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Oralismo

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Por:   •  21/9/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.354 Palavras (6 Páginas)  •  1.050 Visualizações

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O QUE É ORALISMO?

Oralismo é um método de ensino para surdos, no qual se defende que a maneira mais eficaz de ensinar o surdo é através da língua oral, ou falada. Surdos que utilizaram deste método de ensino são considerados surdos oralizados.

HISTÓRIA

No século XIX o médico Jean Marie Gaspar Itard (1775-1838), no Instituto Nacional de Surdos de Paris, começou a treinar a sensibilidade auditiva em hipoacústicos, fazendo com que discriminassem sons de diferentes instrumentos, em seguida, diferentes palavras, sem o recurso da leitura labial. Depois reforçava o reconhecimento auditivo com exercícios de articulação. Itard conseguiu fazer com que fossem introduzidos, nos ensinos dos surdos-mudos do Instituto, cursos de articulação para surdos-mudos que demonstrassem capacidade para aprender a falar. Depois dos estudos de Itard na França, outro médico, Friedrich Bezold (1842-1908) vai atuar numa instituição de surdos na Alemanha. Bezold trabalhou exaustivamente, desde 1893, na criação de um aparelho que é conhecido como escala contínua de sons de Bezold-Edelmann. Segundo Werner (apud SOARES), Bezold realizou sua investigação examinando os alunos do Instituto de Surdos-Mudos de Munique. Percebeu que nem todos eram surdos completos, alguns possuindo resíduos que permitiam perceber a voz humana. Conforme QUIRÓS e GUELLER (apud SOARES), as instituições de educação de surdos se disseminaram, entre os principais países da Europa, no século XIX. Ainda, segundo eles, as escolas italianas de educação de surdos alcançaram um notável desenvolvimento no que se refere ao ensino da linguagem oral, exercendo forte influência nas instituições da América Latina, em particular na Argentina, chegando a influenciar, até mesmo, o Instituto Nacional. No primeiro Congresso Internacional de Surdos-Mudos, que aconteceu em Paris, em 1878, sustentou-se que o melhor método de ensino seria aquele que combinasse a articulação com a leitura das palavras nos lábios, mas conservando o uso de gestos como medida de auxílio entre professores e alunos durante o período inicial.

Na história da educação dos surdos houve uma época que a Língua de Sinais tinha ampla valorização e aceitação, mas a partir do congresso de Milão de 1880, a Língua de Sinais foi banida completamente da educação de surdos, impondo ao povo surdo o oralismo. Devido à evolução tecnológica que facilitava a prática da oralização pelo sujeito surdo, o oralismo ganhou força a partir da segunda metade do século XIX .

O professor A.J de Moura e Silva, do Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, fez uma viagem à Europa e enviou para o diretor do instituto um relatório em que narra que o método oral puro havia sido adotado oficialmente em 1879. A modalidade oralista baseia-se na crença de que a língua oral é a única forma possível de comunicação e desenvolvimento cognitivo para o sujeito surdo e a Língua de Sinais deve ser evitada a todo custo porque atrapalha o desenvolvimento da oralização. A técnica de leitura labial consiste em “ler e interpretar” os movimentos dos lábios de alguém que está falando, mas só é útil quando o interlocutor formula as palavras de frente, com clareza e devagar. Várias pesquisas já demonstraram (SOUZA, 1998) que a maioria de surdos só consegue ler 20% da mensagem através da leitura labial, perdendo a maioria das informações. Geralmente os surdos ‘deduzem’ as informações através do contexto em que as palavras são ditas. Do ponto de vista do Dr. Menezes Vieira, em 1884, a aprendizagem da língua escrita era desnecessária, uma vez que, nas relações sociais, o surdo não se utilizaria desse tipo de conhecimento. Por isso defendia que aprender a falar seria a coisa mais importante para os alunos do Instituto Nacional de Surdos-Mudos . Na década de anos 60, nos EUA, foi proposto o uso simultâneo da língua dos sinais associada com a oralização, surgindo o modelo misto denominado de Comunicação Total, havendo um início de reconhecimento e valorização da Língua de Sinais, a qual foi muito oprimida e marginalizada por mais de 100 anos. Surdo oralizado - Surdos oralizados são surdos congênitos ou adquiridos que utilizam qualquer língua oral para se comunicar, na modalidade oral, oro-facial, também denominada de leitura labial e/ou leitura e escrita. A denominação abrange os surdos que sabem ler, escrever e falar fluentemente e os surdos que sabem ler e escrever, mas não são fluentes na fala, os ensurdecidos e os surdos na terceira idade. O denominador comum deste grupo é, em primeiro lugar, o uso da língua oral como meio de comunicação em todas as suas formas. Opção pela oralização de surdos - Grupos especializados em surdos oralizados defendem que a comunicação oral faz parte da essência humana e sugerem que pais, apoiados por ajuda fonoaudiológica especializada, tem o direito de optar pela oralização de seus filhos que perderam a audição antes de adquirir a capacidade de fala .

A opção pelo o uso da língua oral contribui consideravelmente para o processo de inclusão com a comunidade ouvinte, pois favorece a autonomia e abre possibilidades

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