpretações erradas referente a psicogênese da língua escrita, novos conceitos passaram a conviver com educadores como sujeito letrado que é o indivíduo que usa a linguagem e escrita para exercer práticas sociais de leitura na sociedade. Segundo
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