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Obrigatoriedade nas Leituras

Por:   •  9/12/2015  •  Trabalho acadêmico  •  2.667 Palavras (11 Páginas)  •  210 Visualizações

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Obrigatoriedade nas Leituras

Neste trabalho narro minhas experiências, meus livros interiores, acerca de alguns assuntos abordados na sala de aula e que despertaram muito o meu interesse e que com toda certeza me ajudarão durante o processo de minha formação.

Ao ingressar nesse período da faculdade, não imaginava que uma disciplina me fizesse refletir sobre assuntos que vivi a algum tempo atrás, muitos que me revoltavam e não entendia muito o porquê, e outros por justamente desconhecer. Ainda me surpreendo muitas vezes, com a maneira que as aulas são conduzidas hoje, pois não vivi isso na época que estudei. As rodas de conversa que são feitas durante as aulas, não só de Currículo, mas de outras disciplinas, às vezes deixam a minha timidez mais forte do que nunca, comentar e falar para várias pessoas então, ainda é um pouco difícil para mim. Mas estou superando aos pouquinhos. As conversas sobre os vários textos trabalhados em aula me levaram a recordar as várias situações vividas no meu primeiro e segundo grau. Isso já tem bastante tempo. Uma época em que o poder disciplinar era visto como algo exercido de forma vertical, de cima para baixo, onde a repressão era uma característica definidora das práticas de poder, suprimindo a liberdade. Ninguém podia falar nada, só ouvíamos e escrevíamos, por isso “as rodas” que são feitas em aula, me preocupam ainda! Muitos acham que o poder produz realidade, conhecimento e que torna o indivíduo pronto para a sociedade. O poder acaba investindo sobre o indivíduo tornando-o “o bom” ou “o mau” aluno, “o inteligente” ou “aquele que não quer nada”, “o cidadão perfeito” ou “o delinquente”, enfim algo que acaba interferindo nos resultados escolares. Os “bons” sempre cada vez mais valorizados e os “maus” sem chances de conseguir melhorar.

E isso me fez lembrar aquela frase tão conhecida e tão falada, “aquele menino não tem jeito!”, frase de destaque na aula do Eduardo do dia 25/08/14, onde ele trouxe suas experiências nas comunidades, o vídeo do trabalho de música que ele realizou por lá e o texto que foi comentado naquele dia sobre o livro Escola-Favela e Favela-Escola de Rodrigo Torquato. Por experiência própria, ele destacou o comportamento a ser adotado na favela, comentou sobre os “currículos praticados”, a necessidade de muitas vezes “quebrar as regras oficiais”. Precisei rever minhas anotações daquela excelente aula, onde ele abordou também, o “Poder” que regula as relações e impõe rotinas na favela e que se faz presente, em graus de intensidade diferentes, dentro da escola, provocando tensões que redirecionam os caminhos e as expectativas almejadas pelos projetos e pelos currículos oficiais. E onde professores e profissionais da educação pública acabam por não saber lidar com isso. Esse tipo de sociabilidade violenta, alimentada pelo tráfico de drogas das favelas, como não só está presente no cotidiano escolar, mas também impõe situações de poder, prejudicando os estudantes dessas classes populares das favelas, que passam a ter uma mentalidade vulnerável aos comportamentos e valores difundidos pela lógica dos “comandos” de traficantes, aos quais muitos brasileiros estão submetidos.

Foi questionado também durante a aula, tipos de avaliação da educação básica e se meritocracia seria uma lógica justa.

“A avaliação educacional em larga escala faz parte das políticas que vem sendo desenvolvidas em vários países desde os anos 80 do século XX, por meio dos testes estandardizados, com ênfase nos resultados ou produtos educacionais. A sociedade brasileira tem presenciado, nos últimos anos, discursos que defendem a aplicação de testes educacionais unificados nacionalmente com o objetivo de aferir o desempenho dos alunos nos diferentes graus de ensino, a fim de controlar a qualidade de ensino ministrado nas escolas brasileiras. (Libâneo, J.C.,Oliveira, J.F., Toschi, M.S.)]

E na verdade, vemos que na tradição e no cotidiano da escola, a medição tem sido mais valorizada do que a avaliação, tanto que muitos alunos estudam para tirar nota, e não aprender. E que se o objetivo dessas avaliações seria conhecer os problemas detectados daquela escola e intervir para melhorar, como explicamos então, a premiação das escolas onde os alunos tem melhor desempenho e a punição das mais fracas? Não tem como culpar os professores pelo baixo desempenho, pois são muitos fatores para serem levados em consideração, como as desigualdades sociais, econômicas e culturais dos alunos, além da desvalorização dos profissionais da educação.

Resumindo, a avaliação serve de um lado para controle e regulação e por outro, como mecanismo de introdução da lógica do mercado, visando competição além de reforçar valores como individualismo, meritocracia e competência, deixando de lado, a avaliação democrática voltada para o desenvolvimento escolar e trabalho pedagógico.

E nesse momento não tem como não pensar no termo globalização, assunto de muitas disciplinas e de todos os nossos dias. Ele nos direciona a uma ideia de inclusão dos países, das pessoas, mas o que se percebe mesmo, de um modo geral, é a exclusão da maioria das pessoas. Do ponto de vista do capitalismo globalizado, a educação e conhecimento passam a ser, bens econômicos necessários à transformação da produção, aumento do lucro e do poder de competição em um mercado que se pretende livre e globalizado.

Diante desses fatos, vemos no Brasil e em muitos outros países que não há lugar para o trabalhador desqualificado, com dificuldades de aprendizagem, incapaz de assimilar novas tecnologias, sem autonomia, sem iniciativa, enfim a desqualificação passou a significar exclusão do novo processo produtivo, nesse processo só há lugar para o trabalhador cada vez mais flexível, versátil, polivalente e qualificado intelectualmente e tecnologicamente, estando sempre submetido a um processo de aprendizagem contínuo. O objetivo é garantir a promoção da competitividade, eficiência e produtividade exigidas pelo mercado (educacional). Então ao invés de um projeto educacional para a inclusão social e gerar igualdade, adota-se a lógica da competição. “A escola não é empresa”. O aluno não é cliente da escola, mas parte dela. É sujeito que aprende que constrói seu saber, que direciona seu projeto de vida. (Silva, 1995).

Como a Globalização é uma tendência internacional do capitalismo, o que vemos é um resultado triste, aumento do desemprego e da exclusão social. O progresso, a riqueza e os benefícios não deveriam ser usufruídos apenas por pequena parcela da sociedade (geralmente brancos e ricos). Certamente não temos como dar as costas para o progresso, para o avanço tecnológico e científico, com isso tivemos o aumento dos bens de consumo, do bem estar, mas o que insistentemente continuamos a ver é que há fome, desemprego, doença, falta de moradia, analfabetismo, e muitos outros problemas. Diante da Globalização, a educação escolar deveria oferecer respostas concretas para a sociedade, possibilitando as pessoas se tornarem profissionais, capazes de participar desse processo.

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